Dicas para meditação 43 – percebendo o progresso e os desafios

Dicas para meditação 43 – percebendo o progresso e os desafios

Pergunta: Como podemos ser sinceros conosco mesmo, para vermos de modo mais claro como estamos progredindo?

Sri Chinmoy: Quando uma criança tem sete anos de idade, se faz alguma coisa errada mais de uma vez, acaba percebendo isso. Na primeira vez em que faz algo errado, não percebe. Mas, ao repetir o erro, acaba sabendo que o que está fazendo é errado. Alguns de vocês costumavam me falar que não percebiam o que estavam fazendo. Mas eu sei que não existe um discípulo sequer que nunca teve uma boa meditação. Suponha que alguém esteja comigo por dois anos. Durante esses dois anos, ele não pode me dizer que nunca teve uma boa meditação. Ele teve. Se teve uma meditação boa, elevada, então digo que nas profundezas daquela meditação, as boas e as más qualidades dele se revelaram. Durante esses dias de boa meditação, o Supremo nele trouxe à tona suas qualidades divinas e também as não-divinas. As qualidades não-divinas vieram à tona para que ele pudesse ver o que precisa ser transformado. Se alguém está comigo por até mesmo dois meses, suas boas qualidades vieram à tona e suas más qualidades também começaram a vir para fora – não para intimidá-lo, mas para serem transformadas. Deus está dizendo: “Aqui estão as coisas que você tem de transformar e aqui estão as coisas das quais pode ter orgulho”.

Não se sinta desapontado, desanimado ou desencorajado ao ver suas más qualidades. Depois que forem transformadas, vão se tornar uma só com as qualidades boas. Se você tiver uma boa meditação num certo dia, nesse dia as boas qualidades virão à tona. As qualidades ruins virão para fora, para deixar você saber que essas são as coisas que têm de ser transformadas, e quanta distância ainda falta para você chegar à Meta.

Ao ter a mais elevada meditação, por um lado você vai sentir que está bem próximo de Deus. Por outro, sentirá que ainda tem muito para transformar, que só Deus sabe quanto tempo vai levar. Há apenas dois centímetros entre você e Deus, mas esses dois centímetros podem lhe parecer uma estrada interminável.

A sinceridade vem do coração, não da mente. A mente é travessa. Ela vai confundi-lo. E também o vital e o coração estão infelizmente muito próximos um do outro. O vital está próximo da região do umbigo. De lá, a energia vital pode entrar no coração. Portanto, se você sentir que está recebendo várias mensagens do coração, provavelmente está recebendo mensagens do vital.

A melhor forma de saber se está sendo sincero é ver quanto você se entregou ao seu ser interior. Pode saber o quanto se entregou ao ver o quão alegre você é. Mas isso não pode ser uma falsa alegria.

Quando alguns discípulos me olham com os semblantes tristes, digo a eles: “Por favor, por favor, não fiquem deprimidos. Sorriam para mim, sorriam para mim”. Então eles sorriem para mim, mas sei que é um sorriso absolutamente falso. Entretanto, eu sinto: “Tudo, bem, comecem com uma felicidade falsa. Ao invés de me mostrar uma face de abatida depressão, arrogância e outras qualidades não-divinas, pelo menos comecem com um sorriso falso. Um dia me darão um sorriso sincero, com toda a alma”.

Meditation: God’s Duty and Man’s Beauty, p. 55-59

 

… Em primeiro lugar, você tem de perguntar se esses problemas de agora existiam antes. Imediatamente a resposta virá: sim. Então, como é que agora está ciente deles, e naquele tempo não os percebia? Precisa saber que, quando você vive uma vida comum, não-aspirante, as forças hostis são espertas. Elas sabem que você está à mercê delas. Elas conhecem sua capacidade. Sabem que está na ignorância e aos pés delas. Então falam: “Tudo bem, já que ele está dormindo, não vamos incomodá-lo”. Mas, na hora em que você se levantar, elas vão atacá-lo.

Existem muitos buscadores que ficam reclamando ao Mestre deles: “Antes de aceitarmos a vida espiritual, tínhamos menos problemas. Agora que a aceitamos, nossos problemas aumentaram”. Mas isso não é verdade. Eles devem saber que tinham esses mesmos problemas. Só que não sabiam como vencê-los. É por isso que não estavam cientes deles. Se você não quer vencer alguma coisa, está dormindo profundamente e o problema está dormindo profundamente. Entretanto, agora que você entrou na vida espiritual, está enfrentando todos os seus problemas. Já que está enfrentando-os, as forças hostis ficarão com eles e tentarão combatê-lo. Elas alimentam os problemas, para que assim eles continuem a lutar. Mas essas forças sabem que não serão capazes de vencê-lo. Apenas vão tentar atrasá-lo, atrasá-lo. Assim, você precisa enfrentá-los.

Se você não aceitar os problemas, como vai vencê-los? Se tentar evitá-los, eles vão vir com mais poder. Com bastante veemência eles virão e vão atacá-lo. Você não pode se esconder dos seus problemas. Precisa vencê-los aqui e agora. Se esperar e disser: “Não, amanhã eu serei mais forte, e então serei capaz de vencê-los”, esse amanhã não vai vir. Cada segundo é uma oportunidade dourada, e se você usa mal essa oportunidade dourada, está fortalecendo inconscientemente as forças da ignorância.

The Jewel of Humility, p. 33-35

 

…Ao entrar na vida espiritual, às vezes você vê e sente que muitas qualidades não-divinas, de repente, estão vindo à tona. Alguns discípulos perguntam aos seus Mestres: “Como é que eu nunca tive inveja antes? Eu não tinha essa insegurança, essa frustração e outras coisas. Por que estou tendo-as agora?”

Antes de entrarmos na vida espiritual, estávamos todos inconscientes. O tigre dentro de nós estava dormindo. Porém, quando o tigre vê que estamos tentando deixar os domínios dele, diz: “Aonde estão indo? Que direito vocês têm de me deixar? Vou devorá-los antes que me deixem!” Enquanto o tigre-dúvida está confiante o suficiente de que você vai ficar com ele por todo o tempo, não sente a necessidade de intimidá-lo ou amedrontá-lo. No entanto, quando você começa a tentar sair da sua jaula-escravidão, o tigre-ignorância tenta impedi-lo. Ele o ataca veementemente com dúvidas e outras forças não-divinas, tão logo sente que está ameaçando deixá-lo. É por isso que você é atacado assim que vem ao Centro meditar. É onde as forças divinas são mais fortes. Portanto, é onde o tigre-ignorância se sente ameaçado por você.

Não pense que as fraquezas e imperfeições estão vindo à tona só porque você aceitou a vida espiritual. Pelo contrário: elas estavam ali antes, mas estavam escondidas. Você deveria ser grato à sua vida espiritual por ter trazido suas imperfeições para fora. Quanto mais cedo suas imperfeições vêm à tona, mais cedo você será capaz de enfrentá-la e vencê-las. Quando a dúvida e outras imperfeições o atacarem, deveria dizer: “Vocês vieram. Agora me deixem vencê-las de uma vez por todas. Assim, eu serei livre”.

Muitos discípulos são perfeitos quando estão em casa, mas na hora em que vêm ao Centro, ficam invejosos ou começam a duvidar deles mesmos ou suas mentes ficam cheias de pensa-mentos não-divinos. Assim que olham para mim, dizem interiormente: “Oh, estou acalentando esses pensamentos não-divinos!” Eles têm medo de que eu veja seus pensamentos não-divinos. Então, tentam escondê-los, como um ladrão. Todavia, deveriam agir como uma criança e não como um ladrão. A criança não fica envergonhada quando está suja. Ela só corre até a mãe e ela o limpa.

Como meditar bem mesmo sem uma postura física ideal

Como meditar bem mesmo sem uma postura física ideal

Para mim, alguns dos ensinamentos mais sublimes de Sri Chinmoy sobre a postura para meditar não são técnicos, mas sim iluminadores, como por exemplo:

“Durante a sua meditação, automaticamente o seu ser interior ou consciência o levará a uma posição confortável, e então fica a seu encargo mantê-la.”

Sri Chinmoy, Two divine instruments: Master and disciple, Agni Press, 1976

 

Há muitas pessoas que têm praticado asanas, posturas físicas, por muitos anos, sem nunca ter tido mesmo uma única experiência. Por quê? Não é a postura o que vale. Não é a postura ou como você se senta. É a aspiração. Se você tivesse a capacidade, poderia até mesmo deitar e ainda meditar. Poderia correr e meditar.

Sri Chinmoy, Meditation: humanity’s race and Divinity’s Grace, part 1, Agni Press, 1974

No seu caso particular, posso ver claramente que a sua postura está correta, mas que a coisa que é de fato necessária na posição de lótus está faltando. Quando estiver sentado de pernas cruzadas e inspirando ar, o corpo todo deveria sentir conscientemente um rio de Amor divino fluindo em e através dele. Sem Amor não há Deus, e também não há existência humana. Você se ama, você ama Deus, você ama seus entes mais queridos e próximos e você ama a humanidade inteira. Por favor, tente primeiro trazer à tona o aspecto do Amor de Deus, e, uma vez que tiver firmado dentro de si esse aspecto de Amor, verá que todos os outros aspectos estão destinados a vir. O amor é a qualidade pioneira. Portanto, quando você chorar por Deus, sinta Amor – Amor imediato, espontâneo, sem reservas e devotado. Todas as qualidades divinas de Deus virão a seguir esse Amor divino.

Sri Chinmoy, Meditation: humanity’s race and Divinity’s Grace, part 1, Agni Press, 1974

 

Uma historinha pessoal sobre a postura interior para meditar bem

Agora que vocês já leram os escritos, posso deixar uma impressão pessoal, ou talvez uma historinha pessoal.

Eu acho que não sei e nem consigo meditar. E nem tenho uma postura física ideal. Mas, de vez em quando, acho que fiz ou me propus sinceramente a fazer uma ou duas coisas certas, algo que era esperado de mim. Muitas vezes nesses dias é que tenho uma boa meditação, seja antes ou depois de fazer (consigo lembrar de vários casos). Só que essas coisas não são minhas próprias ideias, mas sim inspirações que recebi. Parecem ser minhas ideias, mas se me permitir ser mais observador, percebo que elas são de fato coisas que recebi como inspiração, e não fruto da minha diligência ou inteligência. A Compaixão é quem medita em e através de mim, e, portanto, de vez em quando, eu consigo meditar bem.

Dicas para meditação 42 – Como posso saber se estou meditando demais?

Dicas para meditação 42 – Como posso saber se estou meditando demais?

 

Pergunta: Como posso saber se estou meditando demais?

Sri Chinmoy: Como pode saber se está meditando demais? É muito simples. Se estiver meditando demais, vai ter uma espécie de tensão ou dor no terceiro olho. Se estiver meditando muito – quer dizer, além da sua capacidade – vai adquirir uma postura rígida. Pode sentir: “Sou tão divino, tão perfeito, enquanto o resto das pessoas é imperfeito e não-divino. São todas criaturas insignificantes”. Se estiver tentando puxar paz, luz e felicidade além da sua capacidade, pode não obter mais nenhuma alegria ou satisfação das suas atividades terrenas. Pode sentir que essa existência terrena sua é inútil e sem significado. Se tiver esse tipo de desgosto, depressão ou sentimento ascético, e quiser se retirar do mundo, precisa saber que está tentando meditar além da sua capacidade.

Pode ser também que esteja tentando meditar do jeito errado – quer dizer, de uma maneira diferente da que sua alma quer que medite. Você pode meditar, digamos, por apenas quinze minutos, que é um tempo pequeno para a meditação. Porém, se a forma da meditação não for correta para você, sentirá uma tremenda tensão na sua testa.

Aspiration and God’s Hour, p. 16-17

 

 

Pergunta: Ao meditar, perco energia e fico cansada. É por que eu medito demais?

Sri Chinmoy: Não, não é porque você medita demais. Se está perdendo energia enquanto medita, significa que sua meditação está incorreta. Se meditar bem, vai ganhar energia. Não vai perdê-la. Se fizer a coisa certa, naturalmente será bem sucedida. Mas se meditar de uma forma errada, então a meditação falhará em seu propósito.

Sua meditação, infelizmente, não é da maneira que deveria ser. Você deveria meditar no seu coração ou no seu ser interior. No entanto, está meditando na mente ou num outro lugar errado. Esse é o seu problema.

Meditação é a única maneira de ganhar energia infinita, luz infinita e felicidade. Todavia, se o método que você usa todos os dias está errado, naturalmente vai perder energia ao invés de ganhá-la.

Aspiration and God’s Hour, p. 27-28

 

Pergunta: Poderíamos ter uma semana de meditação contínua para fazer algum progresso?

Sri Chinmoy: Assim, vão ter que abrir mais hospícios. Não é possível. Apenas Mestres espirituais podem meditar por horas e dias a fio. Buscadores comuns precisam falar e se envolver com as pessoas. De outro modo, ficarão loucos. Qualquer indivíduo tem de ver e falar com os outros e obter uma vibração exterior. De outra maneira, a mente e os nervos ficam muito agitados. A raiva vem e também um tipo de orgulho sutil: “Não falei com ninguém por uma semana”. Eles se tornam anormais.

Meditar 24 horas por dia é bem possível, mas só depois que realizar Deus ou estiver à beira da realização. Nessa hora, você terá adquirido a capacidade. Assim, mesmo enquanto estiver comendo, falando ou trabalhando no seu escritório, verá que está fazendo sua melhor meditação; verá que pode fazer quatro coisas ao mesmo tempo.

The Mind and the Heart in Meditation, p. 30

Dicas para meditação 41 – exagerando

Dicas para meditação 41 – exagerando

Pergunta: A consciência física pode ficar atrás enquanto a consciência psíquica está recebendo uma luz mais elevada? 

Sri Chinmoy: Isso já aconteceu várias e várias vezes, milhares de vezes. A consciência psíquica está recebendo Paz, Luz e Felicidade de cima em medida abundante, enquanto a consciência física não é poderosa o suficiente ou ampla o suficiente para retê-la. Então, o que acontece? Finalmente o físico se revolta e nós sofremos. É por isso que digo aos discípulos: “Não empurre, não puxe”. Espiritualidade é uma questão de aceitação e transformação. Aceitamos a nossa vida como ela é. Então, tentamos transformá-la. Mas não fazemos isso a ferro e fogo. O meio divino é através da aspiração. Se puxarmos além da nossa capacidade, vamos quebrar. Se uma criança quer carregar algo muito pesado, além da capacidade dela, sofrerá. Devagar e sempre vencemos a corrida.

Aqui, capacidade é receptividade. Se desenvolvemos uma grande receptividade, então não importa quão elevado é o nosso nível espiritual ou quanto trazemos lá de cima, seremos capazes de assimilá-lo. Se o recipiente é bem largo, não precisamos nos preocupar. Quando aspiramos escalar para o nível mais elevado, temos de aspirar por expansão. Não só iniciantes, mas também buscadores com essas deploráveis experiências. O físico se revolta quando não é espaçoso o suficiente para reter a Paz, a Luz e o Poder que o psíquico traz para baixo. Deveria haver uma harmonia perfeita entre a capacidade física e a capacidade do coração.

Aspiration and God´s Hour, p. 43-44

 

Pergunta: Na minha meditação, várias vezes tive a experiência de que eu era livre. Senti a liberdade da minha existência. Mas então tive que voltar à minha vida habitual, e me senti muito cansado e esgotado.

Sri Chinmoy: Quando você tem uma experiência mais elevada, é uma coisa que nutre, alimenta, fortalece e ilumina sua vida. Mas se estiver exausto, esgotada a sua energia, isso significa que você puxou além da sua capacidade. De outro modo, logo após a meditação, se foi uma meditação apropriada, vai ganhar a força de um leão. Às vezes, acontece de você sentir que foi ao alto, muito alto, e então distribuiu tudo o que recebeu. No entanto, isso não aconteceu no seu caso.

Discípulo: Também me sinto muito triste quando volto.

Sri Chinmoy: A tristeza que está sentindo é muito natural, porque você esteve num mundo mais elevado e então teve de voltar para este mundo prático, o plano terreno. Nessa hora, preocupações e problemas mundanos entraram em você. Mas se meditar por alguns anos, esses problemas não vão ficar no seu caminho, porque já terão sido superados nesse momento. Quando você voltar da sua meditação, terá uma tremenda paz, equilíbrio, alegria e amor pela humanidade. Ao ter um tremendo amor pela humanidade, nessa hora não vai se sentir exausto. Pelo contrário: se meditar bem, não haverá puxar nem empurrar. Logo depois da sua meditação, ao entrar na vida comum, será capaz de manter a mesma alegria, deleite, paz e equilíbrio.

Experiences of the Higher Worlds, p. 43-45

Dicas para meditação 40 – não exagere

 

Dicas para meditação 40 – não exagere

No começo, por favor, não fique perturbado se não conseguir meditar bem. Só Deus sabe quantos anos de prática alguém deve ter para se tornar um pianista muito bom. Se um ilustre pianista pensa no seu próprio nível quando começou a tocar, ele vai rir. É por meio do progresso gradual que ele atingiu o patamar atual na música. Também na vida espiritual, não se preocupe no começo se achar difícil meditar. Não empurre nem puxe. Dez minutos de manhã cedo são o suficiente.

Se meditar todos os dias, será capaz de fazer progresso na sua vida interior. Mas você tem de sentir que não pode comer uma refeição deliciosa todos os dias. Hoje, talvez você coma um prato muito delicioso. Então, por três ou quatro dias pode comer um alimento muito simples. Contanto que esteja comendo e arranjando um alimento nutritivo, saberá que está mantendo o seu corpo. Portanto, se tiver uma boa meditação num dia e no dia seguinte não conseguir uma meditação boa, não se sinta mal. Na vida espiritual, o seu negócio é meditar e meditar. Se num dia você não conseguir meditar muito bem ou de acordo com a sua satisfação, por favor, sinta que em algum outro dia o Senhor Supremo vai lhe dar de novo a oportunidade, a inspiração e a aspiração para meditar extremamente bem. Todavia, se você se sentir perturbado ou irritado, vai perder a oportunidade de meditar bem no futuro. A melhor coisa é ficar bem calmo, quieto e firme na sua vida espiritual. Você será capaz de meditar bem e a sua meditação será da mais alta categoria.

-Sri Chinmoy, Dependence and Assurance, p. 10-11

 

Pergunta: Recentemente, ao meditar, tenho tido sensações dolorosas. São ataques de forças não-divinas?

Sri Chinmoy: Não são forças erradas. Não são não-divinas no seu caso. São forças divinas, mas infelizmente você as está puxando muito além da sua capacidade. Seu receptáculo interior não é largo o suficiente para conter as forças que você está trazendo para baixo. É por isso que está tendo essas sensações dolorosas. De outro modo, haveria um fluxo suave, contínuo.

Ao meditar, por favor, sinta que a meditação não é a atitude de um glutão. Quando somos glutões, queremos devorar tudo. Nos tornamos devoradores vorazes e depois ficamos com dor de estômago. Na vida espiritual, temos de ir de maneira vagarosa, firme e sensata. Quando oramos e meditamos, em primeiro lugar precisamos saber da nossa capacidade. Aqui não estamos nos desencorajando. Se eu souber que a minha capacidade é correr cem metros, então vou correr cem metros por alguns dias ou alguns meses ou até mesmo, se a necessidade exigir, por alguns anos. Mas se eu tiver a capacidade de correr só cem metros e de repente quiser correr 400 metros, naturalmente vou desabar. Vou completar a corrida com uma enorme dificuldade e então vou cair. Simplesmente me arruinarei.

Aqui também, ao meditarmos temos de saber por quanto tempo podemos meditar com toda a alma: se por cinco, dez, quinze ou vinte minutos. Depois desse período, podemos ter um tipo de cobiça inconsciente. Se sentirmos que podemos conseguir tudo numa só noite, vamos todos virar almas realizadas em Deus. Mas esse tipo de avidez será a causa da nossa queda.

Ao orarmos e meditarmos, temos de saber da nossa capacidade: quanto podemos nos esforçar e quanto amor, devoção e entrega com toda a alma temos por Deus. Uma criancinha tem uma certa força. No entanto, ela não sabe que, quando puxa algo grande para baixo, imediatamente isso cai e quebra as suas mãos e os seus braços. Assim como a criança, estamos puxando para baixo alguma coisa bastante pesada. É pesada no sentido de que tem um enorme poder. E aonde é que vai esse poder que você invocou? Naturalmente, esse poder é bom, mas por causa da sua imensidade, não poderá permanecer dentro de você. Você não está em condições de abrigar esse poder.

Ao meditar de manhã, por favor, sinta a necessidade de ver a sua capacidade. Você agora está em condições de comer apenas três fatias de pão. Se vir que alguém ao seu lado está comendo seis fatias de pão, vai pensar: “O que há de errado comigo? Por que é que não posso comer seis fatias?” Mas deixe-o comer as seis fatias se ele tem a capacidade. Talvez haja alguém ao seu lado que não consiga comer sequer uma fatia. Ele pode pegar só meia fatia de pão. Assim, de acordo com sua capacidade, de acordo com sua fome interior, você vai tentar satisfazer a si mesmo. De acordo com a capacidade dos outros, eles vão fazer a mesma coisa. Portanto, as forças de que você está falando não são não-divinas. São forças divinas, mas o problema surge porque você está tentando puxá-las além da sua capacidade.

Palmistry, Reincarnation and the Dream State, p. 25-27

Dicas para meditação 38 – Receptividade e Assimilação

Dicas para meditação 38 – Receptividade e Assimilação

Sri Chinmoy: Ao meditar, a receptividade é de importância fundamental. A riqueza espiritual é como o sol. A luz do sol é para todos, mas se você fecha todas as janelas e portas da sua casa, então como a luz do sol pode entrar? Quando o Mestre medita, traz lá de cima Paz, Luz e Felicidade. No entanto, se você mantiver a porta do seu coração fechada, o que ele trouxer não será capaz de entrar.

Sempre digo aos meus discípulos que mantenham os olhos abertos enquanto meditam. De outro modo, estarei no meu mais elevado e vocês estarão no seu próprio mundo. Às vezes, estou trazendo Paz, Luz e Felicidade infinita, mas vocês estão no mundo do sono. Se os seus olhos estiverem abertos, verão a fonte, de onde tudo está vindo, nos meus olhos. Os meus olhos estão apenas trazendo Paz, Luz e Felicidade lá de cima.

A melhor maneira de receber durante a meditação é por meio da gratidão. Você está oferecendo gratidão ao Supremo porque ele o escolheu para estar no Barco Dele. Já que a sua consciência está elevada, você está buscando o que estou trazendo para cá. Alguns nem vêem isso. Outros vêem, mas acham que não precisam disso. Todavia, você vê e está faminto. Outros não estão famintos, apesar de verem a comida; ou estão famintos, mas não querem comer o alimento que o Mestre quer fornecer. No seu caso, você está faminto e reconheceu o fato de que existe alguém com o alimento.

E quem criou a sua fome? Não foi você quem a criou. A pessoa com o alimento a criou em você. Então você é grato à pessoa mais uma vez. E a sua gratidão vai diretamente ao Supremo. Ela não vem para mim. Eu sou apenas o mensageiro. Ela vai à Fonte, ao Supremo.

Se tiver uma meditação elevada, não deveria falar logo após ela. Deveria primeiro tentar assimilar o que recebeu. Uma vez que a assimilação acontece, ela se torna propriedade sua. Antes disso, ela pode desaparecer. Se alguém disser: “Como vai você?”, ele pode levá-la embora. Porém, uma vez que você a assimilou no seu sistema, ela se tornou sua. Pode acontecer também na meditação de, enquanto você recebe, estar assimilando também. Assim, quando for a hora de parar a meditação, estará tudo assimilado.

       Sri Chinmoy Speaks 6, p.16-17

Dicas para meditação 37 – conversar sobre as experiências interiores de alguém com outras pessoas

Pergunta: Você pode explicar se vale a pena tentar conversar sobre as experiências interiores de alguém com outras pessoas? 

Sri Chinmoy: Alguns Mestres espirituais aconselham os seus discípulos a partilhar suas experiências só com eles. Na maioria das vezes, não é aconselhável comunicar ou oferecer as experiências interiores de alguém para outras pessoas. Suponha que você teve uma experiência elevada, sublime. Mesmo se contar essa experiência ao seu amigo mais íntimo, a inveja dele pode tentar devorar a riqueza, a realidade viva da sua experiência. Às vezes, ao dividir suas experiências interiores com um iniciante, ele pode tentar ter a mesma experiência a ferro e fogo.

Na vida espiritual, isso nunca pode ser feito. O progresso espiritual é um processo lento, constante e gradual. Só porque você provou uma manga e me contou sobre ela, eu posso tentar também subir no pé de manga. No entanto, se não souber subir, ao tentar vou cair e me machucar. Também, ao contar suas experiências interiores a outras pessoas, o orgulho humano poderá entrar em você.

Só se deveria compartilhar experiências interiores com a permissão do Mestre. Se a pessoa não tem um Mestre, então deve mergulhar profundamente em si mesma e ouvir os ditames da alma. Se a alma ou o Mestre pede a algum buscador que divida suas experiências com o resto do mundo, então não haverá nenhum problema. Nesse caso, pode acontecer de, se uma pessoa contar sobre suas experiências, os amigos dela vão ficar inspirados a entrar no mundo de aspiração. Porém, é sempre aconselhável perguntar ao Mestre ou mergulhar profundamente em si mesmo para saber se deve compartilhar suas experiências com os outros. De outra maneira, isso pode criar resultados imprevistos e deploráveis no próprio buscador ou naquele com quem está tentado partilhar das experiências.

Earth-Bound Journey, Heaven-Bound Journey, p.62-63

 

Pergunta: É uma boa idéia discutir sobre experiências espirituais com nossos irmãos e irmãs?

Sri Chinmoy: Não é aconselhável discutir sobre experiências interiores com seus irmãos e irmãs espirituais. Embora eles pertençam à mesma família sua, ainda não venceram a inveja. Exteriormente, vão ficar felizes e exaltá-lo aos céus. Entretanto, interiormente, os corações deles vão queimar e tentarão tirar a essência da sua experiência por meio da inveja e de outras forças baixas. Não existe uma regra rígida, mas mesmo que um discípulo seja extremamente próximo a você – digamos que o seu marido ou a sua esposa – ainda assim a inveja pode surgir.

Às vezes, ao ter uma experiência e contar aos seus amigos sobre ela, eles vão duvidar dela. Nessa hora, imediatamente a força, o poder e a luz da experiência desaparecem. A dúvida tem o poder de levar a sua experiência embora imediatamente.

Na vida exterior, se você contar aos outros que está sofrendo ou numa consciência baixa, então poderá conseguir alguma solidariedade deles e eles tentarão elevar a sua consciência. Entretanto, quando é uma questão de muito elevadas e sublimes, existe toda a possibilidade de ser mal-compreendido, criar inveja ou ser atacado pela dúvida dos outros. Assim, por favor, mantenha essas coisas para você mesmo. Suas experiências vão finalmente se transformar em realização, que é como a plena luz do dia. Você não pode esconder a luz do dia, mas tem de esconder a chama, porque existem pessoas que podem assoprá-la com a inveja ou com a dúvida.

Você deveria, porém, deixar o seu Mestre saber dela. Seu Mestre espiritual não tem inveja de você, porque ele teve experiências infinitamente mais elevadas. Ele também sabe que nenhum discípulo terá uma experiência maior sem a inspiração pessoal, o conhecimento e a ajuda consciente ou indireta dele. Se você contar ao seu Mestre sobre uma experiência sua, isso só vai acrescentar à sua convicção. Ou se foi apenas uma alucinação mental, o Mestre pode lhe dizer.

Algumas pessoas têm experiências falsas. Elas lêem alguns livros que tratam de experiências mais elevadas e então essas experiências inconscientemente entram na mente delas; de modo inconsciente, elas estão tentando assimilar as sublimes experiências da pessoa que escreveu o livro. Mas, às vezes, nem mesmo o autor teve as experiências. Ele só as pegou emprestadas do livro de outra pessoa. Nessa hora, o Mestre será capaz de dizer se as experiências são ou não genuínas e realmente resultado de uma aspiração interior.

Se você não tem um Mestre a quem contar suas experiências, então o que pode fazer? Tem de tentar observar aonde o resultado da experiência o leva e o que está obtendo dela. Se obtiver paz, luz e felicidade em medida abundante, vai saber que a experiência é genuína. Se é uma experiência real, genuína, sua mente vai ficar calma e quieta e seu coração vai entrar numa perfeita harmonia. Apenas em perfeita harmonia consegue-se o mais elevado tipo de experiência. Todavia, se a experiência for falsa, vai criar uma excitação e vai compeli-lo a contar aos seus amigos sobre ela, para que assim você receba admiração e apreciação deles. Porém, isso só vai deixá-los com inveja. Você não tem o direito consciente ou inconsciente de aumentar a inveja deles. A melhor coisa a ser feita é manter suas experiências interiores para si mesmo.

Great Masters and the Cosmic Gods, p. 17-20

Dicas para meditação 36 – Experiências Interiores

 

Dicas para meditação 36 – Experiências Interiores

Pergunta: Como posso reconhecer uma experiência espiritual?

 

Sri Chinmoy: No seu caso é fácil. Por milhões de vezes você teve um sentimento de verdadeira disposição em ajudar a humanidade, e com a Graça de Deus ajudou-a de acordo com sua capacidade. Então obteve alegria. Mas não encare essa alegria como resultado da sua ação. Quando obtiver alegria interior, por favor, não sinta que é resultado de um desejo satisfeito ou de uma ação bem sucedida.

Não sinta que está feliz porque o resultado é satisfatório. Não. Separe imediatamente você mesmo da sua ação. Assim, verá que a alegria que está tendo é de um sentimento de unicidade – unicidade com a Consciência universal, a Consciência cósmica ou a sua própria consciência.

A espiritualidade é sempre natural. Qualquer coisa que não seja natural nunca pode ser espiritual. Agora mesmo você não vê a verdade como o seu direito de nascimento. A verdade é alguma coisa não natural; alguma outra pessoa possui a verdade, mas você não a possui. Mas, ao estar na vida espiritual, verá que a espiritualidade é propriedade de todo mundo.

No seu caso, você teve experiências espirituais várias e várias vezes. A qualquer hora que me concentro em você, vejo que quer ser iluminado e guiado pelo Supremo. Essa própria idéia de que você quer ser iluminado, guiado ou moldado por alguém que sabe como guiá-lo e moldá-lo não é um desejo. É até mais do que uma aspiração. É uma expressão exterior da experiência interior da sua alma. É a sua alma que está tendo essa experiência interior.

Uma pessoa não-aspirante diz: “Eu tenho de me salvar. Tenho de fazer tudo. Ninguém fará nada por mim”. Entretanto, no seu caso, já vi várias vezes que você tem o desejo de ser ajudado e guiado pelo Supremo em mim. Isso é o mais elevado ou, podemos dizer, a mais efetiva experiência da sua alma, expressa na forma de desejo ou aspiração. Constantemente você está tendo experiências quando sente que é uma criança no Colo do Supremo. Esse mesmo sentimento você verá se for profundamente dentro de si mesmo. É uma experiência incorporada pela sua alma, e você só está tentando manifestá-la na forma de aspiração.

Experiences of the Higher Worlds, p.33-35

 

 

Pergunta: Como posso dizer se as minhas experiências interiores são genuínas ou falsas?

 

Sri Chinmoy: Se ficar em dúvida quando tiver uma experiência interior, concentre-se no coração. Se a experiência for genuína, você vai sentir uma sensação sutil de formigamento. Se sentir como se uma formiga estivesse escalando ou se arrastando no seu coração, então saberá que a sua experiência é genuína.

Quando tiver uma experiência interior, tente respirar tão lenta e silenciosamente quanto possível, e sinta que está trazendo pureza ao seu sistema. Sinta que a pureza está entrando em você como uma linha e está girando ao redor do seu umbigo. Se você sentir que o seu coração espiritual não está disposto a entrar no seu umbigo, então a sua experiência é uma mera alucinação. No entanto, se o coração entra de bom grado no umbigo, esteja certo de que a sua experiência não é uma alucinação; é absolutamente verdadeira e genuína.

Quando tiver uma experiência e quiser saber se ela é válida, tente sentir por alguns minutos se você cresce naquela experiência ou não. Se sentir que pode crescer naquela experiência, mais cedo ou mais tarde, em uma hora ou duas, ou em um dia ou seis meses, então a sua experiência é genuína. Porém, se sentir que a realidade é alguma outra coisa e você nunca vai poder crescer naquela experiência, então ela não é genuína.

Quando tiver uma experiência, tente separar a sua vida exterior da sua vida interior. A vida exterior é uma vida de necessidade, demanda e exigência. A vida interior também é uma vida de necessidade, mas é da necessidade por Deus, não da sua necessidade; das exigências de Deus, não das suas demandas ou exigências. Tente sentir se é a necessidade de Deus que está operando em e através da sua experiência, se Ele precisa de você e quer satisfazer a Si mesmo em e através de você. Se você pode crescer nesse tipo de sentimento ou realização, a sua experiência é genuína. No entanto, se você se identifica conscientemente com as suas exigências, então a experiência não é verdadeira. É só uma alucinação.

Meditation: God’s Beauty and Man’s Duty, p. 45-47

Dicas para meditação 35 – Dando Conselhos

 

 

Pergunta:Os discípulos devem oferecer conselhos com base nos seus escritos?

Sri Chinmoy: Não dê conselhos, porém torne claro que isso é o que você acha que seja o significado do que escrevi. Explique do seu jeito e diga que é baseado no seu entendimento, na sua experiência interior. Desde que o outro não entende por si mesmo, ele pode tentar a sua interpretação; porém ele não está obrigado a ver as coisas exatamente do seu modo. Por você ter tido um entendimento, pode dizer que quer compartilhar com ele. Se ele sentir que o seu entendimento está correto, tudo bem. Caso contrário ele pode chegar às suas próprias interpretações.

Obedience or Oneness, p. 26

 

Pergunta:O que eu deveria fazer quando estou em posição de dar conselhos a alguém?

Sri Chinmoy: Se você se sentir compelido interiormente a dar conselho à alguém, deve fazê-lo. Entretanto, pode ser que o meu conselho seja mais direto ou possa trabalhar mais rápido do que o seu. Posso lhe assegurar que o seu conselho não será tão divino, espiritual ou, digamos, tão frutífero quanto o meu. Contudo seu conselho poderá ajudar e ser frutífero se sentir a minha presença e tiver uma tremenda devoção a mim enquanto você estiver dando conselhos a seus irmãos e irmãs espirituais. Se você tiver uma tremenda devoção na hora em que for dar o conselho, eu lhe digo que nessa hora você será incapaz de errar.

Quando alguns de meus discípulos dão conselho, eles imediatamente se consideram iguais a mim. Se esquecem totalmente que são meus discípulos e queeu sei um pouco mais do que eles. Eles estão tendo a imensa oportunidade de se revelarem. Nessa hora eles negam a minha existência na vida deles.

Digamos que alguém necessita de algum conselho seu ou, mesmo que ele não necessite de conselho, você sente que aconselhá-lo é seu grande dever. Ele é seu amigo há muito tempo e agora seus pensamentos estão nublados. A dúvida ou alguma outra força ruim entrou nele. Enquanto você o aconselha dentro da sua necessidade, se estiver pleno de devoção a mim, Você estará atraindo então minha luz e sabedoria tal como um imã. Isso irá para a pessoa a quem você quiser oferecer. As pessoas cometem erros porque se esquecem de mim totalmente. Por alguns minutos eles se tornam o Mestre daquele buscador em particular com quem estão falando e então cometem erros.

Muitas vezes aconteceu e muitas vezes irá acontecer em que o Supremo deseja que uma pessoa em particular tenha uma experiência, de modo que no futuro ela seja mais cuidadosa na sua vida espiritual. Você pode estar cometendo um erro por aconselhá-lo.Você faz de coração, pois sabe que ela está fazendo algo errado. Porém como você sabe se é da Vontade de Deus ajudar aquela pessoa naquele momento? Como você sabeque seu conselho é oportuno? Ele necessita de ajuda, mas sua melhor ajuda poderá ser fornecida durante sua meditação. Você estará indo a pessoa certa, ao Supremo. “Supremo, eu sinto que essa pessoa necessita de ajuda. Mas como eu posso ajudar? Somente Você é que pode ajudá-lo.” O Supremo estará pronto para ouvir sua prece e então Ele irá fazê-lo à sua própria maneira.

Obedience or Oneness, p. 26-29

Dicas para meditação 33 – ser sozinho x estar sozinho

Dicas para meditação 33 – ser sozinho x estar sozinho

 

Pergunta:Como alguém pode caminhar sozinho ainda assim experimentar a unicidade?

Sri Chinmoy: Antes de tudo, temos que saber a diferença de estar sozinho e ser sozinho. Nós podemos sentir solidão mesmo quando estamos entre centenas daqueles chamados de amigos ou mesmo entre verdadeiros amigos.Se não sentimos a presença de Deus dentro do nosso coração, estaremos propensos asentir solidão não importa quantos amigos ou quantas centenas de pessoas estejam ao nosso redor.

Ir sozinho não significa que tenhamos indiferença ou distanciamento. Ir sozinho significa que a hora de Deus chegou para nós. Agoratemos que correr em direção a nossa meta sem esperar pelos nossos entes queridos, cuja hora ainda não chegou. Se a hora de alguém chegar um minuto antes ou depois da sua, isto não da sua responsabilidade.Quando a sua hora chega, você vai e se acontecer de, ao mesmo tempo a hora de alguém chegar, vocês podem então ir juntos. Porém se alguém começar antes ou após você, não significa que não possa estabelecer sua unicidade com ele. Você pode facilmente sentir sua unicidade com aqueles que estão à frente ou atrás e pode manter sua unicidade enquanto vai sozinho. Você está sozinho porque ninguém está ao seu lado, contudo há pessoas atrás e à frente de você que podem experimentar facilmente um sentimento de unicidade enquanto estiverem andando pelo mesmo caminho e em direção ao mesmo destino.

A God Lover’s Earth-Heaven-Life 1, p. 26-27

Dicas para meditação 32 – servindo aos outros

Dicas para meditação 32 – servindo aos outros

 

Se você sente um interesse real e verdadeiro pela manifestação do Supremo em mim, de que maneira você poderá me ajudar? Uma maneira é desenvolver consideração pela humanidade. Nós todos temos consideração pela humanidade, porém o que fazemos? Usamos a palavra “consideração” porém rezamos à Deus para ajudar ou iluminar a humanidade? Não! Nosso interesse é egoísta. Se o mundo melhorar, será melhor para nós. Temos contudo que desenvolveruma consideração real e desinteressada pela humanidade.

Service-Boat and Love-Boatman II, p. 44

 

 

Pergunta:Como posso expandir meu amor à humanidade?

 

Sri Chinmoy: Você pode expandir o seu amor às pessoas desde que veja o tempo todo o seu Amado dentro delas. O seu Amado é o Supremo. Se você enxergar o Supremo dentro delas então você fará tudo por elas. Se você vê a beleza dentro de alguma coisa, então irá tocá-la. Caso não veja a beleza,verá então somente a escuridão e a feiúra e não a tocará. Logo, se você vê a Presença de Deus dentro da humanidade, somente então irá amá-la. Terá que ver algo divino para amá-la Caso veja o Amado Supremo dentro de todo e cada ser humano, automaticamente terá amor e respeito pela humanidade.

É como uma flor. Você cuida da flor porque ela tem fragrância e beleza. Mas se ela não tivesse nem fragrância nem beleza, você não gostaria dela. Similarmente, Deus está dentro dos seres humanos. Deus é a fragrância e a beleza. Se você gostar de fragrância e beleza, então naturalmente gostará da flor, da humanidade.

Deus, o Amor, está dentro de tudo que vemos. Se nós amarmos a Deus, e nós o amamos pois Ele é todo Amor, seja lá o que Ele tenha criado nós também amamos.Ele está em todas as suas criações, pois Ele está em toda a parte por ser onipresente.Se você pode amar Deus, o Amor, então automaticamente você aumentará seu amor por todas as coisas. Deus o Amor engloba tudo e está dentro de tudo. Se você almeja a Fonte, o Criador, então automaticamente almeja a criação.

Father’s Day: Father with His European Children, p. 24-25

Dicas para meditação 32 – auto-controle e os outros

Pergunta: Como posso desenvolver o auto-controle em minha vida quando todos ridicularizam meus esforços?

Sri Chinmoy: O auto-controle requer simplicidade, sinceridade e humildade. Podemos dizer que o desjejum do auto-controle é a simplicidade, o almoço é a sinceridade e o jantar é a humildade.

Infelizmente, estamos vivendo uma eraem que o auto-controle não é apreciado; ele se tornou um objeto de ridículo. Um homem se esforça para ter auto-maestria enquanto seus amigos, vizinhos, parentes, conhecidos e o resto do mundo zombam dele.eles não encontram razão para a sua sincera tentativa de dominar sua vida. Eles pensam que a maneira descontrolada com que vivem suas vidas é muito mais vantajosa e que esse homem que está tentando controlar sua própria vida é um tolo, perdendo seu tempo e abrindo mão de toda a alegria.

Quem é o tolo? Aquele que quer ter controle sobre sua vida ou aquele que quer permanecer como uma vítima constante do medo, da dúvida e das ansiedades? Ë desnecessário dizer que aquele que quer conquistar a si mesmo não somente é o homem mais sábio, mas também o maior herói divino, o divino guerreiro. Ele luta contra a ignorância na batalha da vidapara estabelecer o Reino dos Céus aqui na terra.

The Hunger of Darkness and the Feast of Light 2, p.33-34

Dicas para meditação 31 – os pais do buscador

Dicas para meditação 31 – os pais do buscador

A meditação nunca os afastará de seus pais, de seus filhos, de sua família. Longe disso. Ela somente fortalecerá sua ligação com seus entes queridos, pois você verá dentro deles a própria existência de Deus.

Alguns pais são muito bons, muito sinceros e muito gentis com seus filhos. Eles mesmos não praticam Yoga; ou têm medo do caminho ou pensam ser muito tarde para eles. Eu não os culpo, no entanto na vida espiritual não existe algocomo tarde demais. Quando você começa de toda a alma, esta é a hora para você. A Hora de Deusé o dia em que de todo o coração você aceita a vida espiritual. Porém se os pais são bons e não estão aceitando o nosso caminho ou qualquer outro, mas estão permitindo que seus filhos venham, então certamente os filhos devem manter uma conexão com eles. Nos vilarejos indianos, os pais podem ser camponeses sem educação alguma, porém eles desejam que seus filhos estudem e sejam cultos. Esses pais são muito bons. Eles trabalham duro nos campos para receber muito pouco e poder mandar suas crianças para a escola.

Eles não puderam estudar quando eram crianças e agora eles se sentem velhos para isso, porém querem que seus filhos na escola. Aqui também, no caso dos pais que nunca praticaram espiritualidade ou yoga e agora estão com quarenta ou sessenta anos de idade e sentem que é muito tarde para eles.Eu digo que vocês têm que ser muito, muito bons com eles. Eles apreciam o valor da vida espiritual, da vida interior, da alegria interior e assim por diante, mas acham que não é para eles. …

-Sri Chinmoy