Um de meus amigos teve a oportunidade de passar longas horas sozinho dirigindo com Sri Chinmoy, nosso Mestre espiritual. Entretanto, muitas vezes ele sentia ser melhor não distrair o Mestre com suas perguntas pessoais, e preferia deixar que Mestre fizesse o que fosse necessário interiormente, e se fosse necessária uma ação externa, que ela deveria acontecer por iniciativa própria do Mestre. Só raramente é que ele iniciava uma conversa.
Uma vez, entretanto, ele fez uma pergunta sobre perguntas: quando não queremos perguntar algo ao Guru no plano externo, como obter respostas às nossas perguntas? Guru respondeu que poderíamos escrever uma carta de forma detalhada com nossas ideias e sentimentos e colocá-la em nosso altar de meditação pessoal.
Certa vez, eu senti muita necessidade de entregar uma das minhas imperfeições, mas ela estava sendo tão recalcitrante! Eu escrevi uma carta sentado em meu altar de meditação. Quando terminei de escrever a carta e decidi começar uma breve meditação, o problema tinha desaparecido totalmente!
Mais tarde, notei que isso voltou lentamente. Até então eu havia percebido que não só precisava de uma graça especial para removê-la, mas que no futuro esta graça também me mostraria como mudar gradualmente minha vida de tal forma que esta imperfeição não encontraria seu caminho de volta. Por isso, tive duas lições com uma pergunta, duas lições com uma oração! Quem ousaria dizer que nós fazemos o trabalho e Deus dá os retoques finais?
—
Outros textos relacionados:
Textos por Patanga Cordeiro, servidor público, ultramaratonista, voluntário. Instrutor de meditação voluntário no Centro Sri Chinmoy em São Paulo e outras cidades do Brasil desde 2004.