by Patanga Cordeiro | Jun 20, 2014 | Diversos, Meditação
por Patanga Cordeiro,
com a aparição especial do bichinho colorido…
(e me desculpem se ele pula muito)
As caretas da idade
Nunca afetarão a beleza
De um coração de criança.
Sri Chinmoy, Seventy-Seven Thousand Service-Trees, Part 15, Agni Press, 1999
Sri Chinmoy não foi o primeiro Mestre a deixar clara a importância de termos uma postura pura, inocente, cheia de entusiasmo e novidade e sem preconceitos – justamente como uma criança. O Cristo, ao falar aos seus discípulos sobre quem seria o maior no reino dos céus, disse: “Eu lhes asseguro que, a não ser que vocês se convertam e se tornem como crianças, jamais entrarão no Reino dos céus.”
Nossa vida parece perfeita até certo momento, não? Qual momento é esse? Pense comigo: quando nos sentimos responsáveis pelas nossas vidas e pelo nosso futuro. E quando isso acontece? Quando nossa mente começa a substituir o nosso coração (não falo das emoções, mas sim do coração espiritual).
O coração é sublime. Ele nunca se cansa. Não julga mal. Ele depende de seu Pai divino para tudo e, portanto, nada teme. É alegre. É gentil. É dinâmico. É entusiasmado e entusiasmante. Ele enxerga o mundo através da sua unicidade com o mundo. São qualidades que toda pessoa espiritual irá valorizar muito.
Pobre mente. Ela não é má, mas somente sabe como dividir as coisas até que fiquem do tamanho que ela possa digerir. E, aí, claramente, seu julgamento não será certeiro. E nós sofreremos. Nos sentiremos separados da Fonte, do Pai, que é a nossa segurança, e, frustados por não conseguirmos satisfação genuína, ficaremos entristecidos ou culpando o mundo.
Sugiro um exercício para meditar no coração, do livro Asas da Alegria:
Durante a meditação, sinta que você é uma criança num jardim florido. Esse jardim de flores é o seu coração. Uma criança pode brincar nesse lugar por horas, indo de flor em flor. Ela não deixará o jardim, pois se alegra com a beleza e fragrância de cada flor. Imagine que em seu interior há um jardim, e que você pode permanecer nele o quanto quiser. Assim você poderá meditar no coração. – Sri Chinmoy, as Asas da Alegria
by Patanga Cordeiro | Jun 15, 2014 | Histórias
Coração, Religião, “Guru”
traduzido por Patanga Cordeiro
(…)
Através dos séculos, cada Mestre espiritual da mais alta ordem ofereceu algo único. Quatro mil anos atrás, Sri Krishna ofereceu sua mensagem suprema à humanidade, ao mundo todo: “Quando o dharma, o código da vida interior, declina, e a falta de retidão prevalece, Ele, a Consciência infinita, encarna a Si mesmo em forma humana, para transformar as tendências malévolas em nós e satisfazer a Realidade em nós.”
Então o Senhor Buddha, dois mil e quinhentos anos atrás, veio com uma mensagem muito especial: “O Caminho do Meio”. Não chafurde nos prazeres dos sentidos e, ao mesmo tempo, não procure a austeridade: não siga nem o caminho da gratificação dos sentidos e nem da mortificação dos sentidos. Cada buscador deve encontrar um equilíbrio, seguindo o caminho do meio. A transformação do nosso eu inferior e a manifestação do nosso eu mais elevado devem ocorrer simultaneamente, mas sem utilizarmos a gratificação dos sentidos ou a mortificação dos sentidos. Essa foi a mensagem do Senhor Buddha.
Dois mil anos atrás o Cristo, o Salvador, veio à arena-mundo. Sua mensagem suprema foi: “Eu sou o caminho, eu sou a Meta.” Aqui “o caminho” representa aspiração e “a Meta” representa salvação. É através da aspiração que se alcança a mais elevada salvação. A aspiração de hoje se transforma na salvação de amanhã.
Desejo mencionar outro Mestre espiritual da mais elevada ordem. Seu nome é Sri Chaitanya. Sua mensagem foi a pureza e o amor – pureza no amor, amor na pureza. Quando alguém alcança pureza no amor e amor na pureza, então ele desfruta divinamente do Deleite, que é a nossa Fonte, nossa eterna Fonte.
Milhares de anos atrás, os Videntes Védicos do passado ancestral ofereceram uma mensagem significante: “Do Deleite viemos a existir. No Deleite crescemos e, ao fim da nossa jornada, para o Deleite nos retiramos.”
Sri Ramakrishna veio com uma mensagem muito significante. Sua mensagem para a humanidade foi: “Chore, chore como uma criança por sua mãe. O coração de uma criança pode facilmente conquistar o Amor, Compaixão, Divindade e Imortalidade da Mãe. Chore, chore como uma criança, uma criança inocente. A Mãe Suprema certamente lhe concederá a iluminação da Altitude mais elevada.”
Então veio Sri Aurobindo, com a mensagem da vida divina, com a mensagem da transformação da natureza. Aqui na terra é onde o físico deve ser transformado, é aqui na terra onde a mensagem da Divindade deve ser manifestada. A transformação da natureza humana e a purificação de todos os membros devem ocorrer aqui na terra, para que a Imortalidade possa encontrar seu devido lugar na estrutura física.
Desde então, muitos Mestres espirituais aqui no Ocidente e também no Oriente ofereceram sua luz à humanidade aspirante. Cada Mestre espiritual tem algo para contribuir ao mundo todo, de acordo com a sua própria realização, sua própria receptividade e com a receptividade do mundo.
Em Sua infinita Generosidade, Deus me deu a oportunidade de servir a humanidade aspirante. Temos um caminho nosso, que é o caminho do amor, devoção e entrega. Para os que seguem o nosso caminho, a necessidade suprema é amor, devoção e entrega: amor divino, devoção divina, entrega divina.
O amor que prende e cega é o amor humano. O amor que expande e ilumina é o amor divino.
Devoção no físico nada é senão apego. Quando somos devotados ao mundo-sentidos, ao mundo-ignorância, não se trata de devoção, mas de apego. Quando usamos o termo ‘devoção’, ele deve ser aplicado apenas ao Divino em nós, à Realidade Suprema em nós. Somos devotados a uma causa mais elevada, a um ideal mais sublime.
A entrega humana é a entrega de um escravo ao senhor. A entrega divina é a entrega da nossa realidade impura, obscura, não-iluminada à nossa realidade completamente iluminada, completamente divinizada e completamente perfeita. O mais baixo em nós se rende à nossa realidade mais elevada. Não é uma entrega imposta, não é uma entrega forçada sobre nós. É a entrega baseada em nosso sentimento de unicidade inseparável com nossa existência-Realidade mais elevada. O finito em nós alegremente, devotadamente, com toda a alma e incondicionalmente se entrega ao Infinito em nós. A gota de água se entrega ao poderoso oceano e, assim, perde sua individualidade e personalidade e se torna o próprio vasto oceano. Igualmente, nós, que agora estamos na consciência finita, aprisionados nessa consciência finita, um dia seremos completamente livres e libertos e realizaremos a eterna Realidade-Liberdade que no mundo interior eternamente somos.
– Sri Chinmoy
Universidade de Maryland
18 de Outubro de 1975
Sri Chinmoy Speaks, part 3
by Patanga Cordeiro | Mar 11, 2014 | Histórias
compilação de aforismos de Sri Chinmoy
AS ESPADAS
A espada de sabedoria avisa.
A espada de aspiração protege.
A espada da vida ensina.
A espada do amor aperfeiçoa,
ilumina e preenche.
THE SWORDS
The sword of wisdom cautions.
The sword of aspiration protects.
The sword of life teaches.
The sword of love perfects,
illumines and fulfils.
Sri Chinmoy, The Wings Of Light, Part 8, Agni Press, 1974
TWO SWORDS
Aspiration-flame
Is the sword
That separates
Knowledge-Light
And
Ignorance-night.
Realisation-sun
Is the sword
That unites the cry of the finite
And
The Smile of the Infinite.
You simply cannot imagine
How proud God is of you
For your faith-sword
And surrender-shield.
Sri Chinmoy, Twenty-Seven Thousand Aspiration-Plants, Part 50, Agni Press, 1984
Powerful is his success,
Fruitful is his progress
Because he has become
The naked sword
Of his own conscience-light.
Sri Chinmoy, Ten Thousand Flower-Flames, Part 63, Agni Press, 1983
Wisdom-heart tells me
That it has its purity-sword
To challenge ignorance.
Sri Chinmoy, Twenty-Seven Thousand Aspiration-Plants, Part 268, Agni Press, 1998
Do not be afraid
Of your mind’s ruthless division-sword.
The sword will ultimately surrender
To your hero-warrior-heart.
Sri Chinmoy, Twenty-Seven Thousand Aspiration-Plants, Part 146, Agni Press, 1991
by Patanga Cordeiro | Mar 11, 2014 | Aprendendo a meditar, Histórias
textos de Sri Chinmoy compilados e traduzidos por Patanga Cordeiro
O meu início foi o meu fim
Quando pensei
Que podia fazer tudo sozinho.
Meu fim foi o meu início
Quando senti
A Graça de Deus agir em e através de mim.
O intermédio foi preenchedor
Quando descobri
Que meus braços e pernas são feitos
Da Luz-Compaixão de Deus.
Sri Chinmoy, The Wings Of Light, Part 8, Agni Press, 1974
Uma grande personalidade espiritual indiana, ao ser perguntada por seus discípulos sobre quantos anos de prática esforçada trouxeram a ela a Realização plena, simplesmente caiu na risada.
“Pratiquem! Minhas crianças, aquilo a que vocês chamam de prática, nada é senão seu esforço pessoal. Quando eu estava no mesmo estágio que vocês, não realizado, eu pensava e sentia que meu esforço pessoal era noventa e nove por cento, e que a graça de Deus era um por cento, e não mais. Mas minha completa estupidez morreu no momento em que a auto-realização nasceu. Então, para minha surpresa, eu senti, vi e realizei que a Graça do meu misericordioso Senhor era noventa e nove por cento, e que o meu débil esforço pessoal era um por cento. Mas a minha história não termina aqui. Por fim, eu percebi que aquele meu um por cento também era o incondicional e devotado cuidado do meu Pai Supremo por mim. Minhas crianças, vocês sentem que a realização-Deus é uma corrida que exige muito esforço. Isso não é verdade. A realização-Deus é sempre uma Graça que vem das alturas.”
Sri Chinmoy, Commentary On The Bhagavad Gita, Agni Press, 1971
by Patanga Cordeiro | Feb 21, 2014 | Diversos
Para quem deseja começar a fazer exercícios físicos, deixo algumas dicas e sugestões aqui.
by Patanga Cordeiro | Feb 13, 2014 | Aprendendo a meditar, Diversos
Mens sana in corpore sano é um ditado do latim bem conhecido, que diz que a mente, para ser sadia, precisa de um corpo sadio.
Mas, no âmbito interior, os esportes vão além do conceito de saúde. Auto-transcendência, disciplina, entusiasmo, alegria e inocência são todas qualidades importantes para uma vida espiritual e são todas encontradas no mundo dos esportes. E fazem parte de ser realmente sadio.
“In the heart of action is the silence of meditation, and in the heart of meditation is the dynamism of action.” – Sri Chinmoy
Eu (que estou escrevendo este artigo), recentemente completei uma prova de 10 dias de corrida, percorrendo 570 quilômetros. Meu amigo Adriano Passini está treinando para a travessia do Canal da Mancha. Tudo isso é louvável e traz enormes transformações. Mas você não precisa ficar assustado. O mais importante é se exercitar. A quantidade é algo que vai vir naturalmente. E o resultado, que é inocência, paz, pureza, você vai sentir em meros dez minutos depois de começar a se exercitar.
Disciplina todos temos. Você também! Você não escova os dentes todos os dias? Toma banho todos os dias? Come todos os dias? Vai ao trabalho/aula todos os dias? Então você é disciplinado! É só uma questão de considerar a prática de exercícios como algo igualmente necessário. E é!
No livro Sport and Meditation, de Sri Chinmoy, o famoso corredor Paul Tergat conta:
“Sri Chinmoy estava tão certo no que me disse antes da Maratona de Nova Iorque – que eu deveria me concentrar até a última milha. Certamente foi a corrida mais dura da minha vida. Até o fim não sabíamos quem ia vencer a prova.
“Eu acredito que há um propósito por detrás da capacidade que eu recebi para minha vida atlética: que eu utilize o esporte com a postura correta e para benefício da minha vida interior. É por conta dessa capacidade que eu pude continuar até agora. Sem esse poder mais elevado, eu poderia facilmente ter declarado “Sim, eu quebrei recordes mundiais, corri bem” e então ter me aposentado cinco anos atrás.
“… portanto, o esporte está realmente vindo à tona para o desenvolvimento do mundo.” – Paul Tergat
Não se intimidem por ler isso vindo de um campeão. Isso vale para todos – você, eu e todos nós.
Prehi, abhihi, dhrishnuhi.
Go forward, fear not, fight.
Siga em frente, não tema, lute.
– Upanishads, traduzido por Sri Chinmoy / Patanga Cordeiro
by Patanga Cordeiro | Jan 29, 2014 | Diversos, Meditação
por Patanga Cordeiro, com respostas e aforismos de Sri Chinmoy
Yoga (ou ioga) é um termo do sânscrito que significa “união”, em particular união com nosso verdadeiro “eu”. No latim, de onde a palavra religião origina, “religare” quer dizer “reunião”. Assim, vemos que yoga e religião possuem metas que levam à mesma direção.
Três formas de yoga
Em particular, há três formas de yoga (ou ioga) que são encontradas nas religiões e caminhos espirituais: jnana yoga (ir além da mente), bhakti yoga (devoção), karma yoga (ação).
Hoje em dia, yoga é comumente associada com uma série de exercícios físicos, buscando equilíbrio dos nervos e proporcionando saúde. Mas quando se fala em espiritualidade, yoga não está relacionada com exercícios físicos. É uma questão de busca interior, de prática espiritual (como a oração e a meditação). Os exercícios físicos são agrupados de maneira geral como hatha yoga e servem para trazer saúde e estabilizar nosso sistema nervoso. Mas, por si só, não levam o ser humano à sua meta. É necessário exercitar nossa aspiração e transcender limitações internas e externas, através dos tipos de yoga tradicionais. Hatha yoga e os tipos de yoga espiritual são complementares.
Sri Chinmoy explica belamente no aforismo abaixo sobre hatha yoga e raja yoga (parte do jnana yoga), e seu papel complementar:
Hatha yoga é purificação física.
Raja yoga é preparação mental.
Hatha yoga tenta controlar o corpo.
Raja yoga tenta despertar a alma.
Os fracos precisam de Hatha yoga para se tornarem fortes.
Os fortes precisam de Raja yoga para se tornarem vitoriosos.
Sri Chinmoy, God’s Hour, Agni Press, 1973
Meditação, Oração e o Yoga
A meditação em si toma parte auxiliando o buscador em todas as formas do Yoga. Meditação é ir além da mente (jnana yoga). Meditação é devoção (bhakti yoga). Meditação é ação (karma yoga).
Então, a meditação em si não é o caminho, mas a meditação (e a oração) é quem nos faz trilhar o caminho do yoga até alcançarmos a nossa Meta derradeira.
textos de Sri Chinmoy
Hatha Yoga
Hatha yoga é purificação física.
Raja yoga é preparação mental.
Hatha yoga tenta controlar o corpo.
Raja yoga tenta despertar a alma.
Os fracos precisam de Hatha yoga para se tornarem fortes.
Os fortes precisam de Raja yoga para se tornarem vitoriosos.
Sri Chinmoy, God’s Hour, Agni Press, 1973
Pergunta: A meditação que você oferece para as pessoas que participam das suas sessões, é ela Yoga, ou estamos falando de outra coisa?
Sri Chinmoy: É Yoga. Yoga inclui oração e meditação e espiritualidade em geral. Com certeza estamos praticando Yoga. Yoga é uma palavra do sânscrito que significa união consciente com Deus. Alcançamos nossa união consciente com Deus através da nossa oração, meditação, aspiração e etc.
O que é Yoga ou Ioga?
O que é Yoga? Yoga é a linguagem de Deus. Se queremos falar com Deus, temos de aprender a Sua linguagem.
O que é Yoga? Yoga é aquilo que revela o segredo de Deus. Se queremos conhecer o segredo de Deus, temos de mergulhar no caminho do Yoga.
O que é Yoga? Yoga é o Alento de Deus. Se queremos enxergar através dos Olhos de Deus e sentir através do Seu Coração, se queremos viver no Sonho de Deus e conhecer a Realidade de Deus, se queremos possuir o Alento de Deus e, finalmente, se queremos nos tornarmos o Próprio Deus, o Yoga nos chamará.
Yoga é união. É a união da alma individual com o Eu Supremo. Yoga é a ciência espiritual que nos ensina como a Realidade Última pode ser realizada na vida.
O que temos de fazer é aceitar a vida e satisfazer o Divino em nós mesmos aqui na Terra. Isso só se consuma ao transcendermos nossas limitações humanas.
Yoga nos diz o quão longe progredimos com relação à realização-Deus. Ela também nos conta sobre nosso papel destinado no Drama cósmico de Deus. A palavra final em Yoga é que cada alma humana é um representante divino de Deus na Terra.
Foquemos agora a nossa atenção no aspecto prático do Yoga. Há vários tipos de Yoga: Karma Yoga, o caminho da ação, Bhakti Yoga, o caminho do amor e devoção e Jnana Yoga, o caminho do conhecimento. Esses três são considerados os mais importantes tipos de Yoga. Há outros tipos significativos de Yoga, mas são ramos desses três, ou então tipos muito similares.
Esses três yogas servem como os três portais principais para o Palácio de Deus. Se queremos ver e sentir Deus da maneira mais doce e íntima, temos de praticar Bhakti Yoga. Se queremos realizar Deus na humanidade através do nosso serviço altruísta, temos de praticar Karma Yoga. Se queremos realizar a sabedoria e glórias do Eu transcendental de Deus, temos de praticar Jnana Yoga.
Uma coisa é certa. Esses três caminhos nos levam à realização-do-Eu na realização-Deus, e à realização-Deus na realização-do-Eu.
Sri Chinmoy, Yoga And The Spiritual Life. The Journey of India’s Soul., Agni Press, 1971
Pergunta: Você inclui Yoga na prática da sua fé?
Sri Chinmoy: Sim. Na minha fé, Yoga é tudo. Amor, devoção e entrega são formas de Yoga.
Sri Chinmoy, Obedience: a supreme virtue, Agni Press, 1977
Kriyayoga (Kriya yoga)
Yoga de ação.
No Yoga de ação, o coração entregue do buscador é uma conquista inestimável.
Sri Chinmoy, The Core Of India’s Light, Part 4, Agni Press, 1992
Pergunta: A prática de Kriya Yoga acelera (esse/o) processo?
Sri Chinmoy: Sim, certamente. A prática de Kriya Yoga certamente acelera e adianta o processo. Assim como outros ramos do Yoga, Kriya Yoga acelerará a jornada espiritual. Realmente depende do buscador. Se você gosta de Kriya Yoga mais do que outros Yogas, você tem a perfeita liberdade para praticar Kriya Yoga. Se alguém gosta de outra forma de Yoga, naturalmente essa pessoa praticará essa Yoga. Não importa qual Yoga você seguir, se for sincero, genuíno e altruísta, estará fadado a alcançar a meta mais cedo.
Sri Chinmoy, My heart’s salutation to Australia, part 1, Agni Press, 1976
Pergunta: Mestre Chinmoy, você nos explicaria brevemente o que é Yoga?
Sri Chinmoy: Yoga quer dizer união. União com quem? União com Deus. Praticando Yoga, isto é, disciplina espiritual, nos unimos com Deus.
Sri Chinmoy, Earth’s cry meets heaven’s smile, part 3, Agni Press, 1978
by Patanga Cordeiro | Jan 29, 2014 | Aprendendo a meditar, Histórias
por Patanga Cordeiro
“Dear friends, dear brothers and sisters, dear distinguished professors and deans, here we are all seekers. We are sailing in the same boat, the boat that is carrying us to the Golden Shore of the Beyond. Nothing gives me a greater sense of satisfaction than to be of dedicated service to seekers, for I am also a seeker, an eternal seeker, a seeker of the infinite Truth and Light. …” – Sri Chinmoy, The Meaning of Discipleship
Se você se depara com a realidade de que está procurando algo, mas não sabe o quê, sinta-se um felizardo. Se você procura por algo que a maioria das pessoas não compreende ou nunca ouviu falar, isso quer dizer que está pronto para ir além do ordinário. Pronto para se descobrir como um ser extraordinário.
Você é um buscador. Um buscador da satisfação permanente, genuína. Salvação, Libertação, Nirvana, Realização – todos são termos similares que indicam um estado de beatitude que não se encontra simplesmente em ir ao trabalho, estudar, lidar com a família, descansar nos fins de semana…
Tentei compilar uma lista de coisas que indicam que você deve estar despertando e pronto para “algo mais”. Não é uma lista exaustiva – certamente existem muitos outros sinais. Mas esses são os que eu consegui agrupar aqui, baseados nas minhas experiências pessoais e também nas que me contam durante os cursos de meditação. Acho que você só compreenderá o que eu quis dizer em cada um dos temas se estiver passando pela situação descrita. Também não há questão de “superior ou inferior”. São momentos, experiências.
“Quero mudar”
Vontade de mudar algo que é dogmático na sociedade. Bons exemplos: dieta vegetariana, largar de vícios como álcool e cigarro, etc. Todo mundo sabe que é certo, mas (quase) ninguém faz. Você simplesmente não aguenta mais e muda. Talvez não conheça ninguém que tenha mudado, mas você o faz sozinho, a despeito de todos. Ou pode ser até algo bem simples, bem pequeno. No meu caso, eu lembro que, quando tinha uns 16 anos, eu só bebia sucos doces e refrigerantes. Eu não tomava água de jeito nenhum. Aí eu simplesmente resolvi parar de tomar as outras coisas. Resultado: aprendi a gostar de água e me senti capaz de me transformar. A partir daí eu comecei a mudar mais coisas em mim mesmo, até que cheguei na meditação. E hoje em dia eu posso beber tanto água quanto refrigerantes, sem estar vinculado a nada. Outro exemplo comum é começar a praticar esportes, no caso de uma pessoa sedentária. Eu fiquei muito tempo sem me exercitar (digamos, da infância até os 16 anos). Com 16 anos, comecei a praticar esgrima japonesa. O primeiro treino foi MUITO cansativo. Mas eu cheguei em casa com uma alegria que ia além da euforia. Só podia ser algo da minha alma – ela devia estar feliz, pois eu estava fazendo algo que ela queria que eu fizesse.
“Buscas extremas”
Algumas pessoas, quando procuram por algo que não sabem o que é, mas não encontram, tendem a procurar experiências cada vez mais fortes, no intuito de encontrar algo genuíno. A exemplo, tenho colegas que eram de bandas de heavy metal quando encontraram a meditação. Alguns começaram a usar drogas, etc, mas, no caso particular deles, não era uma questão de autodestruição. Eles estavam procurando. Algumas pessoas largam um emprego que paga um ótimo salário para fazer algo braçal. Outro exemplo interessante é o Ayrton Senna. Se você puder ver as entrevistas e gravações das corridas (há alguns filmes sobre ele), você verá que ele ia muito além do que os outros pilotos consideravam um limite. E ele teve experiências espirituais e um despertar interior muito evidente.
“O santinho”
Essa é uma versão oposta do “buscas extremas”. Uma pessoa equilibrada, com tendências angelicais, compassivas, sincero, honesto, puro, mas ainda dinâmico, buscador, aspirante, é assim por um motivo. Ele já tem uma tendência espiritual, provavelmente por já tê-las desenvolvido em outras vidas. Ele precisa encontrar um caminho logo, antes que suas qualidades sejam “devoradas” pelas críticas exteriores.
“Felicidade em si mesmo”
Você tinha um namorado(a), esposo(a) e, depois do relacionamento acabar, você se sente feliz genuinamente, com vontade de se descobrir, com tremenda aspiração. Existe mais um conceito na sociedade, que alguém só é feliz se tiver uma companhia, o que é absurdo. Buddha costumava dizer que só é feliz com uma companhia aquele que consegue ser feliz sozinho (obviamente). Eu mesmo passei por essa experiência. Quando terminei um relacionamento que não era para o progresso mútuo, eu tive uma sensação de felicidade tão intensa que reconheci imediatamente que era um sorriso da minha alma. Eu tinha feito a coisa certa, e muitas e muitas novas possibilidades, mais reluzentes, surgiram diante de mim a partir de então.
“O desencaixado”
Você se sente sozinho, ninguém o compreende. Você sabe que não está maluco, mas que o mundo parece não pensar como você. Na verdade, você ainda não encontrou pessoas que possuem a mesma aspiração que você. Quando o fizer, se sentirá encaixado. E mais, sentirá que a aspiração e o questionamento positivo é um estado natural do ser. E inspirará outras pessoas a fazerem o que sentem ser correto.
“O encaixado”
Essa é uma experiência inversa de “o desencaixado”. Uma pessoa extremamente popular e bem querida por todos, agrada a todos, lida com todos, possui muitos contatos e muitas pessoas queriam ser como ela. Possivelmente, essa pessoa possui capacidades interiores extraordinárias, mas ainda não está direcionando elas para uma busca espiritual. Assim, ela desenvolve o aspecto exterior. Cedo ou tarde, a pessoa deixa de ter satisfação no mundano e dirige o seu anseio para o Altíssimo.
by Patanga Cordeiro | Jan 13, 2014 | Aprendendo a meditar, Meditação, Perguntas e respostas
Pergunta: Como podemos silenciar a mente na meditação?
Sri Chinmoy: Tente inspirar tão silenciosamente e lentamente quanto o possível, de forma que, se você colocasse um fino fio diante do seu nariz, ele não se moveria. Então você verá que a sua meditação será profunda e a sua mente ficará calma e silenciosa.
Então imagine algo muito vasto, e também calmo e silencioso. Quando começar a meditar, sinta que dentro de você há um vasto oceano, e que você mergulhou fundo adentro. Lá no fundo tudo é tranquilidade, uma enxurrada de tranquilidade.
A coisa mais importante é a prática.Hoje a sua mente age como um macaco. Essa mente inquieta bate o tempo todo na porta do seu coração, perturbando a sua serenidade. Neste mundo, todos possuem orgulho, vaidade e auto-estima. Portanto, se mantiver a porta do coração fechada cada vez que a mente vier, se não der atenção alguma à mente, depois de um tempo, a própria mente achará que seria indigno dela ficar importunando você. Eu percebi meus discípulos não abrindo a porta de seus corações quando a mente veio bater. Eles não reagiram com o coração, e o coração continuou imperturbado. O coração abriu amplamente as suas portas apenas para a Luz da alma e ouviu apenas os ditados da alma.
O pensamento vem do mundo mental. Mas você também tem o coração, o mundo-identificação. Quando permanece no coração, isso quer dizer que se identifica com a alma. A alma está além das idéias, além dos pensamentos. Ao invés de concentrar-se na mente central, se puder concentrar-se no coração, então a realidade que há dentro do coração automaticamente lhe dá um acesso à alma. Ao se concentrar e meditar na realidade que está dentro do coração, essa realidade vem à tona.
Ao se concentrar na mente, naturalmente os pensamentos virão incomodá-lo. Mas, ao se concentrar no coração, o problema é resolvido. Portanto, sempre tente meditar no coração e trazer a alma à tona. A alma, que é um representante direto de Deus, é a eterna realidade em nós.
Sri Chinmoy, Experiences Of The Higher Worlds, Agni Press, 1977
by Patanga Cordeiro | Jan 13, 2014 | Aprendendo a meditar, Meditação, Perguntas e respostas
Pergunta: Guru, você fala sobre a meditação. O que quer dizer meditação?
Sri Chinmoy: Meditação quer dizer muitas coisas para muitas pessoas. Cada indivíduo possui uma forma de aprender o segredo da arte da meditação. No nosso caso, quando meditamos, esvaziamos nossas mentes e, então, as preenchemos com algo divino. Isso quer dizer que jogamos fora todos os pensamentos infrutíferos, malignos e não-divinos, e preenchemos a mente com pensamentos gratificantes, iluminadores e divinos.
Pergunta: Por que meditamos?
Sri Chinmoy: A meditação é absolutamente necesária para aqueles que querem ter uma vida melhor e mais satisfatória. Se você sente que está satisfeito com o que tem e o que é, então não precisa entrar no campo da meditação. Mas, se você sente que há um deserto árido em seu coração, eu gostaria de dizer que a meditação é a resposta. A meditação lhe dará alegria interior e paz de espírito. A meditação nunca o tirará de seus pais, de seus filhos, de sua família. Longe disso. Ela apenas aumentará a conexão com os seus entes queridos, pois dentro deles você verá a existência de Deus.
Se você quer desenvolver seus talentos ou aumentar a sua capacidade em qualquer âmbito, eu gostaria de dizer que é obrigatório seguir uma certa disciplina interior. Se você é um cantor, mas deseja cantar infinitamente melhor, se aspirar, eu lhe digo, a sua voz ficará muito melhor. Não há nada na terra que não possa ser melhorado através da meditação.
Se você quer simplificar a sua vida, a meditação é a resposta. Se você quer ter satisfação na sua vida, a meditação é a resposta. Se você quer ter alegria e oferecer alegria ao mundo todo, a meditação é a única resposta.
Se você medita para esquecer do sofrimento ou das dificuldades, então não está meditando pelo motivo correto. Mas, se está meditando apenas para agradar a Deus e satisfazer a Deus da Maneira própria Dele, então a sua meditação é correta. Quando Deus é satisfeito, e Deus é satisfeito na sua meditação, então o papel de Deus é levar embora o seu sofrimento e dificuldades. Mas, se você medita para escapar do mundo ou desafiar o mundo e ficar contra ele, então está fazendo a coisa errada.
A meditação é a sua capacidade consciente, que você deve exercitar todos os dias e todos os segundos, para entrar em sua mais elevada divindade, onde o finito fica completamente perdido no Infinito. A existência finita que você tem e é pode ser facilmente dissolvida no infinito e se tornar completamente uma com o infinito, se você meditar. Isso é o que a meditação é, e o que a meditação pode fazer por você.
Sri Chinmoy, Experiences Of The Higher Worlds, Agni Press, 1977