Perguntas sobre meditação 22 – livros de Mestres espirituais

Perguntas sobre meditação 22 – livros de Mestres espirituais

Se seu Mestre tivesse escrito somente um livro, ou mesmo se ele não tivesse escrito nenhum livro, há um livro em seus dizeres, e este livro é mais que suficiente para todos os discípulos que seguem seu caminho. Se você disser, “Eu já li todos os escritos de meu Mestre“, então você deve saber que lê-los só uma vez, não é suficiente. Você tem que ler e reler todos eles. Mas um livro pode dar a você mais inspiração que os demais. Logo, este livro em particular, você deve ler todo dia. Alguns discípulos lêem um livro uma vez e dizem,“Eu li este”. Se você ler com sua mente apenas, até mesmo se você ler a mesma linha hoje e amanhã, você não pode ter nenhuma inspiração. Mas se você ler com seu coração, de cada palavra você tirará aspiração ilimitada. Cada dia você verá nova luz nos escritos de seu Mestre. De cada palavra você terá uma nova luz. Na Índia, alguns buscadores selecionam um livro espiritual e o lêem várias vezes. Há setecentos versículos no evangelho indiano, o Bhagavad Gita. Leva-se três ou três horas e meia para o ler e há algumas pessoas que o lêem todo dia. Alguns buscadores não lêem nenhum livro. Eles lêem este livro repetidamente com o objetivo de serem purificados. E todo dia eles tiram nova inspiração, nova aspiração deste livro. Todos os dias você também pode ter uma nova revelação. O que é revelação? É o fruto de sua aspiração.

Logo, se vocês lerem os escritos de seu Mestre, não como lêem um jornal, mas com sentimento, “Hoje eu irei ter uma nova revelação”, então vocês são compelidos a tê-la.

Aspiration-Flames, p.47-48

 

 

Eu disse muitas, muitas vezes, para vocês lerem meus escritos. Isto é minha prece para vocês. Se vocês já compraram livros, por favor, leiam. Se vocês já leram os livros, então por favor, comprem um novo toda semana e leiam pelo menos cem páginas por semana.

Se vocês têm livros novos, vocês terão nova inspiração. E se vocês puderem ler livros velhos com um coração devotado, então cada um deles pode supri-los com nova inspiração. Se vocês lerem dez vezes seu livro favorito, cada vez terão nova inspiração.

ChinmoyFamily, Fev-Mar 1977 p.6

 

 

Pergunta:Seus escritos contêm uma força especial?

 

Sri Chinmoy: Meus escritos não são pensamentos emprestados, mas a expressão de minha própria experiência. Alguns filósofos, professores e estudantes pegam idéias de outros; as idéias sobre as quais escrevem, não vêm de sua própria realização.

No meu caso, minha gramática pode estar absolutamente errada, mas a consciência que eu revelo é uma consciência divina. Logo, mesmo se eu disser, “Eu vamos”, não há problema. Mas quando eu digo “Eu”, isto contém uma grande força espiritual e poder espiritual. Isto é assim não somente quando eu digo, mas quando todo Mestre espiritual diz.

No meu caso, como eu tenho escrito consideravelmente, eu digo a meus discípulos para lerem meus escritos primeiro. Veja quantos anos serão necessários para que meus escritos sejam lidos com a alma! Você deve marcar as partes que mais se destacam para você, e então, lê-las novamente. Sinta que essas partes são como mantras que você repete muitas e muitas vezes. Se você gostar de um poema, pode lê-lo todo dia, se quiser. Mas você deve ler tudo, ao menos uma vez, para fazer uma seleção. Se você não ler tudo uma vez, como saberá de qual parte gosta mais? Para fazer uma seleção, você vai a uma loja e seleciona aquilo de que mais gosta. Mas, sem ver tudo, como poderá escolher?

Se um discípulo ler meus escritos como forma de meditar em mim e no Supremo, então ele está em minha consciência. Se ele os ler uma segunda vez, então novamente irá capturar minha consciência.

Obedience or Oneness, p.16-17

 

 

Virá um tempo na vastidão dos séculos, quando milhões e bilhões de buscadores recitarão e repetirão alguns dos poemas que vocês estão recitando aqui e alguns outros poemas que eu tenho escrito ou escreverei no decorrer dos anos. Por ser muito franco com vocês, estes não são meros poemas; são expressões mântricas de… vocês completam a sentença.

Agora eu estou falando a vocês numa consciência puramente humana, do mundo humano. Repetindo os mantras Védicos, incontáveis pessoas atingiram os mais altos reinos de consciência. Vocês não estudaram os Vedas e os Upanishads em Sânscrito e vocês não têm que estudá-los. Se vocês estudarem meus poemas com o mesmo espírito que os buscadores de outrora estudaram e recitaram os Vedas e os Upanishads, aí você está compelido a ser libertado.

De minha profética visão da alma, de minha visão inconfundível e inabalável da alma eu lhes falo: Muitos,muitos poemas escritos por seu Guru, não apenas inspirará e iluminará, mas também libertará incontáveis buscadores na terra, da rede de ignorância. Eu estou muito feliz, muito orgulhoso que enquanto eu esteja aqui na terra, algumas de minhas crianças estão recitando e meditando nestes poemas, tão plenos de alma.

Meditação é de suprema, suprema importância. Mas quando estiverem cansados de meditação, estes poemas, que são chamados mantras, estão aptos a inundar todo seu ser com Paz, Luz e Deleite…

Quatrocentos livros estão vendo a luz do dia. Agora, nós encontramos trezentos e noventa e nove e na próxima semana, serão quatrocentos. Fora quatrocentos livros, haverá ao menos quarenta ou, digo, dez livros, ou sete livros -ao menos sete livros – que estarão aptos a alimentá-los sem reservas e incondicionalmente, todo o tempo. E vocês podem também ser uns leitores divinamente vorazes.

Uma conversa após discípulos recitarem poemas do Ten Thousand Flower-Flames, 8 Dez. 1979

 

 

O humano em mim escreverá muito mais poemas. Pode acontecer que o humano em mim exceda o número que já oferecemos ao mundo no espaço de um dia. Mas eu desejo dizer-lhes mais uma vez como já tenho dito, que isso não é um caso de quantidade versus qualidade. O Supremo em mim ordena que eu escreva poemas, e eu lhes asseguro que Ele também me dá a capacidade de conquistar a qualidade. O Supremo em mim e o poeta em mim andam juntos. O Supremo é de imediato minha visão interior e meu julgamento exterior juntos.

Algumas pessoas que eu jamais vi, que não são meus discípulos no plano exterior, estão fazendo grande progresso-progresso mais rápido que meus discípulos de terceira ou quarta classe, a quem eu vejo freqüentemente. Esses buscadores estão obtendo muita ajuda de mim, no mundo interior. Recentemente, um livro meu, Alimento para a Alma, foi publicado. As pessoas o estão comprando e lendo e eu sou muito grato a elas. Meus escritos são minha consciência. Alta ou baixa, eles são minha consciência, e aqueles que lerem meus escritos podem entrar em minha consciência. Como estão se concentrando em importantes palavras-chave, meu ser interior vem e me diz.

Eu não sei seus nomes, mas no mundo interior eles estão obtendo ajuda abundante de mim.

Dependence and Assurance, p.27-28

 

Pergunta:O que podemos ganhar, lendo seu livro de aforismos, Alimento para a Alma?

 

Sri Chinmoy: Alimento para o corpo é necessário a todos.Todos nós sabemos o que é. Meditação é alimento para a alma. Todo dia, você pode entrar em sua mais alta consciência, se quiser, apenas meditando neste livro de aforismos. Eles são o alimento para sua alma. Leia-o e você verá que a luz está correndo em sua direção, a paz está correndo para você, a felicidade está correndo até você, a iluminação está correndo para você.

Obedience or Oneness, p.20

 

Pergunta:Antes de vir para o seu caminho, eu estava fazendo muitas leituras. Eu fui aconselhado a parar tudo, e eu fiz. Mas eu estou começando a sentir que talvez eu deva continuar.

 

Sri Chinmoy: Se você estudar meus textos, você estará tomando a minha consciência. Se você estudaroutros mestres espirituais, sem problema; não há disputa entre mim ou outros Mestres espirituais. Todos têm o direito de falar a verdade em sua própria maneira. Mas se eu disser uma coisa, e outro Mestre disser a mesma coisa de maneira diferente, você pode ficar confuso. Se quiser estar em meu barco, será melhor para você estudar meus escritos. Então depois, se você ler outros, nesse momento sua base estará forte, já que você sabe onde é a sua casa. Primeiro, você está bem estabelecido em seu lar espiritual, então você pode ir para outras casas, e ver o que elas têm. Mas eu sempre aconselho às pessoas primeiro saber onde sua própria casa é.

Perseverance and Aspiration, p.48-49

 

Eu desejo aconselhá-los a lerem livros sobre Mestres espirituais. Se vocês desejam ler sobre a espiritualidade indiana, vocês podem ler os livros que foram escritos sobre Swami Vivekananda. Outros foram escritos sobre Sri Ramana Maharshi e Sri Aurobindo. Se vocês lerem sobre a vida dos grandes Mestres, vocês estão impelidos a serem inspirados.

The Inner Hunger, p.11

 

Perguntas sobre meditação 21: como esquecer o passado

Perguntas sobre meditação 21: como esquecer o passado

Pergunta:Como posso me assegurar de estar fazendo um bom progresso se o meu passado não era nada aspirante?

Sri Chinmoy: Suponha que por dezessete anos você fumou, bebeu e usou drogas, mas hoje você não está mais fazendo essas coisas. Você viu que aquilo era ruim e então o cortou, como a parte de uma fruta que está podre. Agora a obscuridade e a impureza estão indo embora da sua consciência e novamente você está se tornando luminoso. Hoje você está clamando por perfeição.

Antes você era todo imperfeição. Agora você é cinqüenta por cento perfeito e a sua perfeição está aumentando. Agora você está obtendo sólidas experiências. Você está crescendo na luz. Então, por que se preocupar com seu passado impuro e obscuro? Pense somente no futuro. Eu sempre digo: “O passado é pó”. Não olhe para trás. Viva apenas na imediação de hoje e cresça no futuro dourado.

Inner Progress and Satisfaction-Life, p. 38

Perguntas sobre meditação 20: como manter a disciplina para meditar

Perguntas sobre meditação 20: como manter a disciplina para meditar

Pergunta:Como podemos dar o primeiro passo na direção de uma disciplina construtiva em nossa prática meditativa?

Sri Chinmoy: Vamos tomar a disciplina como um músculo. Não podemos desenvolver músculos muitíssimo poderosos da noite para o dia. Devagar e aos poucos temos de desenvolvê-los. Primeiro, você deve saber por quantos minutos consegue meditar. Se consegue meditar por cinco minutos, significa que nesses cinco minutos você está se disciplinando. De manhã cedo, enquanto seus amigos e seus parentes ainda estão no mundo do sono, se você se levanta para rezar e meditar por cinco minutos, está se disciplinando.

Como você pode aumentar a sua disciplina? O jeito mais fácil é desenvolver uma sede verdadeira, um choro interior, pelos frutos da disciplina. Você pode fazer isso vendo o que acontece quando leva uma vida disciplinada e quando não leva uma vida disciplinada. Você mesmo tem de ser o juiz. Ao se levantar às cinco ou seis horas e meditar por quinze minutos ou meia hora, você se sente extremamente bem. Você sente que o mundo inteiro é belo. Você ama a todos e todos o amam. Acriação de Deus é todo amor por você. Porque você se levantou e meditou por alguns minutos, está inundado com bons pensamentos. Cada pensamento é um mundo em si mesmo. A realidade diária que vemos à nossa volta não é o único mundo. Existem muitos mundos. Por ter se levantado e meditado, você está correndo, pulando e voando nos mundos de bons pensamentos, da beleza, da alegria, da paz e da luz.

Mas no dia em que não se levanta cedo para meditar, você odeia o mundo, odeia a si mesmo, e sente que todo o mundo o odeia. Portanto, você mesmo pode ver a diferença. Não é que você nunca tenha meditado de manhã cedo. Os resultados positivos você já teve várias, várias vezes. Muitas vezes você meditou e muitas vezes não meditou. Você sabe o resultado de cada um. Se for esperto, se for sábio, as boas coisas você vai repetir sempre e as coisas ruins você vai evitar.

Se você está achando difícil disciplinar-se para fazer alguma coisa, veja o resultado. Se você subir em uma árvore, conseguirá frutas muitíssimo deliciosas. Se não subir, não conseguirá as frutas. Você vê que, quando alguém é disciplinado, pode subir e apanhar a manga mais deliciosa e comê-la para a alegria do seu coração. Se você se disciplinar, também poderá fazer o mesmo. Desse jeito, conseguirá uma tremenda satisfação. Por pensar nessa satisfação, você pode facilmente se disciplinar. Não há outra maneira.

Você está vendo pessoas à sua volta que estão chafurdando nos prazeres da preguiça. Existem muitas no barco-preguiça. Mas você pode dizer: “Não, não quero mais ficar nesse barco. Quero ter um novo barco, o barco que navegará em direção à Margem Dourada, em direção à Meta”. Depende de você. Você pode facilmente se disciplinar a si mesmo lembrando-se da alegria que consegue quando se disciplina e da infelicidade que tem quando não age assim.

What I Need From God, p. 20-23

  

Pergunta: Como podemos achar alegria numa disciplina rígida?

Sri Chinmoy: A mente chama a isso de disciplina. O coração chama a isso de um processo pelo qual alcançamos alguma coisa ou ganhamos alguma coisa. A alma não chama a isso nem mesmo de processo. A alma sente que o que chamamos de disciplina não só incorpora a realidade-deleite, mas é a própria realidade-deleite.

Qualquer coisa que queiramos fazer é imediatamente vetada pela mente. Mesmo se esta quis alguma coisa há dois dias ou há dois anos, ela estará pronta para vetar a mesma coisa agora. Essa é a nossa mente malandra. Mesmo se ela quis alguma coisa ontem, hoje ela jogou fora a sua vontade consciente. Com o nosso coração ou com o nosso vital nós queremos algo, mas a nossa mente logo diz: “Não, não pegue isso”. Portanto, disciplina na nossa vida comum nada mais é do que punição, precisamente devido à má vontade da mente.

Aqui nos Estados Unidos vocês não sofreram de malária e eu espero que ninguém jamais venha a sofrer dessa doença. Na Índia, como sofri de malária! Uma vez, meu irmão mais velho e eu ficamos doentes no mesmo dia. Vocês não podem imaginar o quão doloroso isso é. Todos os nervos sutis e pesados começam a dançar. Que dor! Você simplesmente grita e berra. Antes dela, talvez você não saiba nenhuma acrobacia ou exercício especial, mas assim que você pega malária vira um especialista. Com os seus exercícios, você pode competir com os melhores acrobatas. A dor o obriga a isso. Numa outra hora qualquer, se você me pedisse para fazer aquele exercício, eu diria: “impossível!” Mas quando peguei malária, estava com tanta dor que poderia fazer todos os tipos de acrobacias.

O único remédio que temos contra a malária se chama quinina. É extremamente, extremamente amargo. Nenhum outro remédio é tão amargo quanto a quinina. Mas quinina é a salvação. Se não aceitamos a salvação, como vamos nos livrar da nossa febre? A ignorância nos domina. A ignorância é o nosso mestre, mas não queremos mais esse mestre. Precisamos de alguém mais forte do que o nosso mestre atual, alguém que possa derrotar o mestre atual. Queremos conhecimento para sermos nossos próprios mestres. Ele na forma de disciplina, que é como quinina. Se aceitamos essa disciplina, então podemos vencer a ignorância. Temos de saber que a disciplina é o nosso novo mestre, novo guia, novo salvador. Vamos dar o mais alto posto à disciplina.

Hoje, ao pensar em disciplina, você sente que ela nada mais é do que uma punição encarada a todo momento. Mas tente sentir que ela é a sua ajuda, a sua guia, a sua inspiração, a sua aspiração, até mesmo a sua realização. É a disciplina que pode e vencerá as forças não-divinas em você e ao seu redor. Pense na disciplina como um novo mestre que está ajudando você a aprender alguma coisa nova, significativa, plena e frutífera. Assim, você não precisa aprender mais nada do seu velho mestre. Seu velho mestre era a letargia, a escuridão, a ignorância e todas as forças negativas. Agora você tem de dar à disciplina o valor máximo. Ela é o seu novo mestre. Ela incorpora luz e está mais do que disposta a oferecer luz a você. Só assim você não ficará com medo da disciplina. Pense no que você não tem agora e que ela dará a você. Ao fazer esse tipo de comparação, você verá que está nadando no mar-ignorância e que a disciplina está lhe dizendo: “Pobre garota, por que está sofrendo? Eu tenho luz, deleite, paz e felicidade em quantidade ilimitada. Venha aqui, é tudo para você.” Então você vai lá, onde tudo é luz e deleite. E quem está lhe dando essa luz, esse deleite? A disciplina, sua guia, sua salvadora.

The Blue Light of Discipline-Waves, p.9-11

Perguntas sobre meditação 19: mantendo o entusiasmo para meditar

Perguntas sobre meditação 19: mantendo o entusiasmo para meditar

Pergunta:Como podemos saber se é falta de desejo ou falta de energia que nos impede de meditar?

Sri Chinmoy: Você quer meditar, mas está faltando entusiasmo. Todos os dias você faz a mesma coisa, logo ela se torna tediosa e monótona. Você vai à pista e corre, mas o entusiasmo interior não está lá. É por isso que você não corre o mais rápido possível todos os dias. Você está pronto no plano físico: é pontual, tem suas roupas esportivas. Tudo está pronto, mas dentro de você não há inspiração, não há aspiração. Você sente que quer brandir a sua varinha mágica e então, instantaneamente, irá e correrá o mais rápido possível. Mas para correr o mais rápido possível, um verdadeiro anseio, uma inspiração interior é necessário.

Se realmente quer ter sucesso, esse anseio interior é uma coisa de que precisa, mas para satisfazer as exigências do anseio, algo a mais é necessário, e esse algo a mais é o entusiasmo. Todos os dias, devemos sentir de maneira sincera, devotada e plena que hoje é a última chance que temos para realizar o Supremo. Por um lado, estamos lidando com o Infinito e a Eternidade mas, por outro, estamos correndo contra o Tempo Eterno. Temos de sentir que este é o último dia para nós, absolutamente o último dia – que amanhã não nos será dada uma outra chance. Se não realizarmos Deus hoje, estaremos perdidos. Nossa chance será dada a uma outra pessoa. Se alguém aspirou mais do que nós, então ele conseguirá a chance, e nós, não. Mas se aspirarmos mais, conseguiremos a chance.

Transcendence of the Past, p. 41-43

 

Perguntas sobre meditação 18: seguindo apenas um caminho

Perguntas sobre meditação 18: seguindo apenas um caminho

 

A espiritualidade é apenas uma matéria. Não é como história, geografia, ciências e matemática, para as quais você precisa de diferentes aulas. Ela é só uma matéria, e por isso é aconselhável caminhar por uma via. A Meta é uma e está num lugar em particular. Se mudarmos constantemente de estrada, então o nosso progresso naturalmente será lento. Hoje preferimos uma estrada e amanhã sentimos que existe uma outra que poderá nos levar mais rápido à Meta. Estamos apenas mudando de uma estrada para outra e não estamos fazendo progresso em nenhuma delas. Cada caminho é correto à própria maneira dele. Nenhum caminho é imperfeito. Mas temos de saber qual é o caminho que nos satisfaz mais. Uma vez que descobrimos o caminho da escolha da nossa alma, se caminharmos só por aquela via, atingiremos o nosso destino mais cedo do que de outra forma.

SriChinmoy Speaks 4, p. 60

 

 

Pergunta: Eu fui iniciado por um Mestre, mas outro Mestre me deu alguns conselhos sobre a minha vida espiritual. Devo seguir os conselhos dele?

 

Sri Chinmoy: Se você foi iniciado por um Mestre, é sempre melhor falar com o seu próprio Mestre. O Mestre é como o seu médico particular. O médico sabe qual remédio já deu a você. Mas se você sentir que ele não pode curá-lo, naturalmente irá a outro médico. De maneira semelhante, caso você não sinta confiança no seu Mestre e queira mudar, um outro Mestre será capaz de ajudá-lo e guiá-lo. Mas se você estiver sob a orientação de um Mestre espiritual, não será aconselhável seguir as recomendações de outro Mestre.

Palmistry, Reincarnation and the Dream State, p. 42

 

 

Se você tem um retrato bonito de um deus ou de uma deusa, pode usar essa imagem como inspiração. Mas se você se concentrar nela, meditar nela, haverá uma tremenda, tremenda confusão. Num dia você olhará para essa imagem e rezará, no dia seguinte rezará para uma outra deusa, no terceiro dia para outra pessoa e no quarto dia para mim. Então eu ficarei desamparado. Portanto, sempre digo aos meus queridos discípulos para se fixarem em mim assim como eu me fixo neles a todo o momento. Você pode ter outras imagens inspiradoras caso deseje, mas não para uma outra finalidade.

Dependence and Assurance, p. 8

 

 

Pergunta:Guru, às vezes recito o Mantra Gayatri, embora eu seja um discípulo seu. Estou fazendo a coisa certa?

 

Sri Chinmoy: Se estiver fazendo o Mantra Gayatri, ele será muito eficiente. Mas se usar um outro mantra, dado por um outro Mestre, e se você estiver seguindo o meu caminho, então será um problema. Se for um outro mantra, você não tem idéia do que ele fará. Talvez até seja uma palavra espiritual, é verdade, mas a sua natureza pode não corresponder àquele aspecto particular de Deus.

Cada mantra representa um aspecto particular de Deus. Se agora mesmo você precisar do poder-Amor de Deus mais do que de qualquer outro poder, e se não der nenhuma atenção ao poder-Amor, então o seu progresso será muito lento. Mas uma vez que realiza Deus, todos os aspectos Dele entram em você. Freqüentemente eu digo aos discípulos que aceitaram o nosso caminho para não praticarem os antigos mantras que aprenderam de outros Mestres ou de livros. Esses mantras se tornam uma obstrução no caminho. Os discípulos querem ser totalmente devotados ao nosso caminho; mas as forças e a energia que eles criaram ao repetir essas determinadas palavras divinas podem interferir no progresso espiritual deles. É como caminhar por duas estradas ao mesmo tempo: é muito perigoso.

 

 

Pergunta:Antes de ser um discípulo, eu estava estudando Tarô e a Cabala. Isso entrará em conflito com o nosso caminho caso continue a fazê-lo?

 

Sri Chinmoy: O melhor é não fazer essas coisas. Você está num barco diferente, num barco que somente o encorajará a amar a Deus e a devotar a sua existência a servir a Deus. O melhor é tentar seguir o nosso caminho com o coração. Eu não quero dizer que os outros estão errados, mas você terá mais sucesso neste caminho se procurar segui-lo com o coração.

Sri Chinmoy Speaks 6, p. 43

 

 

Existe só um Mestre e este Mestre é Deus, o Absoluto Supremo. Um Mestre espiritual é apenas um irmão mais velho na sua família. Os irmãos mais novos não sabem onde o Pai está ou eles não sabem tudo sobre as capacidades do Pai. O irmão mais velho ensina-os sobre as capacidades do Pai ou leva-os ao Pai. Então a parte dele terminou. Portanto, não haverá conflito se você seguir o meu caminho porque eu não sou a meta. Sou apenas um mensageiro: levarei você ou a sua mensagem ao Supremo.

Se eu disser que o meu Hinduísmo é, de longe, a melhor religião, e se você disser que o seu Cristianismo é, de longe, a melhor religião, nós só discutir e brigar. Mas dizemos: “Não, você continua na sua religião e me deixa continuar na minha, e vamos nos juntar para fazer alguma coisa maravilhosa para Deus e para a humanidade”. Nós nos juntaremos e faremos o necessário. Então voltaremos às nossas respectivas casas, nossas religiões, para descansarmos.

Quando seguimos um caminho, não encorajamos nenhum buscador a olhar com desprezo a religião. Pelo contrário: sentimos que o nosso amor pela religião é fortalecido porque seguimos o Yoga. Yoga significa unicidade com Deus. Se pudermos estabelecer a nossa unicidade com Deus, ou se pudermos ter um livre acesso ao Coração de Deus, poderemos acrescentar nossa força, nossa luz, à nossa própria religião. Mas virá um dia em que conseguiremos luz do interior, quando o nosso ser estiver repleto de luz. Nesse momento seremos capazes de oferecer luz à religião.

SriChinmoy Speaks 6, p. 42-43

 

 

Pergunta:Que atitude deveríamos tomar em relação a religiões diferentes da nossa?

 

Sri Chinmoy: Assim como Deus nos deu uma livre escolha para seguir qualquer caminho, devemos dar liberdade aos outros para seguirem o caminho deles. Existem dezenas de estradas que levam a Deus. Cada indivíduo tem o direito de escolher aquele que seja condizente com o seu temperamento, o seu grau de evolução e as suas necessidades presentes. Aceitação e tolerância são excelentes. Entretanto, podemos ir até mesmo mais adiante, e sentir que a religião de outra pessoa é tão importante, tão necessária para ela, quanto a nossa é para nós.

É verdade que, quando estamos numa família, é muito difícil de se governá-la quando todo mundo está num caminho diferente. E existe uma grande tentação em dizer: “Você é um tolo, está perdendo o seu tempo naquele caminho”. Mas devemos dar a cada pessoa a liberdade interior de escolher o caminho dela.

Ao mesmo tempo, temos o direito de inspirar os outros com o nosso entusiasmo e devoção ao nosso caminho. Mas se eles não são receptivos, se discutem conosco, é melhor oferecer-lhes a nossa luz silenciosamente e interiormente. À noite, quando todos estão dormindo e numa consciência pacífica, podemos colocar toda a nossa aspiração mais doce e mais pura na consciência daquele que queremos influenciar. Agindo silenciosamente, podemos ajudar a trazê-lo ao nosso caminho, o qual sentimos ser o melhor para ele.

Você deveria seguir firmemente o seu próprio caminho, e não se preocupar em apertar a mão de outra religião, até que você e a outra pessoa tenham chegado à meta. Se você vai àquele e àquele outro templo, àquela e àquela outra igreja, nunca fará progresso. Você deve escolher um caminho e segui-lo até o fim. Então você poderá apertar a mão de seguidores de outros caminhos. Se tentar apertar a mão no meio do caminho, será tentado a quebrar os braços dos outros.

Aum, March 1980, p. 25-26

 

 

Pergunta: Venho tendo experiências telepáticas com pessoas que se chamam de mágicos. Converso com eles enquanto estão em outros lugares. Posso entrar nesse reino quando quiser. Estou curioso em saber como você responderia a essas experiências.

 

Sri Chinmoy: Do mais elevado ponto de vista espiritual eu gostaria de responder à sua questão. Essas experiências o ajudarão a ir mais rápido em direção à sua meta? Não, não ajudarão. Essas experiências são fascinantes, indubitavelmente, mas nunca o levarão à realidade. Pelo contrário: elas são tentações noseu caminho para a realização em Deus, a elevadíssima Verdade. Em nossa vida espiritual, muitas vezes temos experiências fascinantes e não queremos mais aspirar. É verdade que essas experiências podem nos incentivar, mas muitas vezes, quando temos experiências demais, entramos no mundo vital. Vemos um caleidoscópio: vemos todos os tipos de coisas belas, mas elas são só tentações. Suponha que você esteja andando por uma rua em direção a um lugar específico. Se vê árvores, flores e lagos bonitos pela rua, o que acontece? O cenário é tão bonito que você acaba descansando. Você diz: “Deixe-me ficar aqui e apreciar isso,” e então para e aprecia a paisagem. Mas o seu destino permanece uma meta distante.

Um buscador sincero sabe que a meta dele é a Verdade mais elevada. Ele não adiará a jornada. Mas, no seu caso, posso ver que você aprecia essas experiências; você dá a elas a sua atenção consciente. Isso é muito errado. Na vida espiritual, aspiramos pela mais alta Verdade, por Deus, e por nada mais. Essas experiências são verdadeiras tentações para você. Você deveria sentir: “Tendo realizado Deus, terei experiências infinitamente mais belas, significantes e frutíferas”. Com essa idéia, você deveria deixar de lado essas experiências telepáticas. Se sente que entrando nessas experiências ou permitindo que elas entrem em você, acalentando-as, conseguirá experiências mais elevadas, está enganado. Você não irá nem um pouco mais adiante. Se insistir nelas a toda hora, se estiver constantemente fascinado por elas e sentir que é parte delas, será pego por essas experiências. Muitas pessoas cometeram esse engano, e para elas a realização em Deus permaneceu uma meta distante.

Buscadores sinceros tomam essas experiências como obstruções no caminho. Por favor, não dê atenção a esses tipos de experiências. Elas são fascinantes, mas não estão satisfazendo a sua vida de dedicação, realização e manifestação. De manhã cedo, tente silenciar a sua mente. Se conseguir silenciar a sua mente, não terá essas experiências. Elas estão vindo do mundo vital até você. Você está acalentando essas criações do mundo vital e tentando colocá-las à sua disposição, como se fossem muito suas. Mas elas não podem levá-lo à Meta mais elevada. Se a sua intenção é o Altíssimo, então essas coisas têm de ser descartadas. Quero que você vá até alguém que o inspire a entrar no reino da pura aspiração. Você será capaz de trazer à tona a luz da sua alma e correr o mais rápido possível em direção à Meta mais elevada.

Fifty Freedom-Boats to One Golden Shore 6, p.71-73

 

 

Pergunta: Agora mesmo estou num tratamento de psicanálise, mas parece que, quanto mais fico envolvido com a espiritualidade, mais difícil me é falar sobre ela com o meu analista. Sinto que as coisas oferecidas pela psicanálise não são realmente o que eu quero. E, ainda assim, o meu analista, que me parece ser uma pessoa muito forte, está relutante em me deixar ir embora. E não sei se existe alguma possibilidade de reconciliação entre eu e ele.

 

Sri Chinmoy: Se um amigo seu vem e lhe dá uma manga deliciosíssima, você comerá imediatamente a manga ou fará um milhão de perguntas a ele: onde ele a conseguiu, quanto ela custou e se ela foi importada ou cresceu no Brasil? Na vida espiritual, existem dois tipos de buscadores. Um apenas verá a realidade e imediatamente tentará se tornar a própria realidade. O outro imediatamente começará a contestar a realidade, examinar a realidade e duvidar da realidade. Se usarmos a mente, tentaremos sempre analisar tudo e nunca experimentaremos a realidade. Mas, se usarmos o coração, conseguiremos imediatamente aquilo que queremos.

Portanto, se você realmente quer seguir a vida espiritual, tem de permanecer no coração. Então, essa psicanálise mental não terá nenhuma utilidade. Você já sente que ela não lhe oferece o que quer. Se você tem uma pergunta sincera, só existe um lugar em que se consegue a melhor resposta e ela é da alma. A alma responderá a você através do coração. De outra maneira, não importa que tipo de resposta obtenha, seja da sua própria mente ou do seu psicanalista, a sua mente vai duvidar e contradizê-la. Ela vai contradizer todas as sugestões e todos os conselhos e, alguns segundos depois, duvidará da própria descoberta. Mas quando o coração dá uma resposta a você, a realidade é permanente.

SriChinmoy Speaks 7, p. 44-46

 

 

Perguntas sobre meditação 17: o significado da entrega espiritual

Perguntas sobre meditação 17: o significado da entrega espiritual

Pergunta:Eu não sou um seguidor do seu caminho, mas às vezes penso sobre o caminho da devoção e entrega e, quando o faço, minha cabeça parece lutar contra ele muito energicamente. Ela diz: “Não, você não pode se entregar”, porque não me sinto como se soubesse exatamente para o que estou me entregando. Ela me faz sentir que estou agindo de uma maneira cega.

Sri Chinmoy: Você não precisa seguir o nosso caminho, mas eu gostaria apenas de esclarecer que a entrega, se entendida apropriadamente, é a coisa mais fácil que existe. Mas se não é entendida apropriadamente, ela é a coisa mais difícil do planeta. No mundo, quando vivemos na consciência física, nunca queremos nos entregar a outra pessoa. Mas quantas vezes por dia nos entregamos à ignorância dentro de nós mesmos, apesar de sabermos que estamos fazendo algo de errado? Nós sentimos: “Tudo bem, somos mesmo incapazes”, e nos entregamos. A mente mais elevada nos diz que estamos fazendo algo de errado, mas ela se entrega devido à unicidade dela com a mente mais baixa.

Muitas coisas são assim. Suponha que um amigo seu está fazendo alguma coisa errada, e ele pede um favor a você. O que você faz? Você presta o favor, porque ele é seu amigo, apesar de tudo.

Mas tomemos agora somente o lado positivo. Se sentirmos que nosso corpo inteiro pertence a nós, clamaremos a nossa cabeça como nossa e os nossos pés como nossos. Talvez eu sinta que a minha cabeça tem algo que os meus pés não têm. Digamos que a minha cabeça tem iluminação. É difícil para a cabeça atingir a iluminação antes do coração, mas digamos que a cabeça é mais elevada que os pés. Portanto, a cabeça tem alguma riqueza. Eu clamo a minha cabeça como minha e os meus pés como meus. Diminui a dignidade dos meus pés conquistar a mesma coisa que a minha cabeça está mais do que pronta para dar a eles? Não, pés e cabeça são um. Num momento preciso da ajuda de minha cabeça, noutro preciso da ajuda de meus pés. Somente pela minha unicidade, minha unicidade consciente, com os meus pés e com a minha cabeça, obtenho a riqueza deles. Essa é a verdadeira sabedoria.

De maneira semelhante, quando nos entregamos a Deus, nós nos entregamos à nossa parte mais elevada, porque Deus é a nossa parte mais iluminada. Não podemos separar Deus da nossa existência. Se sentimos que nós e Deus somos um, então Deus é a nossa parte mais iluminada, e nós, por enquanto, somos a parte não iluminada. Somos espertos, somos sábios. Sabemos que a pessoa que foi iluminada, que é toda iluminação, é também parte e parcela de toda a nossa existência. Logo, vamos até a pessoa e recebemos Dele. Se entendemos entrega dessa maneira, não há problema.

Mas se entendermos entrega como a entrega de um escravo ao seu senhor, nunca seremos capazes de sentir a nossa unicidade. O escravo se entrega ao senhor por medo. Ele teme que seus serviços sejam dispensados caso seu trabalho não seja bem feito. Ele sente que, não importa o que tenha feito, mesmo que tenha feito tudo pelo senhor de maneira plena, devotada e até mesmo incondicional, ainda assim não há garantia de que o senhor dará a ele aquilo que o escravo quer ou que o senhor ficará realmente satisfeito com ele. Mas quando oferecemos a nossa existência a Deus, temos o sentimento de unicidade entre Pai e filho ou Mãe e filho. O filhinho sempre sente que tudo aquilo que o pai dele tem é dele também. O pai tem um carro. O filho tem apenas três anos de idade, mas diz: “Eu tenho um carro”. Ele não precisa dizer: “Meu pai tem um carro”. Ele simplesmente dirá: “É o meu carro, nosso carro”.

Portanto, se mudarmos a nossa compreensão sobre a nossa relação com Deus, não haverá problema. Se Ele tem Paz, então temos todo direito de clamar a Paz Dele como nossa. Ele é o nosso Pai, nós podemos herdá-la. Porque Deus é o nosso Pai, porque Deus é a nossa Mãe, podemos ter esse tipo de sentimento. Se sentirmos que somos escravos de Deus e Ele é o nosso Senhor Supremo, que estamos aos Pés Dele e teremos de fazer tudo por Ele, então não teremos nenhum sentimento interior, nenhuma convicção, nenhuma garantia de que ele nos satisfará. Mas se temos o sentimento de unicidade entre Pai e filho, entre Mãe e filho, onde está o problema?

Nós não entregamos nada; somente nos tornamos cientes de que pertencemos a alguém que possui tudo. Apenas clamamos tudo e possuimos tudo a qualquer momento. Para os pés, sentir unicidade com a cabeça não é difícil de maneira nenhuma, porque eles sabem que ela também precisa da ajuda deles muitas vezes. Igualmente, quando aspiramos, sentimos que Deus precisa de nós de modo equivalente. Assim como precisamos Dele para realizar o Altíssimo, a Verdade Absoluta, Ele também precisa de nós para a Manifestação Dele. Para nossa realização, precisamos muitíssimo Dele; para Sua Manifestação, perfeita Manifestação, Ele precisa de nós. Sem nós Ele não Se manifesta ou não pode Se manifestar. Se não diminui a dignidade de Deus tomar uma pequena ajuda de pessoas ignorantes para a Manifestação Dele na Terra, como pode diminuir a nossa dignidade pedir a Deus um pouco de Paz, Luz e Felicidade?

Precisamos estabelecer a nossa consciente unicidade com Deus. E então não haverá entrega, mas apenas um mútuo dar e receber.

Inspiration-Garden and Aspiration-Leaves, p. 37-40

 

Perguntas sobre meditação 16: seguindo a voz e orientação interior

Perguntas sobre meditação 16: seguindo a voz e orientação interior

 

Pergunta:Podemos responder às nossas próprias perguntas através das nossas meditações diárias?

Sri Chinmoy: Qualquer pergunta pode ser respondida durante a meditação ou ao final da meditação. Se você mergulhar profundamente no seu interior, estará destinado a conseguir uma resposta. Mas, quando consegui-la, por favor, tente determinar se ela vem da alma, do coração ou da mente. Se ela vier do coração ou da alma, você obterá um sentimento de alívio, um sentimento de paz. Você verá que nenhum pensamento contraditório se segue à resposta. Mas se a resposta não vier do seu coração ou da sua alma, a mente virá à tona e vai contradizer a idéia recebida.

 

Pergunta:Se nós, discípulos seus, temos dúvidas quanto ao decorrer de uma ação e não sabemos qual é a vontade do senhor, como podemos decidir o que fazer? Meditar na foto do senhor vai solucionar a questão?

Sri Chinmoy: Vocês podem meditar na minha foto. Durante a meditação, conseguirão a resposta ou não. Não há uma regra predeterminada. Mas se conseguirem um tipo de alegria interior com uma resposta, então será a resposta correta. Se não há alegria, então a resposta não está vindo da foto. Está vindo da mente.

Há outra coisa importante que gostaria de dizer. Sempre que tiverem sonhos ou visões, por favor, não tentem interpretá-los ou pedir a outras pessoas que os interpretem, pois vocês vão cometer um erro terrível. Se vocês tiverem uma visão ou uma experiência interior, mergulhem profundamente em seus interiores e descubram o significado ou me perguntem sobre o significado. Se tiverem uma experiência maravilhosa, escrevam para mim. Posso não responder exteriormente ou dar uma mensagem interior específica, mas vou abençoá-los e apreciarei suas experiências. Se tiverem uma experiência realmente divina, meu ser interior saberá imediatamente.

Meditation: God´s Duty and Man´s Beauty, p. 55-56

 

Pergunta:Como podemos separar a voz da alma das vozes do intelecto e das emoções?

Sri Chinmoy: Podemos facilmente separar a voz da alma da vida emocional e da vida intelectual. Quando fazemos algo, o resultado vem ou na forma de sucesso ou na forma de fracasso. Quando seguimos os ditames da alma, se o resultado de nossas ações é o sucesso, não nos vangloriamos aos céus e não nos esquecemos do mundo da realidade. Não perdemos o nosso equilíbrio. E se o resultado vem na forma de fracasso, não ficamos deprimidos ou desconsolados. Quer tenhamos sucesso, quer tenhamos fracasso, com a mesma alegria, felicidade e perfeita equanimidade colocaremos o resultado aos Pés do Senhor Supremo.

Mas quando fazemos alguma coisa movidos pelas nossas convicções intelectuais ou pelos nossos sentimentos emocionais, agimos de uma maneira diferente, dependendo do sucesso ou do fracasso de nossas ações. Quando agimos de acordo com os ditames do intelecto ou das emoções, esperamos algo da nossa própria maneira. Se o resultado não equivale às nossas expectativas, ficamos frustrados e desapontados, e a nossa frustração crescente é a destruição. Mas se são os ditames da alma que colocamos em prática, sentiremos sempre serenidade, paz e tranqüilidade no resultado de nossas ações. Veremos e sentiremos que o resultado nada mais é que uma experiência que vai elevar, aprofundar, ampliar, iluminar e aperfeiçoar a nossa consciência.

Quando ouvimos os ditames da nossa alma, sabemos que não somos nós que fazemos; quem faz é Deus. Somos o instrumento, e Deus, o Autor, está realizando uma experiência em e através de nós, da inimitável maneira Dele. Apenas oferecemos a nossa experiência ao Piloto Interior e a colocamos aos Pés Dele. Se não tivermos um sentimento de separação, poderemos sentir que Ele é o único a realizar a experiência em e através de nós e que Ele é a própria experiência.

Earth-Bound Journey and Heaven-Bound Journey, p. 65-66

 

Pergunta:Guru, às vezes quando medito ou quando estou confuso, ouço uma voz em meu interior que se parece com a sua. É você mesmo ou é alguma coisa diferente?

Sri Chinmoy: A sua alma está dando a mensagem a você, e está em contato direto comigo, com a minha elevação espiritual, com a minha luz, com as minhas capacidades interiores. É a minha mensagem que a sua alma está expressando em sua mente física. Se a mensagem vier num silêncio sublime e você aceitá-la de maneira plena e devotada, ela será sempre eficiente. Não duvide dela. Não use a mente. Se você utilizar a mente, tudo será confuso. Mas se você usar o coração, tudo será eficiente. Sinta que é a minha mensagem interior que a sua alma aceita e expressa para a sua mente física colocá-la em prática. A mente física pode duvidar da mensagem. Mas se utilizar o coração, você a aceitará imediatamente. E então verá que tudo é significativo, tudo é frutífero.

Aum, May-June 1978, p. 33

 

 

Perguntas sobre meditação 15: desenvolvendo uma conexão interior com o Mestre espiritual

Perguntas sobre meditação 15: desenvolvendo uma conexão interior com o Mestre espiritual

 

Se você depende de mim, se a sua consciência permanece em mim e se une à minha consciência, então me será muito fácil ajudá-lo, mesmo que você viva muito distante daqui. Mas se você não sente uma unicidade comigo, podemos ficar a vida inteira em um quarto e eu não serei capaz de ajudá-lo. Se você se importa só com a minha proximidade física, se você se importa só em vir ao Centro duas vezes por semana para nos vermos, isso não vai levá-lo nem vai me levar a muito longe. Eu tenho mesas e cadeiras no meu quarto. Elas dependem de mim porque escrevo sobre elas e me sento sobre elas. De certa forma, eu as alimento. Mas não acho que serei capaz de transformar a natureza delas. Isso porque elas não se identificam conscientemente com quem está disposto a ajudá-las.

O que é importante é a aspiração interior. Se você tem aspiração, então o que você chama de dependência, eu chamo de segurança. Você usa a palavra ‘dependência’ e eu uso a palavra ‘segurança’. Um líder de um Centro pode viver a milhares de milhas de distância. Mas onde está o coração dele? Onde está a mente dele? Eles estão aqui em Nova Iorque. Já aconteceu de um líder de um Centro falar de mim a centenas de milhas distante, mas outras pessoas ouviram a minha voz e viram a minha face, mesmo sendo o líder uma mulher. Existem muitos que estão geograficamente a milhares de milhas distantes de mim, mas eles estão na minha consciência. Eles me vêem, me sentem, falam comigo. E quando me escrevem, geralmente falam que, numa hora em particular, tiveram uma visão de mim e receberam a minha ajuda. Então podemos ver como alguém pode ter plena segurança da sua capacidade espiritual e unicidade com o seu Mestre, mesmo que este esteja a milhares de milhas de distância.

Dependence and Assurance, p. 44-45

 

 

Pergunta:Logo voltarei à Venezuela. Como um discípulo pode sentir, a uma certa distância, a mesma força ou magnetismo que sente ao meditar com você?

 

Sri Chinmoy: O Mestre não consegue ficar fisicamente com seus discípulos 24 horas por dia. É impossível. Ele tem muitos discípulos e também muitas coisas para fazer. Na verdade, um discípulo pode permanecer com o Mestre 24 horas por dia, mas sem receber nada dele. O sobrinho de Ramakrishna serviu o tio durante muitos, muitos anos, mas não recebeu praticamente nada dele. O sobrinho fez algumas coisas erradas e quase roubou do próprio tio, até ser finalmente expulso. Mas veja Vivekananda. Ele não permaneceu com Ramakrishna 24 horas por dia. Longe disso. Vivekananda costumava ver Ramakrishna uma vez a cada dois ou três meses, e não ficava por muitos dias.

Portanto, não é a proximidade física o que mais importa. É a percepção interior da conexão do discípulo com o Mestre. Onde está ele? Em Nova Iorque ou no coração do discípulo? O discípulo tem de sentir que o Mestre é algo muito sagrado e espontâneo em sua vida. Ele tem de sentir que, da mesma maneira que não pode existir sem as batidas do coração, também não consegue existir sem o Mestre. Se ele sente essas coisas, e se sente necessidade de agradar ao Mestre em tudo aquilo que faz, sua relação com o Mestre é segura e completa.

Quando voltar à Venezuela, sinta que me leva dentro do seu coração, e não que me deixou em Nova Iorque. Sinta que a minha verdadeira existência não está só em uma parte do mundo. Sinta que a minha existência interior está em todo lugar. A minha existência exterior, meu corpo físico, cuja altura é de 1,72 metro, pode permanecer apenas em um lugar, mas a minha existência interior pode viajar para vários lugares. Sinta a necessidade de uma relação interior, de uma conexão interior com o meu coração e a minha alma. Só assim você será capaz de realizar o máximo progresso.

Se um discípulo verdadeiro e sincero já estabeleceu uma conexão interior com o Mestre, se já estabeleceu uma total proximidade e uma relação das mais entregues, e se permanece próximo ao Mestre, naturalmente poderá receber mais benefícios. A vida interior do discípulo já é una com a do Mestre, e a vida exterior dele está rogando para se tornar una com a vida interior. Naturalmente, o discípulo receberá um estímulo em dobro e um progresso infinitamente mais rápido.

Philosophy, Religion and Yoga, p. 19-21

 

 

Se um discípulo verdadeiro e sincero já estabeleceu uma conexão interior com o Mestre, se já estabeleceu uma total proximidade e uma relação das mais entregues, e se permanece próximo ao Mestre, naturalmente poderá receber mais benefícios. A vida interior do discípulo já é una com a do Mestre, e a vida exterior dele está rogando para se tornar una com a vida interior. Naturalmente, o discípulo receberá um estímulo em dobro e um progresso infinitamente mais rápido.

Philosophy, Religion and Yoga, p. 19-21

 

 

Pergunta:Durante as nossas atividades diárias, como podemos manter você em nossa consciência interior?

 

Sri Chinmoy: Através do amor e do carinho. Quando amamos alguém, quando temos carinho por alguém, estamos destinados a ver a pessoa amada dentro de nós ou à nossa frente. Suponhamos que você tem um gato. Você é muito afeiçoado a ele. E o que acontece? Se é realmente afeiçoado ao gato, você o verá mesmo enquanto estiver na escola. Muitas vezes você pensará sobre o gato: “Eu o alimentei? Ele está feliz?”. Esses pensamentos virão porque você é muito afeiçoado ao gato. Enquanto pensa sobre o gato, você também está fazendo outra coisa. Você está na escola. Mas seu amor pelo gato é tão intenso que, na sua consciência, você pensará que o gato está na sua frente.

Pense sobre uma mãe e o filho dela. A mãe está lendo jornal. A pessoa mais querida, para ela, é o filho dela. O filho pode estar a milhares de milhas distante, mas o foco de concentração dela encontra-se no próprio filho. Ela está pensando: “Oh, quem está cuidando do meu filho, neste momento? Ninguém é capaz de cuidar dele como eu”. Pode-se dizer que isso é um amor emocional ou uma doce afeição ou uma doce consideração ou mesmo todas essas coisas. Mas, através do amor, ela está mantendo uma conexão com o filho.

Quando somos apegados a alguém, pensaremos sobre ele, não importa aonde formos. Idéias a respeito dele virão à nossa mente. Quando alguma pessoa está prestando atenção em alguém no mundo comum, significa que ela está apegada a ele. No mundo comum, seres humanos que são apegados uns aos outros são do mesmo nível. No mundo espiritual, o Mestre é muito superior ao discípulo. Então não é apego, mas um devotado sentimento de unicidade que os discípulos acalentam em relação ao Mestre. Quando o discípulo pensa sobre o Mestre, não é com apego, mas sim com devoção. É assim que o buscador pode agradar ao Mestre, que realizou a Verdade mais elevada e que servirá como um veículo, pelo qual o discípulo alcançará a Verdade.

Você tem afeição, ternura, amor e carinho por mim. Então, naturalmente, a sua mente tentará entrar em mim ou a minha consciência tentará entrar em você. Caso você consiga criar, em seu interior, uma consideração pela minha missão, verá verdadeira alegria, paz, gratidão, orgulho e bênçãos fluindo de mim para o seu coração. Nesse instante, será fácil me manter na sua consciência.

Como você pode manter a sua conexão interior comigo? Apenas desenvolva maior interesse pela minha missão e maior amor pela manifestação da minha luz na Terra. Ao amar alguém, você está preparado para fazer tudo por ele a qualquer momento. Se tem verdadeiro amor e carinho por mim, pelo Divino em mim, pelo Supremo em mim, não importa o que estiver fazendo, mesmo enquanto estiver correndo ou pulando, você terá o mais doce sentimento interior de deleite. Isso porque você se identificou a si mesmo com alguém que possui a capacidade interior de vir e oferecer Paz, Luz e Deleite.

Service-Boat and Love-Boatman 2, p.43-44

 

Perguntas sobre meditação 14: o papel do Guru

Perguntas sobre meditação 14: o papel do Guru

 

Pergunta:A libertação é possível sem a ajuda de um Mestre vivo?

 

Sri Chinmoy: É bem possível para o buscador atingir a libertação sem a ajuda de um Mestre vivo. Mas, se alguém valoriza a rapidez, é aconselhável ter um Mestre. Se você pode fazer alguma coisa hoje com a ajuda de uma outra pessoa, por que levar três ou quatro para fazê-la sozinho? Nós vamos à escola e estudamos com um professor. Por quê? Quando temos um professor, somos guiados e orientados naquilo que estudamos. Todos os livros que estudamos estão disponíveis na livraria, mas quando o professor diz que algo está correto, imediatamente acreditamos nele. O professor acelera o nosso estudo.

Não há nada de errado em receber ajuda de alguém. Um Mestre espiritual também é filho de Deus. Se o meu irmão mais velho sabe alguma coisa, tenho todo o direito de pedir a ele para me ensinar. Uma vez que eu tenha aprendido, esse conhecimento se torna uma propriedade minha. Nessa hora, estou livre para compartilhar com os outros o conhecimento que adquiri com a ajuda do meu irmão mais velho. Quando se trata de realização em Deus, se alguém diz: “Não, não quero ter nenhuma ajuda exterior. Vou depender inteiramente de Deus e de mim mesmo”, então essa pessoa tem que saber que a realização dela vai levar milhares de anos. Mas não existe nada de errado nessa abordagem. A primeira pessoa que realizou Deus não tinha um professor humano. Deus o ensinou diretamente. Se o buscador é extremamente sincero e quer depender da orientação direta de Deus, ele pode. Mas deveria saber que o seu progresso será lento, muito lento e incerto.

Earth-Bound Journey and Heaven-Bound Journey, p. 63-65

 

 

O Guru humano é só um instrumento do Supremo. Eu sempre digo que não sou o Guru; o Guru verdadeiro, o único Guru, o supremo Guru é o próprio Supremo. Sou um representante do Supremo para aqueles que se chamam de meus discípulos.

Quando digo aos meus discípulos para meditarem na minha foto Transcendental, tenho total responsabilidade pelo que falo. Isso é, o Supremo está naquela foto. Mas você pode julgar ou suspeitar do corpo físico que você está vendo. Você vê que eu tenho 1,72 metro de altura e muitas outras coisas no meu ser físico. Mas dentro do físico está a existência espiritual verdadeira, onde opera a minha unicidade total, consciente e completa com o Supremo. A capacidade do discípulo de realizar essa unicidade depende do seu alcance no campo da aspiração; depende de quão longe ou quão profundamente ele me realizou. Alguém vai me ver como um Mestre espiritual; alguma outra pessoa vai me ver como um filósofo e uma terceira vai me ver como um poeta. Todas essas coisas podem ser vistas na vida exterior. Mas se alguém aqui já foi profundamente ao seu próprio interior e entrou em mim ou no Supremo, então ele vê que em minha mais profunda consciência eu sou totalmente um com o Supremo. Não pode existir nenhuma diferença.

O seu Guru é o seu líder espiritual, o seu guia, o seu verdadeiro piloto. Ele está lidando com a consciência Divina, Consciência infinita, Infinidade e Eternidade. Se você realmente quer Infinidade e Eternidade, tem de saber que a maneira mais fácil e efetiva de ir até o Supremo é através do Guru, porque dessa maneira você pode se aproximar do Supremo tanto no plano físico como no plano interior. Mesmo os sentidos exteriores ficam satisfeitos e você pode conseguir uma resposta nesse plano. Se você pensa sobre o Supremo, é tudo muito vago. Quantos de vocês têm realmente algum conceito sobre o Supremo, mesmo no mundo mental? Ou o Supremo é um ser humano ou Energia ou Consciência infinita; essas coisas vocês podem imaginar. Vocês falaram comigo muitas vezes. Meditaram comigo muitas vez e muitas e muitas vezes viram pelos meus olhos a Luz do Supremo, o Poder do Supremo.

The Meditation World, p. 1-4

 

 

Quando o Mestre aceita alguém como discípulo, significa que ele faz uma promessa solene à alma do buscador de que irá levá-lo até Deus. Na hora da iniciação, o Mestre promete ao buscador: “Não se preocupe com as suas fraquezas, com a sua escuridão, com a sua ignorância. Eu vou tomar contar delas. Você só precisa dá-las para mim. De agora em diante, as suas limitações, as suas imperfeições e a sua escravidão são todas minhas. Eu vou tomar conta delas”.

O Mestre não tira a individualidade ou a personalidade do discípulo. Ele só leva o discípulo até Deus. Um Mestre espiritual é apenas um irmão mais velho para a humanidade. Ele leva os seus irmãos mais novos até o Pai e então termina a sua missão. Onde fica a questão de individualidade e personalidade?

The Inner Hunger, p. 9

 

 

Quando você não puder meditar bem, não force nada. Muitos de vocês sentem que se não puderem meditar bem por um, dois ou três dias, o mundo inteiro vai entrar em colapso. Vocês sentem que, se não meditarem bem por uma semana, então o Guru vai ficar seriamente descontente com vocês. Estão errados. Não sou assim, tão sem consideração. Sou mais responsável pelo progresso interior de vocês do que vocês mesmos. Sabem por quê? Porque estabeleci dois compromissos – um com Deus e um com vocês. Vocês aceitaram o Supremo em mim como o seu Guru, e a parte de vocês acabou. No meu caso, prometi a vocês que vou levá-los até a sua meta, e também prometi a Deus que vou levá-los até Ele. Depois de dar a vocês o sinal de começar a correr na sua corrida interior, eu corro na frente. Tomo a dianteira para inspirar quem quer que esteja atrás de mim. Onde quer que eu os veja no mundo interior, corro um pouquinho na frente ou ao seu lado. Eu me torno o observador e, ao mesmo tempo, o inspirador.

The Hunger of Darkness and the Feast of Light 1, p. 18-19