Pergunta: Quando fico ciente de que a minha consciência baixou bastante eu costumo sentir que, ao tentar erguê-la, eu não estou sendo sincero ou que seja um esforço apenas mental, e até mesmo que o esteja fazendo de maneira forçada ou inadequada. Qual a melhor maneira de, quando percebemos que nossa consciência caiu, reerguê-la?
Sri Chinmoy: A melhor coisa é render a sua vida não divina à sua vida divina. Ao cair de uma árvore, certamente sabe o que o fez cair. Você não pode realizar Deus da noite para o dia; também não pode cair até o ponto mais baixo da noite para o dia. Você está conosco há quatro ou cinco anos, e sabe o quão sinceramente tentou fazer progresso. Foram necessários vários anos para que fizesse tal progresso. Tudo isso irá embora de imediato? Não, não funciona assim. Irá lentamente, lentamente, lentamente. Porém, se fizer algumas coisas extremamente não divinas, naturalmente a sua queda será mais rápida, mas isto ainda não quer dizer que da noite para o dia você cairá ao pé da árvore. Descerá, digamos, um passo ou alguns centímetros.
Caso sinta que está caindo, há um método de evitar a queda. Quando cair, lembre-se da sua melhor expe-riência interior, de maneira devotada e de alma plena. Não há um único discípulo que não teve uma ou duas experiências maiores, de acordo com a sua própria capacidade ou receptividade. Pense imediatamente naquele acon-tecimento. Se um dia eu demonstrei um tremendo amor, gratidão ou compaixão e você sentiu que se não tivesse mais nada a receber já estaria de posse de algo importante, traga esse acon-tecimento à frente de sua visão. Caso o tenha por escrito, veja, entre nele e se torne um com ele, e eu lhe digo, imediatamente a sua queda cessará. De imediato retornará à sua estatura. Alguns Mestres espirituais fizeram isso quando tiveram de superar períodos de aridez; por seis meses eles teriam boas meditações e por um ou dois meses não seriam capazes de meditar de forma alguma. Vivekananda costumava ter esse problema. Tinha realizações muito sublimes e elevadas, e ele as escrevia em um grande caderno. Então ele as lia, e imediatamente se tornava um com aquelas experiências e novamente estava em sua estatura antiga. Suas meditações seriam mais uma vez bastante poderosas.
Quando sua meditação não for profunda e você sentir que está caindo, busque lembrar de alguma experiência significativa. Você pode estar se afogando, mas há alguém na margem para salvá-lo e você estende a mão em direção àquela pessoa. A pessoa é a sua própria experiência. Você a toca, ela segura a sua mão, e você está a salvo. Ela representa a sua própria experiência mais elevada, sublime, a qual você teve há talvez dois ou três anos.
The Soul’s Evolution, p. 41-43