Quando me tornei discípulo de Sri Chinmoy, senti que qualquer orientação interior que obtinha tinha aumentado em quantidade, qualidade, clareza e propósito. Essa orientação interior viria na forma de inspiração para fazer algo, um ideal prático ou um desejo inexplicável de estar em algum lugar. Quanto mais eu ouvia essa orientação interior, mais frequentemente podia ouvi-la, e mais harmoniosa, realizadora, interessante e cheia de propósito minha vida se tornava. Quanto mais eu meditava com a foto do meu Mestre, melhor se tornava meu dia. De repente eu me lembraria de coisas muito importantes que eu havia esquecido depois de olhar a foto dele por um minuto. Uma pequena fonte de gratidão estava brotando em meu coração. Esse pequeno sentimento de gratidão que eu sentia também me ajudou a me sentir próximo a ele e amado por Deus.
Lembrem-se que eu vivia a mais de 7.000 km de distância de meu Mestre.
No entanto, eu o sentia caminhar comigo nas ruas, visitando o mercado comigo, ajudando-me com meus deveres de casa, correndo comigo pela manhã, colocando-me para dormir à noite.
Tendo sido seu aluno por dois anos, tive a oportunidade de vê-lo pessoalmente.
Eu não tinha nenhuma expectativa – nesses anos eu já soube o quanto ele cuidava de mim. Quando realmente o vi, não havia nenhuma experiência espiritual externa, como ver a luz, etc. Era uma mera continuação do que eu sentia em casa todos os dias. (Mas era definitivamente mais divertido!) Guru não é apenas um verdadeiro mestre espiritual, mas também é desenvolvido em todas as qualidades humanas – inteligente, educado, espontâneo, divertido, poderoso, incansável, inspirador, meigo, carinhoso, etc.
Nunca tive vontade de fazer-lhe pessoalmente ou por carta qualquer pergunta sobre minha vida espiritual. Elas foram respondidas diariamente durante minha meditação, durante minhas horas de trabalho, durante meu sono e minhas leituras. Os dois anos de distância física só me fizeram sentir com certeza que ele era meu Mestre, e eu só rezo para que eu possa ser seu discípulo por todos os anos que se seguem.
Textos por Patanga Cordeiro, servidor público, ultramaratonista, voluntário. Instrutor de meditação voluntário no Centro Sri Chinmoy em São Paulo e outras cidades do Brasil desde 2004.