by Patanga Cordeiro | Jun 8, 2022 | Dicas para meditação
Pergunta: Você pode explicar se vale a pena tentar conversar sobre as experiências interiores de alguém com outras pessoas?
Sri Chinmoy: Alguns Mestres espirituais aconselham os seus discípulos a partilhar suas experiências só com eles. Na maioria das vezes, não é aconselhável comunicar ou oferecer as experiências interiores de alguém para outras pessoas. Suponha que você teve uma experiência elevada, sublime. Mesmo se contar essa experiência ao seu amigo mais íntimo, a inveja dele pode tentar devorar a riqueza, a realidade viva da sua experiência. Às vezes, ao dividir suas experiências interiores com um iniciante, ele pode tentar ter a mesma experiência a ferro e fogo.
Na vida espiritual, isso nunca pode ser feito. O progresso espiritual é um processo lento, constante e gradual. Só porque você provou uma manga e me contou sobre ela, eu posso tentar também subir no pé de manga. No entanto, se não souber subir, ao tentar vou cair e me machucar. Também, ao contar suas experiências interiores a outras pessoas, o orgulho humano poderá entrar em você.
Só se deveria compartilhar experiências interiores com a permissão do Mestre. Se a pessoa não tem um Mestre, então deve mergulhar profundamente em si mesma e ouvir os ditames da alma. Se a alma ou o Mestre pede a algum buscador que divida suas experiências com o resto do mundo, então não haverá nenhum problema. Nesse caso, pode acontecer de, se uma pessoa contar sobre suas experiências, os amigos dela vão ficar inspirados a entrar no mundo de aspiração. Porém, é sempre aconselhável perguntar ao Mestre ou mergulhar profundamente em si mesmo para saber se deve compartilhar suas experiências com os outros. De outra maneira, isso pode criar resultados imprevistos e deploráveis no próprio buscador ou naquele com quem está tentado partilhar das experiências.
Earth-Bound Journey, Heaven-Bound Journey, p.62-63
Pergunta: É uma boa idéia discutir sobre experiências espirituais com nossos irmãos e irmãs?
Sri Chinmoy: Não é aconselhável discutir sobre experiências interiores com seus irmãos e irmãs espirituais. Embora eles pertençam à mesma família sua, ainda não venceram a inveja. Exteriormente, vão ficar felizes e exaltá-lo aos céus. Entretanto, interiormente, os corações deles vão queimar e tentarão tirar a essência da sua experiência por meio da inveja e de outras forças baixas. Não existe uma regra rígida, mas mesmo que um discípulo seja extremamente próximo a você – digamos que o seu marido ou a sua esposa – ainda assim a inveja pode surgir.
Às vezes, ao ter uma experiência e contar aos seus amigos sobre ela, eles vão duvidar dela. Nessa hora, imediatamente a força, o poder e a luz da experiência desaparecem. A dúvida tem o poder de levar a sua experiência embora imediatamente.
Na vida exterior, se você contar aos outros que está sofrendo ou numa consciência baixa, então poderá conseguir alguma solidariedade deles e eles tentarão elevar a sua consciência. Entretanto, quando é uma questão de muito elevadas e sublimes, existe toda a possibilidade de ser mal-compreendido, criar inveja ou ser atacado pela dúvida dos outros. Assim, por favor, mantenha essas coisas para você mesmo. Suas experiências vão finalmente se transformar em realização, que é como a plena luz do dia. Você não pode esconder a luz do dia, mas tem de esconder a chama, porque existem pessoas que podem assoprá-la com a inveja ou com a dúvida.
Você deveria, porém, deixar o seu Mestre saber dela. Seu Mestre espiritual não tem inveja de você, porque ele teve experiências infinitamente mais elevadas. Ele também sabe que nenhum discípulo terá uma experiência maior sem a inspiração pessoal, o conhecimento e a ajuda consciente ou indireta dele. Se você contar ao seu Mestre sobre uma experiência sua, isso só vai acrescentar à sua convicção. Ou se foi apenas uma alucinação mental, o Mestre pode lhe dizer.
Algumas pessoas têm experiências falsas. Elas lêem alguns livros que tratam de experiências mais elevadas e então essas experiências inconscientemente entram na mente delas; de modo inconsciente, elas estão tentando assimilar as sublimes experiências da pessoa que escreveu o livro. Mas, às vezes, nem mesmo o autor teve as experiências. Ele só as pegou emprestadas do livro de outra pessoa. Nessa hora, o Mestre será capaz de dizer se as experiências são ou não genuínas e realmente resultado de uma aspiração interior.
Se você não tem um Mestre a quem contar suas experiências, então o que pode fazer? Tem de tentar observar aonde o resultado da experiência o leva e o que está obtendo dela. Se obtiver paz, luz e felicidade em medida abundante, vai saber que a experiência é genuína. Se é uma experiência real, genuína, sua mente vai ficar calma e quieta e seu coração vai entrar numa perfeita harmonia. Apenas em perfeita harmonia consegue-se o mais elevado tipo de experiência. Todavia, se a experiência for falsa, vai criar uma excitação e vai compeli-lo a contar aos seus amigos sobre ela, para que assim você receba admiração e apreciação deles. Porém, isso só vai deixá-los com inveja. Você não tem o direito consciente ou inconsciente de aumentar a inveja deles. A melhor coisa a ser feita é manter suas experiências interiores para si mesmo.
Great Masters and the Cosmic Gods, p. 17-20
by Patanga Cordeiro | Jun 7, 2022 | Histórias pessoais - diário
Hoje estava correndo, e uma moeda de um real caiu da sacola. Só ouvi o barulho da queda de um metal. Sri Chinmoy costuma contar que ele pega todas as moedinhas que acha na rua, mesmo de um centavo. A intenção é não esnobar o presente de prosperidade. Eu peguei esse costume também.
Então fiquei procurando a moeda na calçada, mas não consegui achar. Um senhor passou caminhando e perguntou, “Perdeu algo?” Enquanto caminhamos alguns metros, ele passou bem do lado da moeda, que estava bem mais para frente de onde eu estava procurando. Ele disse: “Ah, você a achou por causa de mim!” Parece algo engraçado, mas achei que Alguém tinha mandado ele, ou era Ele mesmo Alguém que foi me mostrar onde estava a moeda, pois eu justamente não tinha conseguido achar e estava prestes a me conciliar com a perda.
Agora já bem grato e feliz com a experiência e a sensação de cuidado por mim, na quadra seguinte encontrei um abacate caído para dentro de um terreno público meio abandonado. Estava verde ainda e devia ter caído na grama e rolado até a grade. Levei-o para casa como um presente também e vou esperá-lo amadurecer junto com a minha percepção das coisas!
by Patanga Cordeiro | Jun 6, 2022 | Dicas para meditação
Dicas para meditação 36 – Experiências Interiores
Pergunta: Como posso reconhecer uma experiência espiritual?
Sri Chinmoy: No seu caso é fácil. Por milhões de vezes você teve um sentimento de verdadeira disposição em ajudar a humanidade, e com a Graça de Deus ajudou-a de acordo com sua capacidade. Então obteve alegria. Mas não encare essa alegria como resultado da sua ação. Quando obtiver alegria interior, por favor, não sinta que é resultado de um desejo satisfeito ou de uma ação bem sucedida.
Não sinta que está feliz porque o resultado é satisfatório. Não. Separe imediatamente você mesmo da sua ação. Assim, verá que a alegria que está tendo é de um sentimento de unicidade – unicidade com a Consciência universal, a Consciência cósmica ou a sua própria consciência.
A espiritualidade é sempre natural. Qualquer coisa que não seja natural nunca pode ser espiritual. Agora mesmo você não vê a verdade como o seu direito de nascimento. A verdade é alguma coisa não natural; alguma outra pessoa possui a verdade, mas você não a possui. Mas, ao estar na vida espiritual, verá que a espiritualidade é propriedade de todo mundo.
No seu caso, você teve experiências espirituais várias e várias vezes. A qualquer hora que me concentro em você, vejo que quer ser iluminado e guiado pelo Supremo. Essa própria idéia de que você quer ser iluminado, guiado ou moldado por alguém que sabe como guiá-lo e moldá-lo não é um desejo. É até mais do que uma aspiração. É uma expressão exterior da experiência interior da sua alma. É a sua alma que está tendo essa experiência interior.
Uma pessoa não-aspirante diz: “Eu tenho de me salvar. Tenho de fazer tudo. Ninguém fará nada por mim”. Entretanto, no seu caso, já vi várias vezes que você tem o desejo de ser ajudado e guiado pelo Supremo em mim. Isso é o mais elevado ou, podemos dizer, a mais efetiva experiência da sua alma, expressa na forma de desejo ou aspiração. Constantemente você está tendo experiências quando sente que é uma criança no Colo do Supremo. Esse mesmo sentimento você verá se for profundamente dentro de si mesmo. É uma experiência incorporada pela sua alma, e você só está tentando manifestá-la na forma de aspiração.
Experiences of the Higher Worlds, p.33-35
Pergunta: Como posso dizer se as minhas experiências interiores são genuínas ou falsas?
Sri Chinmoy: Se ficar em dúvida quando tiver uma experiência interior, concentre-se no coração. Se a experiência for genuína, você vai sentir uma sensação sutil de formigamento. Se sentir como se uma formiga estivesse escalando ou se arrastando no seu coração, então saberá que a sua experiência é genuína.
Quando tiver uma experiência interior, tente respirar tão lenta e silenciosamente quanto possível, e sinta que está trazendo pureza ao seu sistema. Sinta que a pureza está entrando em você como uma linha e está girando ao redor do seu umbigo. Se você sentir que o seu coração espiritual não está disposto a entrar no seu umbigo, então a sua experiência é uma mera alucinação. No entanto, se o coração entra de bom grado no umbigo, esteja certo de que a sua experiência não é uma alucinação; é absolutamente verdadeira e genuína.
Quando tiver uma experiência e quiser saber se ela é válida, tente sentir por alguns minutos se você cresce naquela experiência ou não. Se sentir que pode crescer naquela experiência, mais cedo ou mais tarde, em uma hora ou duas, ou em um dia ou seis meses, então a sua experiência é genuína. Porém, se sentir que a realidade é alguma outra coisa e você nunca vai poder crescer naquela experiência, então ela não é genuína.
Quando tiver uma experiência, tente separar a sua vida exterior da sua vida interior. A vida exterior é uma vida de necessidade, demanda e exigência. A vida interior também é uma vida de necessidade, mas é da necessidade por Deus, não da sua necessidade; das exigências de Deus, não das suas demandas ou exigências. Tente sentir se é a necessidade de Deus que está operando em e através da sua experiência, se Ele precisa de você e quer satisfazer a Si mesmo em e através de você. Se você pode crescer nesse tipo de sentimento ou realização, a sua experiência é genuína. No entanto, se você se identifica conscientemente com as suas exigências, então a experiência não é verdadeira. É só uma alucinação.
Meditation: God’s Beauty and Man’s Duty, p. 45-47
by Patanga Cordeiro | Jun 5, 2022 | Aforismos e poemas para meditação
Quando estou no Barco do meu Senhor
Sou capaz de manter minha vida
Sob meu perfeito controle.
Então não pode haver plenitude
Na nossa vida espiritual.
Quanto mais humildade podemos ter
Mais rápido podemos fazer progresso
E mais rápido podemos correr
Se pudermos cultivar alegria
Então poderemos nos tornar
Instrumentos favoritos de Deus.
Com a Vontade de Deus ou do Mestre
É o resultado do amor divino.
A luz está em todo lugar—
Mesmo na noite mais escura
Porque nenhuma criação de Deus
Não há um grande diferencial
Entre iluminação e libertação—
Uma vez que você está iluminado,
Constante, incessante realização.
Todos sabemos o que é insegurança.
Segurança é a percepção consciente
Um tipo de segurança diz:
“Eu amo Deus e, portanto, posso senti-Lo.”
Outro tipo de segurança diz:
“Deus me protege todo o tempo e, portanto, estou seguro.”
A verdade que machuca deliberadamente—
Que machuca impiedosamente—
É pior do que a falsidade.
by Patanga Cordeiro | Jun 4, 2022 | Histórias, Histórias pessoais - diário
Pergunta: Recentemente tenho me sentido não apenas fisicamente fraco, mas também fraco de outras formas. Fico me perguntando como posso ficar forte para poder correr o mais rápido.
Sri Chinmoy: Permaneça em silêncio, silêncio, silêncio. Mesmo quando estiver caminhando, não permita que quaisquer pensamentos venham. Não pense “Este é um pensamento bom, aquele é um pensamento ruim.” Não. Tente não ter pensamentos, nenhum pensamento. Permita que Deus pense dentro de você. Permita que o Supremo pense dentro de você. Deixe que Ele faça o necessário. Se algum pensamento aparecer, interrompa-o, interrompa-o, interropa-o. Você verá como terá muito mais energia, disposição, avidez e tudo o mais que precisar. O caminho lhe será mostrado.
Só mantenha a mente em silêncio absoluto – mesmo por dois ou três minutos. É como o desenvolvimento de um músculo. Se hoje conseguir manter a mente em completo silêncio por dois minutos, e amanhã por três minutos, então gradualmente, gradualmente, se fizer isso por bastante tempo, verá o quanto poderá melhorar na sua vida interior – não apenas na sua vida interior, mas também na sua vida exterior. Você será capaz de fazer melhorias tremendas.
Sri Chinmoy, Conversations with Sri Chinmoy, Agni Press, 2007
Aprendi a encarar o escrever como um serviço especial. Assim que me propus a escrever neste momento, veio um sentimento de utilidade – de que eu estava a fazer algo de fato valioso. Não sei se vocês poderão aproveitar algo, mas pelo menos a minha própria aspiração se aproveita do ato!
Quando fazemos algo de valor, por vezes uma espécie de silêncio interior brota. Não é o silêncio completo, a ausência de pensamentos, mas sim algo dinâmico e, ao mesmo tempo, pacífico. É como saber que está fazendo a coisa certa, porque aquilo tem de ser feito e, portanto, nada nos incomoda de forma derradeira. Basta continuar fazendo.
Experiências de silêncio interior com coisas do dia a dia
Tocando violoncelo
Uma vez, num domingo à tarde, sentei-me para fazer uma meditação extra. Mas não deu certo. Estava por demais inquieto. Resolvi então pegar um instrumento musical para praticar um pouco. Como para mim era algo incrivelmente difícil, precisei me concentrar muito. Lembro até mesmo de um pouco de saliva escorrendo do canto da boca, pois eu tinha perdido controle dessas funções ao me concentrar para tocar.
Assim que terminei de praticar, senti-me novamente inspirado a tentar meditar. Assim que sentei, logo tive uma daquelas melhores meditações do ano. Acho que foi o fato de eu ter me concentrado bastante antes, que criou um silêncio na mente, permitindo ao coração meditar em paz. Senti que essa meditação sozinha valeu todo o gasto com comprar o instrumento e os meses de prática!
Praticando kendo: mushin
A primeira vez foi quando eu era adolescente. O sensei estava fazendo eu passar por um treino muito difícil, e eu fiquei além de esgotado. Quase não conseguia me manter em pé, nem esticar os braços para frente e tive de continuar treinando com ele. Quando – de repente – ele ataca e eu, sem saber o que estava acontecendo, fiz um contra-ataque que foi perfeito para o meu nível atual. Eu mesmo só observei o ato, e como o fiz com vigor e precisão, com uma energia que não parecia disponível nem quando estava descansado, e muito menos naquele nível de exaustão extrema.
A segunda vez que lembro foi mais recente. A situação foi similar. O sensei estava exigindo que eu fizesse golpes bem melhores do que eu conseguia no momento. E, com o passar dos momentos, eu ficava mais cansado, pela repetição. Isso fazia com que os golpes piorassem, ao invés de melhorar. Foi então que, depois de muita exigência, o golpe “perfeito” brotou: ao invés de eu reagir após o chamamento dele para golpear, simplesmente consegui golpear na mesma hora que ele decidiu que eu deveria golpear. O próprio sensei sorriu e me abraçou, dizendo: “Você viu!? Aqui dentro (apontando para a minha cabeça), esse foi um golpe muito bom.”
Outra vez que lembro foi quando o sensei colocou todos nós para um dos exercícios mais cansativos, e por mais tempo que o de costume. Em seguida, ele chamou a mim e mais alguns colegas para continuar fazendo com ele e outros mais graduados o mesmo exercício do qual estávamos exaustos, sem descanso algum. Tentei fazer o meu melhor. Percebi ao voltar para casa que estava tão silencioso que nem mesmo a minha mente sabia como voltar para casa. Eu só sabia voltar por partes: “Saia do dojo. E agora? Anda até a estação de metrô. E agora? Pega tal trem.” Etc. Caminhando da última estação para casa, eu estava tão satisfeito, mesmo indefeso como uma criança de tão cansado. Espontaneamente surgiu na minha mente a repetição “Supreme, Supreme, Supreme…” (Supremo, Deus.) Eu fiquei repetindo o nome de Deus em silêncio, pois nada mais havia senão isso para ocupar o espaço criado.
Experiências de silêncio interior com a meditação
Fazer a “coisa certa”
Lembro de estar no trabalho logo antes de dar um curso de meditação. Antes de ir embora no fim do expediente, parei para meditar por uns 5 minutos. Foi uma meditação tão boa que era óbvio que não era eu quem estava meditando. Aquela meditação me foi concedida, isso sim. Peguei o metrô para ir dar o curso mais a noite e nada importava. Tudo estava ótimo, todas as coisas, todas as pessoas belas, e eu estava satisfeito. Acho que simplesmente eu estava fazendo a coisa certa ao ir de noite oferecer o curso de meditação, e Alguém quis me ajudar a fazer o serviço dar certo.
Tenho vagas impressões também de outras vezes em que, logo após “fazer a coisa certa”, senti um grande silêncio e satisfação interior. Algumas coisas foram difíceis de fazer ou decidir, por vezes envolviam outras pessoas. Mas fico com a sensação de que foi o mais certo – não que eu me convenci de que era o correto, mas sim que a sensação e o silêncio que sobraram eram o indicativo.
O Mestre espiritual
Aproximadamente em 2005 estávamos reunidos num fim de semana para jogos, meditação, corrida, canto, etc. Nosso Mestre nos ligou de Nova Iorque e abençoou cada um no telefone: “My soul´s highest blessings and my heart´s infinite love to you.” Assim que soltei o telefone, percebi a mudança de consciência. Não restava nada a ser feito. Resolvi ir meditar na sala. Um colega também veio. Ficamos sentados muito tempo. Eu tinha a sensação de que nem precisava meditar – era só me manter aberto e receptivo. Tudo já tinha sido feito. Eu fui um paciente do que aconteceu. Vocês já viram algum ditado como “Um simples toque do Mestre pode…”?
by Patanga Cordeiro | Jun 3, 2022 | Dicas para meditação
Pergunta:Os discípulos devem oferecer conselhos com base nos seus escritos?
Sri Chinmoy: Não dê conselhos, porém torne claro que isso é o que você acha que seja o significado do que escrevi. Explique do seu jeito e diga que é baseado no seu entendimento, na sua experiência interior. Desde que o outro não entende por si mesmo, ele pode tentar a sua interpretação; porém ele não está obrigado a ver as coisas exatamente do seu modo. Por você ter tido um entendimento, pode dizer que quer compartilhar com ele. Se ele sentir que o seu entendimento está correto, tudo bem. Caso contrário ele pode chegar às suas próprias interpretações.
Obedience or Oneness, p. 26
Pergunta:O que eu deveria fazer quando estou em posição de dar conselhos a alguém?
Sri Chinmoy: Se você se sentir compelido interiormente a dar conselho à alguém, deve fazê-lo. Entretanto, pode ser que o meu conselho seja mais direto ou possa trabalhar mais rápido do que o seu. Posso lhe assegurar que o seu conselho não será tão divino, espiritual ou, digamos, tão frutífero quanto o meu. Contudo seu conselho poderá ajudar e ser frutífero se sentir a minha presença e tiver uma tremenda devoção a mim enquanto você estiver dando conselhos a seus irmãos e irmãs espirituais. Se você tiver uma tremenda devoção na hora em que for dar o conselho, eu lhe digo que nessa hora você será incapaz de errar.
Quando alguns de meus discípulos dão conselho, eles imediatamente se consideram iguais a mim. Se esquecem totalmente que são meus discípulos e queeu sei um pouco mais do que eles. Eles estão tendo a imensa oportunidade de se revelarem. Nessa hora eles negam a minha existência na vida deles.
Digamos que alguém necessita de algum conselho seu ou, mesmo que ele não necessite de conselho, você sente que aconselhá-lo é seu grande dever. Ele é seu amigo há muito tempo e agora seus pensamentos estão nublados. A dúvida ou alguma outra força ruim entrou nele. Enquanto você o aconselha dentro da sua necessidade, se estiver pleno de devoção a mim, Você estará atraindo então minha luz e sabedoria tal como um imã. Isso irá para a pessoa a quem você quiser oferecer. As pessoas cometem erros porque se esquecem de mim totalmente. Por alguns minutos eles se tornam o Mestre daquele buscador em particular com quem estão falando e então cometem erros.
Muitas vezes aconteceu e muitas vezes irá acontecer em que o Supremo deseja que uma pessoa em particular tenha uma experiência, de modo que no futuro ela seja mais cuidadosa na sua vida espiritual. Você pode estar cometendo um erro por aconselhá-lo.Você faz de coração, pois sabe que ela está fazendo algo errado. Porém como você sabe se é da Vontade de Deus ajudar aquela pessoa naquele momento? Como você sabeque seu conselho é oportuno? Ele necessita de ajuda, mas sua melhor ajuda poderá ser fornecida durante sua meditação. Você estará indo a pessoa certa, ao Supremo. “Supremo, eu sinto que essa pessoa necessita de ajuda. Mas como eu posso ajudar? Somente Você é que pode ajudá-lo.” O Supremo estará pronto para ouvir sua prece e então Ele irá fazê-lo à sua própria maneira.
Obedience or Oneness, p. 26-29
by Patanga Cordeiro | Jun 2, 2022 | Aforismos e poemas para meditação
Aforismos meditativos do livro 77.000 Service-Trees, vol 50, escrito por Sri Chinmoy
Abnegação significa bondade
Se é abnegação, é tudo bondade.
Sem sinceridade crescente,
Não é possível fazer progresso satisfatório
A realidade mais necessária
Entre o Mestre e o discípulo.
O nosso recipiente-receptividade,
É de importância fundamental
Para o mais rápido progresso.
Mesmo uma gota de progresso
Do que a assim-chamada vida-sucesso.
É absolutamente necessário
Para o mais rápido progresso.
Quanto mais você consegue se desapegar
by Patanga Cordeiro | May 31, 2022 | Histórias, Histórias pessoais - diário
Uma pequena anedota: outro dia de manhã cedo senti que era o melhor dia da minha vida. O dia mais feliz da minha vida. O que aconteceu assim, tão logo cedo?
Conquistei algum objetivo da minha vida? Recebi uma boa notícia? Alguém me disse algo bom? Consegui um bom emprego? Comprei a casa própria? Ganhei na loteria? Família, amigos?
Não.
Eu só estava sentado, meditando em silêncio, e senti uma satisfação tão grande no meu coração. Eu estava ali apenas e senti-me o ser mais feliz. Todas possibilidades mais acima são bem transientes. Hoje parecem ótimas, mas amanhã já acontece algo e passamos a ficar na dúvida se realmente foram coisas boas, quanto mais a melhor coisa que já aconteceu.
Já a experiência que tive foi algo tão sólido, tão real. Sinto ela enquanto escrevo-a hoje, passadas algumas semanas. Meus dias mudaram, pelo menos os dias que vivem dentro de mim. Eu mudei.
Peace means satisfaction —
Satisfaction through prayer,
Through meditation
Or through surrender
To God’s Will.
-Sri Chinmoy
From the book Twenty-Seven Thousand Aspiration-Plants, part 65
by Patanga Cordeiro | May 30, 2022 | Aforismos e poemas para meditação
Aforismos meditativos do livro 77.000 Service-Trees, vol 50, escrito por Sri Chinmoy
Como amar a Deus corretamente,
Os sorrisos do meu coração
Até que o coração seja liberto,
Conscientemente libertos da ignorância—
A realização-Deus não pode ser alcançada.
Quando nossa consciência alcança
Uma certa elevação considerável,
Das nossas qualidades divinas
Estabelecer pureza permanente
É o trabalho mais difícil,
Uma tarefa impossível, nunca!
E a pureza dá um passo além—
A pureza gosta de ver tudo como perfeito.
by Patanga Cordeiro | May 29, 2022 | Dicas para meditação
Dicas para meditação 33 – ser sozinho x estar sozinho
Pergunta:Como alguém pode caminhar sozinho ainda assim experimentar a unicidade?
Sri Chinmoy: Antes de tudo, temos que saber a diferença de estar sozinho e ser sozinho. Nós podemos sentir solidão mesmo quando estamos entre centenas daqueles chamados de amigos ou mesmo entre verdadeiros amigos.Se não sentimos a presença de Deus dentro do nosso coração, estaremos propensos asentir solidão não importa quantos amigos ou quantas centenas de pessoas estejam ao nosso redor.
Ir sozinho não significa que tenhamos indiferença ou distanciamento. Ir sozinho significa que a hora de Deus chegou para nós. Agoratemos que correr em direção a nossa meta sem esperar pelos nossos entes queridos, cuja hora ainda não chegou. Se a hora de alguém chegar um minuto antes ou depois da sua, isto não da sua responsabilidade.Quando a sua hora chega, você vai e se acontecer de, ao mesmo tempo a hora de alguém chegar, vocês podem então ir juntos. Porém se alguém começar antes ou após você, não significa que não possa estabelecer sua unicidade com ele. Você pode facilmente sentir sua unicidade com aqueles que estão à frente ou atrás e pode manter sua unicidade enquanto vai sozinho. Você está sozinho porque ninguém está ao seu lado, contudo há pessoas atrás e à frente de você que podem experimentar facilmente um sentimento de unicidade enquanto estiverem andando pelo mesmo caminho e em direção ao mesmo destino.
A God Lover’s Earth-Heaven-Life 1, p. 26-27