por Patanga Cordeiro
Os discípulos sinceros de todos os grandes Mestres espirituais levaram uma vida de pureza absoluta, que é necessária para alcançar o verdadeiro Eu interior. No entanto, para os que já possuem família, igualmente os Mestres deixaram estruturas para otimizar o seu progresso na condição atual, enfatizando que é possível chegar na meta assim, praticando com sinceridade e pureza.
Num dos meus livros favoritos, o Evangelho de Sri Ramakrishna, o editor fez uma compilação dos seus ensinamentos, que, apesar de não serem 100% idênticos, não são muito diferentes de todos os outros Mestres verdadeiros, assim como Sri Chinmoy. Fiz uma tradução e comparitlho aqui com vocês, pois acho que já dá um norte para quem busca com sinceridade.
Posso também recomendar outros livros inspiradores para quem está buscando.
“(Para os chefes de família…) a renúncia deve ser mental. A vida espiritual não pode ser alcançada fugindo das responsabilidades. Um casal deve viver como irmão e irmã após o nascimento de um ou dois filhos, devotando o seu tempo a conversas espirituais e contemplação. Ele encorajava os devotos chefes de família, dizendo que de um certo lado sua vida era mais fácil do que a de um monge, pois é uma vantagem lutar de dentro de uma fortaleza se comparado com lutar num campo aberto. Ele insistia, no entanto, que buscassem solitude de vez em quando, reforçando sua devoção e fé em Deus através de oração, japa e meditação. Ele prescrevia a eles a companhia de sadhus (devotos praticantes espirituais sinceros), e também pedia que realizassem seus deveres mundanos com uma mão, enquanto segurassem Deus com a outra, e que orassem a Deus para tornar seus deveres cada vez mais escassos, para que num dia eles possam ater-se a Deus com ambas as mãos. Sri Ramakrishna desencorajava tanto nos chefes de família quando nos jovens celibatários qualquer tipo de meio termo quanto aos desafios espirituais. Ele nunca os pedia que seguissem sem discriminação o caminho da não resistência, que por fim torna os desavisados covardes.
“(Mas para os jovens…) através da prática de continência, os aspirantes desenvolvem um nervo sutil através do qual eles compreendem os mistérios mais profundos de Deus. Para eles, o auto-controle é final, imperativo e absoluto. Os sannyasis são professores dos homens, e suas vidas devem ser completamente isentas de marcas. Eles não devem nem mesmo olhar para uma foto que possa despertar seus instintos animais.”