A única coisa na minha vida da qual nunca desisti

por Patanga Cordeiro

Na minha vida, já fiz tantas coisas, mas em algum momento desisti de todas, menos uma.

Eu já estive na universidade, mas larguei.

Comecei então outra faculdade, e larguei.

Comecei a aprender espanhol, mas uma hora larguei.

Fui aprendendo italiano, mas uma hora parei.

Aprendi um tanto de japonês, mas uma hora desisti.

Tive namorada, mas me separei.

Comecei diferentes esportes, mas troquei.

Tive um estágio na faculdade que durou um mês, mas parei.

Tive outro que durou seis meses, mas acabei.

Tive um emprego que durou três anos, mas larguei.

Estou num emprego há 17 anos, mas um dia aposentarei.

Nasci em Curitiba, me mudei para Jacarezinho, hoje estou em São Paulo, amanhã não sei.

Aprendi a tocar um instrumento, depois troquei, depois troquei. Hoje não toco mais.

Já fiz promessas de que nunca faria ou deixaria de fazer coisas, mas quebrei-as assim que minha compreensão das coisas mudou.

E, mesmo se continuasse fazendo todas essas coisas até hoje, não faria muita diferença.

A única coisa da qual nunca desisti, que faz toda a diferença, e que não vejo motivo algum para desistir em qualquer momento da minha vida, é a prática diária da meditação.

Faz vinte anos que comecei, e é a única coisa que não deixei de fazer, nem por um dia.

Por quê?

Porque você NÃO DEVE meditar ; )

por Patanga Cordeiro

Hoje vamos falar sobre três tipos de pessoas que NÃO DEVEM meditar (num tom sarcástico, claro). Assista até o fim.

1) Quem tem uma vida perfeita

A pessoa que já tem uma vida perfeita, que não precisa de nada mais e tem uma satisfação completa em todos os âmbitos, internos e externos, não deve meditar.

Isso é porque, se você meditar de verdade, mudará a sua vida. Você começará a enxergar as coisas de forma mais completa, mais real, começará a se identificar com o mundo e a entender a si mesmo a partir de um patamar mais elevado de compreensão, e isso faz com que comece a mudar sua vida. Você começa a se tornar mais você, uma pessoa mais genuína. Coisas que antes eram importantes poderão se tornar desimportantes. Coisas que não tinham valor podem se tornar as mais importantes. Tudo pode mudar se você começar a meditar.

2) A pessoa que não gosta de se desafiar

A meditação diária é um desafio único a cada dia. Cada meditação é uma batalha interna, muito diferente da outra. Você terá de usar toda a sua força de vontade, mergulhar fundo no seu coração e se deparar com um Eu maior do que o que você está acostumado a enxergar em si mesmo no dia a dia. Você vai precisar de coragem.

Meditar não é fechar os olhos e relaxar. (Inclusive, a dica é meditar sempre de olhos abertos.)

3) A pessoa que costuma pegar hábito de fazer as mesmas coisas todos os dias.

Também não deve meditar a pessoa do tipo que adquire hábitos facilmente, como o hábito de comer todos os dias, tomar banho todos os dias, dormir todos os dias, ir ao trabalho ou escola (quase) todos os dias, etc. Se começar a praticar a meditação, poderá gostar tanto que irá incluir mais um ritual no seu dia, a meditação, sendo que o seu dia já está cheio de coisas muito mais importantes, relevantes e imortais do que alimentar o seu ser interior.

Se alimentamos o corpo três vezes ao dia, por que não alimentar a nossa alma pelo menos uma ou duas vezes ao dia?

A meditação nos ensina

Que não precisamos

Viver só de esperança.

-Sri Chinmoy

A Profundidade e o Poder Terapêutico dos Livros Impressos em Uma Era Digital

A Profundidade e o Poder Terapêutico dos Livros Impressos em Uma Era Digital

Nos cursos de meditação, sempre recomendamos aos alunos que tenham um livro impresso que fala do aprendizado. Não fazemos isso para aumentar as vendas dos livros, mas sim para servir as pessoas. É bastante conhecido que temos sido afetados pela leitura digital (ou pela falta de leitura, no caso dos vídeos).

O mestre espiritual Sri Chinmoy nos ensina que uma vibração sutil, que chamamos de consciência, fica armazenada no papel, e que o digital não consegue retê-la da mesma forma, pelo menos. A leitura no papel seria, portanto, mais proveitosa de todas as formas.

Psicologicamente falando, a leitura no papel faz com que deixemos de lado 99% das coisas externas, para nos concentrarmos na leitura e nos mundos que cria dentro de nós, na velocidade que é adequada para a nossa compreensão e visualização da imagem que o texto cria. Já os vídeos e áudio oferecem muito mais informação no mesmo período de tempo, sobrecarregando nossa faculdade de interpretação e fazendo que que deixemos de lado muita informação, como se estivéssemos correndo atrás do tempo. Fizemos uma pesquisa breve e compilamos o resultado abaixo, para quem quiser compreender melhor como é importante ter o livro impresso para ler.

Introdução

Em uma época onde o digital predomina, os livros impressos continuam a oferecer uma experiência singular e imersiva. A ascensão dos e-books e do conteúdo em vídeo alterou significativamente nossos padrões de leitura, mas a importância dos livros impressos permanece inabalável. Este artigo explora os benefícios terapêuticos e cognitivos únicos da leitura de livros impressos, enfatizando sua relevância contínua em uma era dominada pelo digital.

Benefícios Terapêuticos da Leitura de Livros Impressos

A leitura de livros impressos oferece benefícios terapêuticos notáveis. Fernando Gomes Pinto, neurologista, observa que a literatura estimula o cérebro de maneira abrangente, proporcionando uma forma de escapismo saudável. Ela permite que os leitores desviem sua atenção de realidades estressantes, como a pandemia, e mergulhem em mundos tranquilizadores. Essa imersão lenta e profunda em um livro impresso oferece um contraponto necessário à velocidade frenética e à natureza fragmentada do consumo de mídia digital.

Dante Gallian, com uma vasta experiência em literatura, vê os livros como refúgios essenciais da realidade. Em tempos de crise, os livros proporcionam um espaço de repouso e fuga, oferecendo um alívio do ritmo acelerado e muitas vezes desumanizador da vida moderna.

Impacto Cognitivo e Emocional

Cressida Cowell, autora da série “Como Treinar Seu Dragão”, destaca os “três poderes mágicos” da leitura: criatividade, inteligência e empatia. Além de ser um fator-chave para o sucesso financeiro futuro, a leitura por prazer também promove um enriquecimento emocional e cognitivo significativo.

Maryanne Wolf, especialista em neurobiologia da leitura, explica como a leitura muda o funcionamento do cérebro. À medida que as crianças evoluem da decodificação para a leitura fluente, a rota dos sinais no cérebro muda, facilitando a integração de sentimentos e pensamentos. Isso ressalta a importância da leitura profunda, que envolve fazer analogias, inferências e reflexões críticas.

Comparação entre Leitura Impressa e Digital

Anne Mangen, liderando a E-READ, discute a “inferioridade na tela” em comparação com a leitura de livros impressos. Ela observa que, embora a leitura digital seja adequada para conteúdos breves e menos desafiadores, a compreensão e a retenção de informações sofrem quando se trata de textos mais complexos e emocionalmente desafiadores. A leitura em tela tende a ser mais fragmentada e menos imersiva, o que pode impactar negativamente a capacidade de análise crítica e de empatia.

Maryanne Wolf ecoa essa preocupação, salientando que o modo como lemos – seja digitalmente ou através de livros impressos – tem implicações profundas. O “volume” de informações disponíveis digitalmente promove uma leitura superficial, enquanto a leitura profunda, característica dos livros impressos, envolve uma utilização mais extensa do nosso córtex cerebral.

Leitura Profunda versus Leitura Superficial

A leitura profunda, uma prática mais comum com livros impressos, é um processo que envolve engajamento cerebral completo, incentivando o leitor a fazer conexões, analogias e inferências. Este tipo de leitura promove a reflexão crítica e a empatia, permitindo uma compreensão mais profunda do texto e de suas implicações. Em contraste, a leitura superficial, muitas vezes associada à leitura digital, tende a ser rápida e menos envolvente, o que pode levar a uma compreensão mais rasa e uma menor retenção de informações.

Implicações para a Concentração, Ansiedade e TDAH

A leitura de livros impressos também tem implicações importantes para questões como concentração, ansiedade e TDAH. A natureza imersiva da leitura impressa pode ajudar a melhorar a concentração e a atenção, oferecendo uma pausa do estímulo constante e da distração presentes nos meios digitais. Além disso, como uma forma de biblioterapia, a leitura de livros impressos pode ser uma estratégia eficaz para gerenciar a ansiedade, proporcionando um refúgio calmo e um meio de escapar de preocupações cotidianas.

Conclusão

A era digital trouxe muitos avanços e conveniências, mas também desafiou a prática tradicional da leitura. Os livros impressos oferecem uma experiência única, que vai além da absorção de informações – eles nos convidam a mergulhar em mundos complexos, enriquecendo nossa empatia e expandindo nossa compreensão do mundo. Umberto Eco resumiu perfeitamente: “Quem lê, terá vivido 5 mil anos. Ler é uma imortalidade retroativa”. Ao preservar e valorizar a leitura de livros impressos, abrimos a porta para experiências profundas e transformadoras que transcendem as limitações do nosso tempo e espaço digital.

O significado do AUM

O significado do AUM

AUM existia, e nada mais. AUM existe, e nada mais. AUM existirá, e nada mais. O que é o Aum? Ele é a mãe de todos os mantras indianos. O que é um mantra? É um poder com uma roupagem sonora. O som do Aum é único. Normalmente, quando duas coisas são batidas, ouvimos um som. Mas o Aum não precisa de tal ação. Ele é o anahata, o som não-soado. É o som sem-som. Um yogi ou personalidade espiritual o ouve autocriado nos recônditos mais profundos do seu coração. Quando você começa a ouvi-lo, pode estar certo de que está muito adiantado na vida espiritual. A sua realização-Deus não mais permenecerá algo distante na escuridão. O dia da sua Auto-realização se aproxima rapidamente.

A é a Aspiração por realizar Deus.

U é a União com Deus.

M é a Manifestação de Deus em nós, conosco e através de nós.

O Aum diz que o homem erra quando diz que só vive porque respira. Ele vive porque em seu alento há o Poder que é Deus.

Ó homem, o Aum pode satisfazer todos os seus desejos ou pode libertá-lo de todos eles. Apeas uma dádiva será concedida: escolha uma das duas. Se os desejos mundanos parecem infinitos, saiba que a riqueza de Deus é mais do que infinita. Você pode livremente continuar a pedir a Ele coisas mundanas. Mas, se quiser liberdade interior e exterior, Deus, sendo Liberdade absoluta, poderá satisfazer eternamente as suas aspirações mais elevadas. E você poderá livremente continuar a aspirar por coisas divinas.

O Aum é um único caractere no sânscrito, representado em inglês pelas três letras pronunciadas como uma sílaba. Poderíamos falar sobre o Aum até o fim do século sem exaurir seu significado infinito. Podemos dizer que AUM é uma árvore. Uma árvore tem as suas raízes firmemente cravadas no solo. O seu tronco, os seus ramos e os seus galhos estendem-se para cima, para cima, numa prece muda ao Altíssimo. A árvore é um símbolo vivo de aspiração flamejante. As raízes, cavando fundo como se tentassem alcançar as entranhas da terra para extrair o alimento da sua vida, são representadas pelo “A”. O tronco e a folhagem, que manifestam a Vida eterna para todos nós vermos neste plano de existência, são representados pelo “U”. Os ramos mais altos, que se erguem em direção ao Infinito como uma oração muda ao Altíssimo, são representados pelo “M”.

O AUM é um rio. O “A” é a fonte, que brota do seio da terra. O “U” é a correnteza impetuosa da Vida eterna que leva consigo tudo o que toca. O “M” é a chegada final ao Oceano infinito do Além transcendental.

O AUM é uma vela acesa. O “A” é a cera, o “U” é a chama, o “M” é a luz e o calor que se espalham para fora, para o mais longínquo e para cima, para o mais elevado.

AUM é um homem. “A” representa a sua natureza física básica, as forças que o alimentam e impulsionam. “U” representa a manifestação da sua vida, crescendo em direção a formas de expressão maiores e mais elevadas. “M” representa a sua alma aspirante a tocar os Pés do Supremo.

AUM é Deus. “A” manifesta a existência visível: a criação nas suas infinitas formas e inumeráveis expressões. “U” é a corrente da Vida eterna, que transporta toda a criação para a frente e para cima. “M” é o Supremo infinito, o Inmanifesto transcendental.

AUM é o som sem som. É a vibração do Supremo. É um som único, indivisível e inefável. Quando ouvimos o som sem som dentro de nós, quando nos identificamos com ele, quando vivemos dentro dele, podemos libertar-nos dos grilhões da ignorância e realizar o Supremo dentro e fora de nós.

AUM 1309. Do próximo livro de Sri Chinmoy, /Mundo de Oração, Mundo de Mantra e Mundo de Japa

Sri Chinmoy, AUM – Vol.II-1, No.11, 27 de novembro de 1974, Vishma Press, 1974

O mantra Aum (OM)