Autoconhecimento no sentido mais elevado da palavra é o que todos precisaremos ter, de forma absoluta, cedo ou tarde. Quando mais cedo, menos desafios adicionais (ou digamos, experiências para o nosso progresso) precisaremos ter.
Para um buscador por autoconhecimento, como e por onde começar é uma pergunta válida. Isso depende de si e do seu ambiente. Se tem amigos próximos que buscam, também sentirá inspiração para buscar. Se você for uma criança pequena, provavelmente irá seguir nos passos dos seus pais. Se seus pais buscam o autoconhecimento de forma consciente, você também se encontrará nessa busca cedo ou tarde. Para a maioria dos buscadores, no entanto, é comum que o apoio ou inspiração para começar no caminho do autoconhecimento vem de fora do âmbito familar ou de amizades.
Muitas vezes algum fato, experiência ou acontecimento lhe colocará diante de um livro. Talvez não seja o livro mais elevado que você já encontrou na sua caminhada, mas ele tocou você de alguma forma. Naquela hora, foi o livro perfeito. Você começa a buscar o autoconhecimento a partir de algo que leu ali, meio sem saber que está buscando ou onde quer chegar. Talvez tenha sido escrito apenas por um buscador ou um professor espiritual humano, mas ainda assim ele tem capacidade de inspirá-lo. Você começa a mudar sua vida, justamente porque o autoconhecimento que adquiriu começa a mostrar a você quem você realmente é. Então você percebe suas novas e mais reais necessidades, e vai ajustando sua vida e interesses. Ao mesmo tempo que sente progresso, sente também que tem que ter algo mais, que não pode ser só isso toda aquela história de encontrar o Infinito dentro de si que leu nos livros.
Você busca mais. Começa a praticar mais autoconhecimento – meditação, oração, esporte, serviço, sua postura com o mundo e consigo. Começa a ser mais grato, forte, a vida começa a dar mais certo. Mas isso ainda não basta. Não é algo derradeiro, perfeito, permanente. Tem que haver algo a mais, muito a mais que isso também.
Cedo ou tarde, por mérito dessa aspiração continuada ou de uma Graça superior, você se depara com um Mestre espiritual genuíno. O primeiro que encontrar poderá ser o seu, ou não. Mas quando o encontrar, ao entrar em contato com sua consciência, seja através dos seus escritos, meditações, outros alunos, etc, você percebe que lá há uma estrada à qual pode se dedicar de todo coração. Não é algo superficial – belo, mas efêmero – como as coisas que havia encontrado até agora. É algo cuja fé e também experiência lhe mostram que pode dedicar-se completamente. E, proporcionalmente com o seu mergulho, sua velocidade também aumenta, o que lhe traz uma estabilidade (é como andar de bicicleta – quanto mais rápido, mais estável). Então você se sente seguro em sua busca, e isso afeta profundamente o seu dia e sua relação consigo mesmo e com o mundo ao redor. Você deixa de se defender tanto, de desejar tanto. Percebe quantas coisas reais você já tem e percebe qual a próxima coisa real que precisa obter. Paz, luz e felicidade não são emoções ou estados de espírito. São conquistas sólidas na vida de um buscador que começou no caminho do autoconhecimento.
Patanga Cordeiro pratica a meditação e autoconhecimento desde 2003 sob a orientação de Sri Chinmoy, também oferecendo cursos e aulas como um serviço à sociedade desde então. A meditação é a única coisa na vida da qual nunca desistiu, nem por um dia, e isso é uma indicação da importância e do significado de compartilhá-la. Seus interesses são música, canto, corrida (ultramaratonas), jogos de tabuleiro e várias outras coisinhas.