by Patanga Cordeiro | Dec 30, 2019 | Aprendendo a meditar
Adquirindo disciplina para meditar e hábitos que devemos deixar para aprender a meditação
trecho do livro O Mundo Interior e o Mundo Exterior
Ouvinte: Eu gostaria de saber quanta disciplina é exigida para se adquirir mestria na meditação.
Sri Chinmoy: Toda a disciplina que puder coletar de si. A disciplina é um processo contínuo. Fazemos progresso nesse processo. Mas depende de quão sinceramente o indivíduo aceita a vida espiritual. Se ele deseja se tornar perfeito, então deve disciplinar não apenas o seu corpo, vital e mente, mas a sua vida toda, completamente. Se quiser apenas um pouco de satisfação da vida, não precisará passar por essa autodisciplina completa. Depende de quanto o buscador precisa da sua vida interior.
Donna Halper: Como alguém disciplina a sua vida? O que é preciso fazer?
Sri Chinmoy: A pessoa deve ser cuidadosa de todas as maneiras, começando pela mente. Ela deve sentir que a sua mente é um quarto que possui algumas portas e janelas, portas e janelas que permitirão que o mundo todo entre. O buscador deve fechar as portas e janelas e ficar diante de uma das portas. Então deve permitir que apenas os pensamentos e ideias que o auxiliarão em sua vida espiritual entrem. Pureza, paz, harmonia e coisas do tipo – tais são os seus amigos. Ele permitirá que apenas esses amigos entrem no seu quarto-mente e conversará apenas com eles. É assim que praticamos.
Donna Halper: É preciso ir embora para algum lugar? A pessoa deve ir para um ashram ou sinagoga para ser bem-sucedido na meditação?
Sri Chinmoy: Não é preciso ir a qualquer lugar. A meditação depende completamente da sinceridade interior. Há muitas pessoas que estiveram em ashrams e mosteiros e não conseguiram superar os pensamentos ruins das suas mentes. Se permanecer num quarto fechado, isso não quer dizer que não terá pensamentos sobre o mundo do lado de fora. É recomendável que buscadores meditem em certos lugares e em certas horas, mas a meditação não requer uma vida de reclusão.
Ouvinte: Eu gostaria de perguntar se ele sente que uma pessoa deveria se abster de ter relações físicas e sexuais caso queira desenvolver a sua meditação. Em outras palavras, essas coisas atrasam o nosso desenvolvimento espiritual?
Donna Halper: Alguém que deseja desenvolver sua meditação deve abster-se do sexo?
Sri Chinmoy: Sim, é recomendável. É necessário abster-se de todos os movimentos vitais inferiores caso o buscador queira fazer o progresso mais rápido na meditação.
Donna Halper: Quais são algumas das outras coisas que devemos abandonar para fazer progresso na meditação?
Sri Chinmoy: A pessoa deve abandonar as drogas, o fumo e o álcool. Há diversas outras coisas que não são saudáveis do ponto de vista espiritual, mas essas são as mais danosas.
Donna Halper: Quando alguém faz isso, sua meditação melhora – estou certa?
Sri Chinmoy: A pessoa se torna um veículo muito mais receptivo para a luz.
Ouvinte: Se alguém fracassasse na autodisciplina para meditação e outros aspectos da vida, se alguém achasse realmente muito difícil deixar de fumar, beber ou a vida sexual e ainda quisesse meditar, a meditação seria um caso perdido para essa pessoa?
Sri Chinmoy: Não será um caso perdido se a pessoa for sincera. Se ela orar a Deus por Sua infinita Compaixão, Deus dará a ela a capacidade necessária para disciplinar sua vida. Basta a pessoa orar a Deus pela Compaixão infinita de Deus. A Luz-Compaixão de Deus será capaz de iluminá-la, e suas fraquezas e imperfeições não ficarão com a pessoa para sempre.
Donna Halper: É possível que uma pessoa não esteja pronta para meditar num dado momento, mas que depois fique pronta para meditar?
Sri Chinmoy: Sim, é possível. É como cozinhar. Não é todos os dias que preparamos a refeição mais deliciosa. Num dia, alguém faz algo delicioso; noutro dia, fracassa. Mas essa pessoa não desiste de cozinhar ou de comer apenas porque nem sempre é bem-sucedida.
Donna Halper: Portanto, o nosso ouvinte deve simplesmente continuar tentando, e, por fim…
Sri Chinmoy: Por fim ele se tornará perito. Aprender meditação é como aprender qualquer coisa. Não nos tornamos peritos da noite para o dia. Às vezes alguém consegue fazer algo bem, e às vezes ficará bem ruim. Mas, se continuar estudando, praticando, por fim se tornará perito.
Donna Halper: E, portanto, meditação é algo que se deve praticar?
Sri Chinmoy: Praticar é preciso em todos os âmbitos da vida.
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Traduzimos e disponibilizamos um novo livro, contendo O Ensinamento Silencioso, A Vida Espiritual e O Mundo Interior e o Mundo Exterior.
É um ótima leitura para quem quer aprender sobre a vida espiritual e a meditação.
by Patanga Cordeiro | Dec 25, 2019 | Diversos
trecho do livro O Mundo Interior e o Mundo Exterior
Donna Halper: Agora receberemos as ligações da nossa audiência. Aqui está a primeira chamada. Boa noite. Você está no ar.
Ouvinte: Tenho muito interesse na projeção astral. Eu tive uma experiência três anos atrás em que deixei meu corpo. Eu tinha acabado de ler sobre aquilo, mas não o fiz conscientemente. Simplesmente aconteceu. Desde então eu estive tentando fazê-lo conscientemente. Gostaria de perguntar a Sri Chinmoy se isso é seguro. É seguro fazê-lo por conta própria?
Donna Halper: É uma pergunta interessante. Projeção astral, deixar o corpo; é possível fazer isso?
Sri Chinmoy: É possível, mas recomenda-se ter um professor que seja bem qualificado nessa aventura. Caso contrário, poderá ser algo muito perigoso. É como aprender a dirigir. Um professor é necessário no início. Ao tentar aprender a dirigir por conta própria, é bastante possível que a pessoa tenha um acidente.
Donna Halper: O que um professor pode ensinar sobre deixar o corpo?
Sri Chinmoy: Qualquer coisa pode ser ensinada por um professor qualificado. Se podemos aprender uma língua com um professor, se podemos aprender música, se podemos aprender dança, também podemos aprender sobre isso.
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by Patanga Cordeiro | Dec 22, 2019 | Diversos
trecho do livro O Mundo Interior e o Mundo Exterior
Donna Halper: Você tem diversos alunos, entendo eu, que seriam considerados de classe média, no sentido de serem produtos de um lar norte-americano padrão. Os seus alunos continuam por muito tempo com você, ou passam a enxergar a meditação como uma moda e logo se cansam dela?
Sri Chinmoy: Ah, não. No meu caso, tenho sorte suficiente para dizer-lhe que os meus alunos encaram a espiritualidade e meditação com muita seriedade. Mas é claro que algumas pessoas vão embora. Contudo, comparando-se o número de pessoas que vieram com os que foram, estes foram muito poucos. A meditação não é algo que se torna tedioso após alguns anos. É porque as pessoas possuem formas fixas de pensamento, ou porque possuem problemas pessoais ou vitais, que elas vão embora. Por fim, elas acabam sentindo que essa forma de meditação não lhes é adequada mais. Mas isso não é porque a meditação chegou para elas como uma moda. Elas encararam a meditação com seriedade. Mas muitos pensamentos, muitos desejos, muitas fantasias e muitas idiossincrasias podem aparecer, e as pessoas sentem que o caminho não lhes é mais adequado. Então elas vão embora.
Donna Halper: Compreendo. Enquanto conversamos com Sri Chinmoy, se tiverem perguntas que gostariam de lhe fazer, vocês podem ligar para o programa. Se gostariam de falar com Sri Chinmoy e perguntar-lhe sobre meditação, Yoga ou sobre a vida em geral, por gentileza nos liguem. Vocês estão ouvindo “The Other Hour” aqui na WRVR.
Enquanto isso, continuaremos conversando. Sri Chinmoy, sei que você teve um número de músicos como seus alunos. A nossa audiência estaria interessada em saber por que você pensa que músicos que estiveram tão envolvidos no que se considera a vida material – drogas e coisas do tipo – poderiam buscar um Guru.
Sri Chinmoy: A resposta é bastante simples. As coisas que fizeram antes não os ajudaram a encontrar a verdadeira divindade dentro de si mesmos. Eles não encontraram o que estavam procurando e, portanto, quiseram buscar um Mestre espiritual que pudesse lhes auxiliar.
Donna Halper: Parece-me que você está dizendo que proporciona aos seus alunos aquilo que sente ser o que eles buscam.
Sri Chinmoy: Eu não dou nada; eu me torno um instrumento. Eu medito em Deus e oro a Ele para que conceda aos meus alunos aquilo que buscam, contato que sejam coisas boas, coisas divinas, coisas espirituais, coisas que valham a pena. Se o aluno anseia por algo muito terreno, por algo que o prenderá, serei a última pessoa a ajudá-lo a obter tal coisa.
Ouvinte: Como posso entrar em contato com Sri Chinmoy ou me tornar seu aluno?
Sri Chinmoy: Há diversas maneiras de me encontrar. Por exemplo, hoje à noite oferecerei um concerto aberto ao público. Se o buscador vier me ver e ficar inspirado, poderá perguntar como fazê-lo.
Pergunta: Qual é o principal fator contribuinte da sua fé e como ela difere das outras fés?
Sri Chinmoy: Primeiro de tudo, na vida espiritual não há um espírito competitivo e, portanto, eu não comparo o nosso caminho com os demais. Cada caminho tem seu valor. Cada caminho possui uma forma específica de guiar o aspirante à sua Meta destinada. O nosso caminho é o caminho do amor, devoção e entrega à Vontade do Supremo. É o que enfatizamos. Não posso dizer de que formas este caminho é diferente dos outros, pois não estou familiarizado com os outros caminhos.
Se alguém segue o nosso caminho, ele tenta desenvolver ou trazer à tona o seu amor interior, amor espiritual. Diferente do amor humano, que aprisiona, o amor divino expande e ilumina a nossa consciência interior e exterior.
Quando oferecemos devoção, o que oferecemos é a nossa devoção uni direcionada ao Supremo, o Piloto Interior dentro de nós. Na vida humana comum, o que chamamos de devoção nada é senão apego. Mas a devoção divina é completamente diferente. Estamos nos oferecendo à causa certa, ao divino em nós, para que possamos nos tornar um mar de Paz, Luz e Deleite.
A entrega que tentamos alcançar no nosso caminho não é aquela de um escravo ao seu senhor. O escravo sempre teme o seu proprietário. Ele sente que, se não agradar o senhor, este o ferirá. Sempre há um sentimento de medo no coração e mente do escravo. Já, na vida espiritual, quando o buscador se entrega à sua divindade interior, ao Supremo dentro dele, sente que está se entregando à sua própria parte mais elevada e iluminada. O buscador se entrega à sua parte mais elevada, à sua altitude mais elevada e à sua luz mais interior.
Num resumo, essa é a base do nosso caminho. Se eu comparar o nosso caminho com os outros, entrarei em tristes desavenças. Os outros caminhos também podem ser certos e perfeitos. Os principais são o caminho da mente e o caminho do coração. O nosso caminho é um caminho do coração. É uma questão individual do buscador decidir qual caminho lhe será mais adequado e então segui-lo. Por fim, quando um buscador alcançar a sua Meta destinada, lá ele também verá os buscadores que seguiram sinceramente outros caminhos. Todos alcançarão o mesmo destino.
Ouvinte: Você acredita que Deus está na mente?
Sri Chinmoy: Não apenas na mente; Deus é a mente. Contudo, saibamos primeiro de que mente estamos falando. Falando da mente física, a mente terrena, a mente que acalenta e valoriza inveja, mesquinhez e impureza, não é ela a mente que nos auxiliará na nossa busca por Deus. A mente que é tão ampla e vasta quanto o céu, a mente que aceita e ama o mundo inteiro, tal é a mente verdadeira. Dentro dessa mente Deus consegue agir muito satisfatoriamente. Saibamos primeiro de qual mente estamos falando.
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by Patanga Cordeiro | Dec 20, 2019 | Diversos, Histórias, Histórias pessoais - diário
Caminhos espirituais
Caminho de Sri Chinmoy – O caminho do amor, devoção e entrega
por Thamara Paiva
Sri Chinmoy em seus escritos nos diz que a religião é como nossa casa e um caminho espiritual é como a nossa escola. Entendo que é como se cada um pertencesse a um tipo de casa, mas a escola pertencesse a todos. Na escola, existem as turmas; os bons e maus alunos; os colegas e amigos, e cada um aprende de acordo com o seu momento, seu nível de entendimento sobre as coisas. Na busca por algo a mais da vida, me deparei com a meditação e descobri uma forma de me conectar com a espiritualidade. No curso, além de aprender técnicas que me ajudaram a meditar, descobri um caminho espiritual, uma possibilidade de progredir espiritualmente. No caminho de Sri Chinmoy, que é o do amor, devoção e entrega, encontrei a paz que tanto buscava. De acordo com seus ensinamentos, aprendi que cada um de nós está destinado a um caminho, e que esse caminho irá nos ajudar a evoluir mais rapidamente.
Do livro Beyond Within, de Sri Chinmoy:
Amor humano e amor divino
Amor divino é um florescer de deleite e altruísmo. Amor humano é uma cabriola de sofrimentos e limitações. Quando o engaiolamos, o chamamos de amor humano, quando permitimos que o amor voe na consciência tudo-permeante, o chamamos de amor divino.
Amor-humano comum, com seus temores, acusações, desentendimentos, ciúmes e disputas, é como uma chama encobrindo o seu próprio brilho com uma mortalha de fumaça. O mesmo amor humano erguido do encontro de duas almas, é uma chama pura e radiante. Ao invés de fumaça, ela emite os raios da auto-entrega, sacrifício, abnegação, alegria e verdadeira satisfação.
Amor divino é desapego, amor humano é apego. Desapego é verdadeira satisfação, apego é sede insaciável. Amor ascendente, partindo da alegria a alma, é o sonho de Deus.
Devoção a Deus
Devoção é a completa submissão da vontade individual à divina Vontade. Devoção é adoração. Adoração é o espontâneo deleite que aflora do coração. Quem pode ser objeto de nossa adoração? Deus. Como podemos adorá-lo? Através da nossa auto-entrega. O homem ama. Em retorno ele espera amor. Um devoto ama. Mas ele ama aos seres humanos por amor ao seu doce Senhor que em tudo reside. Seu amor vive na humildade, alegria espontânea e serviço abnegado. Devoção é o aspecto feminino ao amor. É doce, energizante e completo. Uma criança não se importa com o que sua mãe é. Quer apenas a constante presença de amor de sua mãe diante de si. Semelhante é o sentimento do devoto para com o seu Senhor. Devoção é ação. Essa ação é sempre inspirada pelo ser interior do devoto. Devoção traz renúncia. Verdadeira renúncia nunca é vida de isolamento. Renúncia é um desgostar derradeiro da vida animal da carne. É também uma total ausência de ego. Uma vida de verdadeira renúncia é uma vida que vive no mundo e no entanto não deriva seus valores dele. Devoção é dedicação.
A força da entrega
O mundo de hoje deseja individualidade. Demanda liberdade. Mas verdadeiras liberdade e individualidade podem residir apenas no Divino. Entrega é o incansável alento da alma no coração de Deus. Na entrega descobrimos o poder espiritual através do qual nos tornamos não apenas os videntes, mas também os possuidores da verdade. Se pudermos entregar em absoluto silêncio, nós mesmos nos tornaremos a realidade do real, a vida do vivente, o centro de verdadeiro amor, paz e bem-aventurança. Amor espontâneo pelo Divino é entrega, e essa entrega é o melhor presente na vida. Pois quando nos entregamos, num instante o divino nos dá infinitamente mais do que seríamos capazes de sonhar em pedir. Entrega é um milagre espiritual. Ela nos ensina a ver Deus de olhos fechados, como falar com Ele de boca fechada.
by Patanga Cordeiro | Dec 19, 2019 | Meditações diárias
Mensagens para meditação
mensagens de Sri Chinmoy
O coração floresce
Falando bem
Dos outros.
Anseio me tornar
Um pedinte por Deus
E não um imperador dos homens.
Não há conflito
Entre a sua força-ação
E o seu silêncio-meditação
Se puder encará-los como
Dois amigos inseparáveis
Satisfazendo a Vontade do Absoluto Supremo.
Nossas meditações
Devem sempre carregar
Silêncio.
A transformação não é uma destruição.
Ela é a conversão fogo-pura
De uma vida humana
Em um alento divino.
Não apenas dia após dia
E hora após hora,
Mas a cada momento
O nosso amor por Deus deve aumentar.
O humano em mim
Luta.
O divino em mim
Alça voo e mergulha.
by Patanga Cordeiro | Dec 16, 2019 | Histórias, Histórias pessoais - diário
Insatisfação com a vida
por Juliana Francisco
Estava tomando sorvete e sem querer ouvi um grupo de amigos conversando e uma das pessoas falou: “estamos sempre insatisfeitos, nada está bom, a gente sempre reclama de tudo”. Ao ouvir esse trecho da conversar me inspirei a escrever este artigo, pois costumava me sentir insatisfeita com tudo antes de começar a meditar, lembro que, se acontecesse algo bom, ficava feliz por pouco tempo e na sequência surgia o sentimento de que poderia ser melhor ou a sensação de que outra coisa me traria mais felicidade, ou ainda, o sentimento de que aquilo não era o suficiente e encontrava defeitos no que havia acontecido. E essa insatisfação não era direcionada apenas para as coisas que aconteciam, mas se estendia a mim. Nunca estava satisfeita comigo. Eu precisava sempre fazer mais. Quando completava algo, tinha de haver outra meta. Eu sempre me comparava aos demais e sempre tinha um sentimento de inferioridade. Por isso buscava fazer mais e melhor, mas nunca estava satisfeita. Sempre olhava para fora, me comparava, buscava ser melhor ou ter mais que o outro, as metas surgiam com base na comparação, em superar o outro, em ser melhor, para me sentir melhor. Mas o engraçado é que, quando aconteciam, os sentimentos de “felicidade”; “satisfação”, duravam tão pouco e logo eu havia de focar em outra coisa, para sentir isso de novo. O problema é que no meio disso, entre uma coisa e outra, o que havia era apenas insatisfação, as coisas pareciam difíceis de serem conquistadas e a jornada em si era puro desprazer.
“É o desejo que causa sofrimento; mas a própria vontade de realizar Deus é felicidade. Esteja certo de que Ele irá limpar e confortar você, pegando-o em Seus braços. A tristeza acontece para levá-lo a felicidade. Em todos os momentos devemos mantê-Lo em memória.
Sri Anandamayi Ma
A mestre espiritual Sri Anandamayi Ma diz que “você é imperfeito, algo falta em você, e esse é o motivo pelo qual sente o desejo por preenchimento…”. Recentemente li este trecho e entendi que essa busca contínua e o sentimento de insatisfação, se deviam a isso. Sou imperfeita e preciso me preencher, me completar. O problema é que não sabia o que iria me preencher, por isso buscava satisfação nas coisas comuns, nas coisas que todos buscam, como uma profissão, relacionamento, compras, bens, etc. E quando conseguia o que desejava, percebia que este tipo de coisa me trazia felicidade transitória. Quando comecei a participar das aulas de meditação do centro de Sri Chinmoy, além das práticas de concentração, comecei as ler os livros sobre espiritualidade. Nunca tive uma religião, pois não me identificava, sempre chegava em um ponto onde eu não conseguia respostas as perguntas que tinha. Cheguei a desacreditar que Deus existia. No geral, sempre fui muito cética. Mas nos escritos e conteúdo do curso, percebi que a espiritualidade poderia ser trabalhada não apenas por meio de uma religião, mas também através da meditação, e que a meditação era uma forma de conexão com Deus. Nunca gostei de terceirizar a responsabilidade da minha vida, sempre fui responsável e “autossuficiente”, e por isso tinha um certo pré-conceito em relação as religiões, pois, na minha visão (antigamente), as pessoas entregavam a responsabilidade das suas vidas para Deus em troca de algo, esperando algo de Deus. E por isso, Deus, a palavra ‘Deus’ era vista por mim como uma muleta para as pessoas que não queriam ser responsáveis por suas vidas. Não entendia como Deus poderia significar tanto, pois no geral, não via sua presença na minha vida e na vida de outras pessoas no mundo. Mas no curso a abordagem foi muito esclarecedora e os livros me traziam respostas a perguntas que nem sabia que tinha, e as informações entravam como se fossem verdades absolutas; eu não conseguia questionar. Como Sri Chinmoy diz, “a meditação não é simplesmente o domínio da técnica, mas a lembrança de um conhecimento que já está dentro de nós. Nossa própria alma é nossa melhor professora”. Sinto isso: que fui relembrando o que estava aqui dentro. À medida que fui me aprofundando, praticando a concentração, fui tendo experiências pessoais transformadoras, fui sentindo que a meditação estava preenchendo a minha vida. E não sei dizer em que momento o sentimento de insatisfação se foi, ou melhor, o sentimento de insatisfação que costumava sentir. Com a meditação, consegui sentir o que é Deus, o que Ele representa, qual é o meu papel, qual meu propósito aqui, entre outras coisas, que não são passíveis de explicação.
“Do que precisamos
É uma vela-aspiração
A nos mostrar o caminho a Deus.”
Sri Chinmoy
Hoje acredito que nosso objetivo é voltar a fonte – e qual é a fonte? Deus. Sinto que estamos aqui vivendo experiências para nos elevar, nos iluminar. Somos, por essência: luz; paz; alegria genuína. E nos sentimentos imperfeitos, pois ainda nos falta algo. E o que falta? Deus. Como se Deus fosse o oceano e nós, cada um de nós, fossemos uma gota. Apenas nos sentiremos perfeitos e satisfeitos, quando nos juntarmos ao oceano. De certa forma, ainda me sinto “insatisfeita”, pois ainda não me elevei, não me iluminei. De acordo com a cultura indiana, algumas pessoas, poucas, aqui na Terra, sentem uma unicidade com Deus, a ponto de sentirem essa satisfação e preenchimento total, como se fossem Deus. Como Jesus disse: “Eu e meu Pai somos um”. De todas as teorias, essa é a que sinto ser a verdadeira, pois sinto a cada dia, quando faço minhas práticas espirituais, que estou mais próxima de Deus, e esse sentimento me preenche, me completa e faz sentir satisfeita. Antes a minha felicidade poderia ser definida como momentos de euforia; hoje sinto algo sólido e constante, pacifico e profundo. Hoje a insatisfação se foi, daquela forma como a sentia. Sinto que estou no caminho certo, que a minha jornada se tornou prazerosa, pois a conexão com Deus foi estabelecida e Ele me satisfaz. Agora sinto que basta fixar a minha mente em Deus, que tudo se transforma.
Sri Chinmoy diz que na oração nós falamos e Deus escuta e, na meditação, Deus fala e nós escutamos. Independente do caminho espiritual que escolhemos, seja por meio da oração ou da meditação, todos os caminhos nos levam para o mesmo lugar, a Fonte. Percebi, o significado do que as pessoas diziam sobre “colocar Deus na sua vida”. Isso me parecia frase de “religioso”, mas numa forma pejorativa. Mas hoje sinto o que isso significa. Com a meditação, aprendi a acalmar a minha mente, e com isso ficou mais fácil ouvir a Deus, me conectar com Ele, sentir o que é colocar Deus nas nossas vidas e a satisfação consequente desse ato.
Eu te darei tudo
“Eu lhe darei uma chance
Se você receber essa chance.
Eu lhe darei uma nova vida
Se você receber a nova vida.
Eu lhe darei tudo que você precisa
Mas é você quem deve receber isso de mim.
Na sua alegre aceitação-luz
Está a manifestação-perfeita da sua vida.”
Sri Chinmoy
by Patanga Cordeiro | Dec 12, 2019 | ABCD Osasco e Guarulhos zona metropolitana de SP
Começamos novo um site de meditação para Campinas – SP
Na foto acima, curso na UNICAMP.
by Patanga Cordeiro | Dec 6, 2019 | Meditações diárias
Frases de Sri Chinmoy sobre a meditação
Minha meditação não é pela
Minha glorificação-Deus.
Minha meditação é pelo
Sorriso-Satisfação do meu Senhor.
Plante sementes gratidão
Dentro do seu jardim-coração.
Sua vida será bela
E repleta
De luminosas ações.
O que é sabedoria-receptividade
Senão a nossa sede por mais
Paz, luz e deleite?
Um dia sem
A meditação matinal
É um dia muito infeliz.
Meditação profunda
E paz verdadeira
São encontradas juntas
Sempre.
A meditação revela
Nossa beleza interior
O mais perfeitamente.
Meditação
É o início
Da transformação.
Uma única meditação-coração
Pode criar
Paz ilimitada.
Pratique meditação
Se você realmente quer ter
Verdadeira satisfação
Na sua vida.
Quanto mais fundo levarmos a nossa mente
Durante a meditação,
Mais brilhante será a nossa vida exterior.
Minhas asas-oração
Me levam ao Céu
Para ver a Beleza de Deus.
Minhas asas-meditação
Trazem Deus à Terra
Para ver a pureza de meu coração.
Minha meditação-sol-nascente matinal:
“Você é a minha Esperança,
Você é a minha Promessa,
Você é a minha Satisfação.”
A paz mundial depende de
Oração e meditação
Mais do que qualquer outra coisa.
Pratique meditação
Se você realmente quer ter
Verdadeira satisfação
Na sua vida.
Meditação não é
Um pensamento-desafio,
Mas um pensamento-silêncio.
Meditação profunda
Abre a porta-coração
Num piscar de olhos.
Altitude-aspiração
E luz-meditação
Sempre caminham juntas.
Obediência-Deus
É muito mais do que
Oração e meditação.
Um coração-meditação
É uma vida
Cheia de fome-Deus.
by Patanga Cordeiro | Dec 5, 2019 | Cursos de meditação gratuitos, São Paulo - capital e zona sul leste oeste norte e centro
O próximo curso de meditação em São Paulo será em janeiro. Para participar, acesse a página de inscrições.