Usar vídeos do Youtube para meditar é bom?
por Patanga Cordeiro, numa interpretação pessoal baseada nos ensinamentos de Sri Chinmoy
Usando o computador, telefone celular ou equivalente, a sua mente vai ficar mais ativa, mais informada, mais inquieta. Para meditar, o que você precisa é de uma mente vazia, um coração aberto e um anseio interior genuíno. Nenhuma dessas coisas você vai encontrar na internet, seja no site que for ou no formato de mídia que for.
A simplicidade é uma das qualidades importantes para aprendermos a meditar bem.
Quanto mais informação você tiver, mais difícil ficará meditar, principalmente se for informação de diversas fontes – e a internet/Youtube/Google é feito com o propósito explícito de dar toda essa informação (da qual o seu Eu verdadeiro não precisa) continuamente a você, sendo programada para fazer isso da forma mais eficiente e viciante possível.
Isso sem falar na possibilidade de exploração comercial do conteúdo que você usar. Por exemplo, alguém que não sabe meditar de verdade e nem ensinar meditação de verdade pode usar a sua ingenuidade para ganhar dinheiro com a monetização das propagandas dos sites através de conteúdo com palavras chamativas.
E mais: imagine-se fazendo a sua meditação por algumas semanas ou meses e pela primeira vez começa realmente a ter uma meditação de verdade, profunda. Você fica surpreso ao perceber o mundo que há dentro de você. Então o vídeo/áudio/aparelho pausa sozinho e começa uma propaganda de automóvel (ou qualquer outra coisa) com uma música muito mais alta do que o do vídeo que estava assistindo (as propagandas costumam ser assim, não é verdade?), arruinando semanas de prática e a oportunidade única que culminaram naquele momento.
Os seres humanos meditaram bem por dezenas de milhares de anos, aprendendo uns com os outros ou com os livros dos Mestres realizados e sua orientação direta – será que algo que surgiu de repente poucos anos atrás vai mudar esse processo que foi bem-sucedido por mais de dez milênios? O ser humano que acessa a internet diariamente buscando informação ou entretenimento é tão diferente ao ser humano de entre trinta anos atrás e dez mil anos atrás, que lia livros e conversava com as pessoas e praticava com simplicidade?
Sri Chinmoy tem alguns dos seus videos disponíveis para assistir, mas a ideia nunca é substituir a presença, mas sim apenas como uma forma das pessoas encontrarem algo e então se dedicarem presencialmente.