Dicas para meditação 39 – períodos de silêncio

Dicas para meditação 39 – períodos de silêncio

Pergunta: Deveríamos manter períodos específicos de silêncio exterior além da meditação?

Sri Chinmoy: Sim. Às vezes, é bastante necessário ter um silêncio exterior por meia ou uma hora, além de uma profunda meditação. Quando falamos desnecessariamente, isso nos enfraquece; enfraquece os nossos nervos sutis. Então, na hora da nossa meditação de verdade, não poderemos meditar bem. Isso não significa que você vai ficar em silêncio por horas e horas. Isso será uma atitude de auto-engano, porque exteriormente você se mantém em silêncio, mas no seu interior a sua mente está na sarjeta, vagando e vagando. Esse tipo de silêncio não é silêncio. Apenas a sua boca e a sua língua não estão funcionando. Você está se forçando deliberadamente para que sua boca não se abra, mas isso não ajuda. No entanto, quinze minutos, meia hora ou uma hora de silêncio depois ou antes da meditação vai nos ajudar. Se observarmos silêncio antes da meditação, vamos nos fortalecer. Se permanecermos em silêncio depois da meditação ter acabado, teremos a oportunidade de assimilar a Paz, a Luz e a Felicidade que recebemos em medida abundante durante ela. Essa assimilação é de importância fundamental porque, sem ela, tudo o que recebermos será perdido.

The Height of Silence and the Might of Sound, p. 25-26

Experiências de silêncio interior e exterior

Pergunta: Recentemente tenho me sentido não apenas fisicamente fraco, mas também fraco de outras formas. Fico me perguntando como posso ficar forte para poder correr o mais rápido.

Sri Chinmoy: Permaneça em silêncio, silêncio, silêncio. Mesmo quando estiver caminhando, não permita que quaisquer pensamentos venham. Não pense “Este é um pensamento bom, aquele é um pensamento ruim.” Não. Tente não ter pensamentos, nenhum pensamento. Permita que Deus pense dentro de você. Permita que o Supremo pense dentro de você. Deixe que Ele faça o necessário. Se algum pensamento aparecer, interrompa-o, interrompa-o, interropa-o. Você verá como terá muito mais energia, disposição, avidez e tudo o mais que precisar. O caminho lhe será mostrado.

Só mantenha a mente em silêncio absoluto – mesmo por dois ou três minutos. É como o desenvolvimento de um músculo. Se hoje conseguir manter a mente em completo silêncio por dois minutos, e amanhã por três minutos, então gradualmente, gradualmente, se fizer isso por bastante tempo, verá o quanto poderá melhorar na sua vida interior – não apenas na sua vida interior, mas também na sua vida exterior. Você será capaz de fazer melhorias tremendas.

Sri Chinmoy, Conversations with Sri Chinmoy, Agni Press, 2007

Aprendi a encarar o escrever como um serviço especial. Assim que me propus a escrever neste momento, veio um sentimento de utilidade – de que eu estava a fazer algo de fato valioso. Não sei se vocês poderão aproveitar algo, mas pelo menos a minha própria aspiração se aproveita do ato!

Quando fazemos algo de valor, por vezes uma espécie de silêncio interior brota. Não é o silêncio completo, a ausência de pensamentos, mas sim algo dinâmico e, ao mesmo tempo, pacífico. É como saber que está fazendo a coisa certa, porque aquilo tem de ser feito e, portanto, nada nos incomoda de forma derradeira. Basta continuar fazendo.

 

Experiências de silêncio interior com coisas do dia a dia

Tocando violoncelo

Uma vez, num domingo à tarde, sentei-me para fazer uma meditação extra. Mas não deu certo. Estava por demais inquieto. Resolvi então pegar um instrumento musical para praticar um pouco. Como para mim era algo incrivelmente difícil, precisei me concentrar muito. Lembro até mesmo de um pouco de saliva escorrendo do canto da boca, pois eu tinha perdido controle dessas funções ao me concentrar para tocar.

Assim que terminei de praticar, senti-me novamente inspirado a tentar meditar. Assim que sentei, logo tive uma daquelas melhores meditações do ano. Acho que foi o fato de eu ter me concentrado bastante antes, que criou um silêncio na mente, permitindo ao coração meditar em paz. Senti que essa meditação sozinha valeu todo o gasto com comprar o instrumento e os meses de prática!

 

Praticando kendo: mushin

A primeira vez foi quando eu era adolescente. O sensei estava fazendo eu passar por um treino muito difícil, e eu fiquei além de esgotado. Quase não conseguia me manter em pé, nem esticar os braços para frente e tive de continuar treinando com ele. Quando – de repente – ele ataca e eu, sem saber o que estava acontecendo, fiz um contra-ataque que foi perfeito para o meu nível atual. Eu mesmo só observei o ato, e como o fiz com vigor e precisão, com uma energia que não parecia disponível nem quando estava descansado, e muito menos naquele nível de exaustão extrema.

A segunda vez que lembro foi mais recente. A situação foi similar. O sensei estava exigindo que eu fizesse golpes bem melhores do que eu conseguia no momento. E, com o passar dos momentos, eu ficava mais cansado, pela repetição. Isso fazia com que os golpes piorassem, ao invés de melhorar. Foi então que, depois de muita exigência, o golpe “perfeito” brotou: ao invés de eu reagir após o chamamento dele para golpear, simplesmente consegui golpear na mesma hora que ele decidiu que eu deveria golpear. O próprio sensei sorriu e me abraçou, dizendo: “Você viu!? Aqui dentro (apontando para a minha cabeça), esse foi um golpe muito bom.”

Outra vez que lembro foi quando o sensei colocou todos nós para um dos exercícios mais cansativos, e por mais tempo que o de costume. Em seguida, ele chamou a mim e mais alguns colegas para continuar fazendo com ele e outros mais graduados o mesmo exercício do qual estávamos exaustos, sem descanso algum. Tentei fazer o meu melhor. Percebi ao voltar para casa que estava tão silencioso que nem mesmo a minha mente sabia como voltar para casa. Eu só sabia voltar por partes: “Saia do dojo. E agora? Anda até a estação de metrô. E agora? Pega tal trem.” Etc. Caminhando da última estação para casa, eu estava tão satisfeito, mesmo indefeso como uma criança de tão cansado. Espontaneamente surgiu na minha mente a repetição “Supreme, Supreme, Supreme…” (Supremo, Deus.) Eu fiquei repetindo o nome de Deus em silêncio, pois nada mais havia senão isso para ocupar o espaço criado.

 

 

Experiências de silêncio interior com a meditação

Fazer a “coisa certa”

Lembro de estar no trabalho logo antes de dar um curso de meditação. Antes de ir embora no fim do expediente, parei para meditar por uns 5 minutos. Foi uma meditação tão boa que era óbvio que não era eu quem estava meditando. Aquela meditação me foi concedida, isso sim. Peguei o metrô para ir dar o curso mais a noite e nada importava. Tudo estava ótimo, todas as coisas, todas as pessoas belas, e eu estava satisfeito. Acho que simplesmente eu estava fazendo a coisa certa ao ir de noite oferecer o curso de meditação, e Alguém quis me ajudar a fazer o serviço dar certo.

Tenho vagas impressões também de outras vezes em que, logo após “fazer a coisa certa”, senti um grande silêncio e satisfação interior. Algumas coisas foram difíceis de fazer ou decidir, por vezes envolviam outras pessoas. Mas fico com a sensação de que foi o mais certo – não que eu me convenci de que era o correto, mas sim que a sensação e o silêncio que sobraram eram o indicativo.

O Mestre espiritual

Aproximadamente em 2005 estávamos reunidos num fim de semana para jogos, meditação, corrida, canto, etc. Nosso Mestre nos ligou de Nova Iorque e abençoou cada um no telefone: “My soul´s highest blessings and my heart´s infinite love to you.” Assim que soltei o telefone, percebi a mudança de consciência. Não restava nada a ser feito. Resolvi ir meditar na sala. Um colega também veio. Ficamos sentados muito tempo. Eu tinha a sensação de que nem precisava meditar – era só me manter aberto e receptivo. Tudo já tinha sido feito. Eu fui um paciente do que aconteceu. Vocês já viram algum ditado como “Um simples toque do Mestre pode…”?

Emudecido de silêncio e beleza

Os anseios fazem-me débil e fraco,
E não ouvem minha Vontade secreta.
Odeiam sempre a minha busca suprema,
Tornam meu ardor coisa abjeta.

Quanto a todos os meus desejos,
Chegará o dia, eu bem sei,
Em que buscarão a Tua Graça e a Ti somente;
Então em Ti brilharei.

Acima dos frutos e das ações eu,
Teu azul Olho-Compaixão azulado
Levará o meu coração e alma, o meu todo;
Em Ti sumirá o meu passado.

-Sri Chinmoy
My first friendship with the muse

Hoje estava lendo aforismos da série Seventy-Seven Thousand Service-Trees, que pessoalmente considero o magnum opus de Sri Chinmoy, com 50.000 poemas. Normalmente leio cinquenta deles (leva apenas cinco minutos) antes de pegar outros livros.

Hoje corri sem pausas por cento e cinquenta aforismos, perdi-me no vasto do tempo e fiquei emudecido de silêncio e beleza:

Eventually
Everybody’s life-possession
Shall end in
Infinity’s Nothingness.

To me, a self-giving
And self-effacing thought
Is, indeed, a perfect prayer.

God has given me
Two sleeplessly God-dreaming eyes,
And I have given Him
My gratitude-heart-tears
In return.

To feel God’s Love,
Always keep
A simplicity-life,
A purity-heart
And
A sincerity-mind.

Not my capacity,
But my Lord’s
Unconditional Compassion
Has enabled me to have
An illumination-mind,
Compassion-heart
And
Oneness-life.

When I give my Lord
All my weaknesses,
He tells me that
He wants to claim them
As His own
Before He strengthens them.

May my aspiration-heart-bell
Ring every morning
And every evening
Like a temple bell.

-Sri Chinmoy

Para terminar:

Eu sorrio para fazer
Você sorrir.
Eu choro para fazer
Você chorar.
Todo feito meu invoca
O Teu sol-vasto, inominado meneio.

-Sri Chinmoy
My First Friendship with the Muse

Dicas para meditar 6: Madre Teresa fala sobre como aprender meditação em silêncio e oração

Sri Chinmoy e Madre teresa em Roma

 

Madre Teresa fala sobre como aprender meditação em silêncio e oração

 

Acompanhando os escritos de Sri Chinmoy, vejo que ele costuma se referir informalmente à vida espiritual como “oração e meditação”. Uma oração elevada e entregue é como uma meditação em Deus.

 

Aqui separamos alguns textos da Madre Teresa, amiga de longa data de Sri Chinmoy, com quem compartilhava também o aniversário de nascimento em 27 de agosto. Nesses textos, vemos trechos de seus comentários sobre aprender a meditar e orar em silêncio.

 

 

***

 

 

Somos chamados em certos intervalos a nos recolher em um silêncio mais profundo e solidão com Deus, tanto juntos em comunidade quanto de forma solitária. Estar sozinho com Ele, não com nossos livros, pensamentos e lembranças, mas completamente despidos de tudo, habitando amorosamente em Sua presença – em silêncio, vazio, aguardo e imobilidade.

 

Se realmente queremos aprender a orar, devemos primeiro aprender a ouvir, pois é no silêncio do coração que Deus fala.

 

Os contemplativos e ascetas de todas as eras buscaram Deus no silêncio e solidão do deserto, floresta e montanha.

 

Ouça em silêncio, pois se o seu coração estiver repleto de outras coisas, você não conseguirá ouvir a voz de Deus. Mas quando você ouve a voz de Deus no silêncio do seu coração, o seu coração fica repleto de Deus. Isso exigirá muito sacrifício, mas, se realmente quisermos aprender a orar e quisermos orar, devemos estar prontos para fazê-lo agora.

 

O homem necessita de silêncio. Estar sozinho ou junto, buscando Deus em silêncio. É então que acumulamos o poder interior que distribuímos em ação, no menor dos deveres e nos mais duros desafios que enfrentamos.

 

Ter silêncio interior é muito difícil, mas precisamos tentar. No silêncio encontramos nova energia e uma verdadeira unicidade. A energia de Deus será nossa para tudo fazermos bem.

 

É difícil orar quando não sabemos orar. Precisamos nos ajudar a aprender. O mais importante é o silêncio.

 

Precisamos encontrar Deus, e Deus não pode ser encontrado no barulho e inquietação.

 

Não conseguimos nos colocar diretamente na presença de Deus sem nos colocarmos em silêncio interior e exterior. É por isso que devemos nos acostumar com o silêncio da alma, dos olhos, da língua.

 

Tudo começa com a oração que nasce no silêncio dos nossos corações.

 

Do livro “Tudo começa com a prece”

Tudo começa com a prece – livro inspirador da Madre Teresa

Meditação e silêncio – silenciando a mente

Só Deus sabe

Converse com os outros.
Você aprenderá.
Converse consigo.
Você aprenderá mais.
Pare de falar,
Permaneça em silêncio.
Deus falará e Deus aprenderá
Por você.
Você aprenderá tudo
Que só Deus sabe.
-Sri Chinmoy

Silêncio ou bons pensamentos? Qual é melhor?

Pergunta: Deve-se rejeitar todos os pensamentos durante a meditação?
Sri Chinmoy: É preciso saber se é o caso de um bom ou mau pensamento, um pensamento divino ou não divino. Se for um pensamento sobre Deus, um pensamento sobre Alegria Divina, Amor Divino, Beleza, Pureza, permita que esse pensamento entre em você e que aja, que se expanda. Se for um pensamento sobre Graça, Divindade, Eternidade ou Imortalidade, procure sentir para onde o pensamento vai; siga-o como um cão fiel.
Imagine que você esteja dentro da sua casa, próximo à porta. Você é quem decide abrir a porta, a sua porta mental, e permitir que apenas os pensamentos divinos que o incentivarão, inspirarão, que erguerão a sua consciência. Eles são seus amigos. Se vir que seus amigos estão do lado de fora, esperando para entrar, imediatamente abrirá a porta. Contudo, se perceber que os seus inimigos estão lá – o medo, dúvida, inveja, ansiedade, preocupações -, você não os deixará entrar.
Quando tiver força interior suficiente, no momento que um pensamento não divino aparecer na sua mente, você não o rejeitará. Você o transformará. (… )
No entanto, quando se é um iniciante, não se deve permitir que qualquer pensamento adentre a sua mente. Ele gostaria que seus amigos entrassem, mas não sabe dizer quem são os seus amigos. E, mesmo que saiba quem são seus amigos, na hora que abrir a porta para eles, poderá descobrir os seus inimigos bem diante de dos amigos e, antes que os amigos possam entrar na sala, os seus inimigos já estarão bem dentro de casa. Uma vez que os inimigos entrem, é muito difícil afugentá-los. Para isso, é preciso da força da disciplina espiritual sólida. Por quinze minutos a pessoa pode acalentar aspiração divina, pensamentos espirituais e, depois, num segundo, um pensamento não divino entra e a sua meditação é arruinada. Portanto, o melhor é não permitir quaisquer pensamentos durante a meditação.

Silêncio exterior ou mental e meditação – a concentração

por Patanga Cordeiro

A nossa mente fica bastante agitada quando recebe estímulos constantes.
Por exemplo, como você se sente ao o computador ou telefone, ou no escritório quando todos estão falando, atendendo o telefone, etc, ou no barulho do trânsito?
Como você se sente nas montanhas? Como se sente nos domingos ao caminhar na rua? Ao tocar um instrumento musical com toda a sua atenção?
Podemos trazer esse silêncio exterior para dentro através da prática constante de meditação. A concentração é o primeiro passo na meditação, e envolve silenciar a mente na medida do possível. Tente ter apenas um pensamento ou um foco. Isso é concentração. Algumas pessoas se sentem em paz após fazer algo que exige uma intensa concentração. Eu sou uma delas. Desde tocar um instrumento musical difícil, escrever um artigo ou mesmo assistir um desenho animado numa língua estrangeira que esteja aprendendo, tudo isso me traz mais para dentro. Treina a minha mente para fazer uma coisa apenas. Concentrar.
No silêncio da concentração, a meditação acontece mais facilmente. E repetimos parte do poema que abriu este artigo:

“Pare de falar,
Permaneça em silêncio.
Deus falará e Deus aprenderá
Por você.
Você aprenderá tudo
Que só Deus sabe.”

Uma vez que esteja imbuído dessa sabedoria divina, ela lhe mostrará a melhor forma de lidar com a falta de silêncio exterior que presenciamos em diversos momentos do dia. Basta ficar atento e atendê-la. Mais importante ainda, ela mostrará como trazer à tona o seu silêncio interior, que frutifica em paz, beleza e satisfação.

 

 

 

Novo livro sobre meditação: O Ensinamento Silencioso

o ensinamento silencioso capa livroRecentemente traduzimos o livro “O Ensinamento Silencioso”.

Esse pequeno livro possui apenas 60 páginas, mas é denso e explana a fundo a ideia por trás da meditação, como ter uma meditação genuína, mas sem deixar de lado as dicas básicas e exercícios para você praticar.

Se tiver interesse em outros livros também, veja a nossa página de livros sobre meditação e espiritualidade.

Veja também o livro Meditação, que é a nossa recomendação número um.

 

 

Escolhendo um Mestre espiritual

 

Há uma grande diferença entre conhecer o professor e conhecer seus ensinamentos. Seus ensinamentos mostram ao mundo o que ele tem, mas o que ele é, é um outro nome para Visão da Eternidade. – Sri Chinmoy

 

O que é, como reconhecer, ensinamentos, discípulos e mais: a figura do Mestre espiritual

Logo abaixo está a página sobre escolher um Mestre, uma de uma sequência de artigos sobre o Mestre espiritual, escritos por Sri Chinmoy. As outras páginas são:

Fonte: livro de Sri Chinmoy, chamado O Mestre e o Discípulo: considerações sobre a relação Guru-discípulo.


o que e meditar mestreComo escolher um Mestre

Sri Chinmoy, do livro O Mestre e o Discípulo

Há três tipos de professores espirituais. Um diz: “Eu farei tudo por você, minha criança. Nada há para se fazer. Você pode dormir, pode beber, aproveitar a vida vital ou não fazer nada. Permaneça apenas no seu próprio mundo e eu lhe darei realização e libertação. Você não tem de fazer nada.” Seria bom permanecer a milhares de milhas distante desse tipo de Mestre espiritual.

O segundo tipo de professor diz, “Eu disse o que a Verdade é, e tentei inspirá-lo. Eu fiz a minha parte; agora, você tem de trabalhar duro para alcançar a sua meta. Agora deve descobrir a sua própria divindade interior.” Essa espécie de professor não resolve problema algum do discípulo. Esse professor espiritual é fraco, ainda que seja sincero.

E há o terceiro tipo de professor. Em sua absoluta unicidade com o Altíssimo, ele diz ao discípulo, “Minha criança, vamos andar juntos. Você deve aspirar, e eu trarei Graça e Compaixão infinitas do Supremo. Eu tenho a minha própria salvação, mas andarei junto com você e o guiarei. Vamos trabalhar juntos.” Esse é o verdadeiro professor espiritual.

Como pode um aspirante saber se um Mestre que professa ser realizado o é realmente? Um Mestre espiritual Deus-realizado não é alguém com asas e auréola para identificá-lo. Ele é normal, exceto que em sua vida interior ele tem Paz, Luz e Beatitude. Então, se procurar um Mestre espiritual esperando algo diferente de Paz, Luz, Beatitude e Poder sem limites, ficará desapontado. Todavia, deve saber se é capaz de julgar. Se não sei coisa alguma sobre ciência médica, como poderei avaliar um grande médico? Somente outro médico saberia como julgá-lo adequadamente.

Em sua vida espiritual, um buscador verdadeiro que tenha aspiração e dedicação sinceras já alcançou um pouquinho de Luz interior. Devido à sua aspiração, Deus lhe concedeu um tantinho de Luz, e, com esta Luz, ele está fadado a ver e sentir algo em um verdadeiro Mestre espiritual. Se alguém é verdadeiramente avançado na vida espiritual e está fazendo progresso rápido em sua jornada interior, então sua aspiração é o melhor juiz para decidir se um Mestre espiritual é genuíno ou não. O melhor juiz é a aspiração sincera de cada um.

Um Mestre não realizado pode enganá-lo por um dia, um mês ou alguns anos, mas não para sempre. Se a sua aspiração sincera é cem por cento pura, e você não quer nada senão Deus, então Deus não o deixará indefinidamente com um Mestre não-realizado e insincero. É impossível!

Frequentemente aparece quem tenta julgar se o Mestre é perfeito ou não. Mas eles podem facilmente errar. Se o Mestre é genuíno – ou seja, se realizou Deus – o que pode parecer-lhes fraqueza no Mestre não é o que os retardará em sua auto-realização.

As chamadas fraquezas humanas são uma coisa; mas se o Mestre é indulgente quanto ao vital inferior, quanto à vida sexual, então o Mestre é muito ruim, sendo melhor deixá-lo. Se não sente pureza no Mestre, se não vê nele a perfeição da sua vida vital inferior, a vida emocional, então deve manter grande distância dele. Pois como conseguiria dele a perfeição para a sua própria vida vital?

Alguns Mestres são genuinamente realizados, e mesmo assim alguns de seus discípulos os deixam. Mas você acredita que um Mestre não seja realizado só porque algumas pessoas o deixaram? Não, são as imperfeições e limitações dos aspirantes que os afastam de seus Mestres. Alguns atingem um certo ponto e, então, seus egos ou seus vitais vêm à tona e eles não querem mais prosseguir.

Após aceitarem a vida espiritual por dois, seis ou mesmo dez anos, algumas pessoas se cansam. Se alguém se cansa do caminho espiritual, não é necessariamente porque esse seja o Plano do Supremo. Assim, não julgue um Mestre apenas porque muitos o deixam. Muitos partirão, mas muitos outros virão.

Mesmo se um Mestre é genuíno, pode não ser o Mestre escolhido para você. Como poderá saber se encontrou o seu próprio Mestre? É assim: pode haver muita gente à sua volta, mas quando vê uma determinada pessoa, você imediatamente sente alguma alegria. Isso significa que a sua alma tem alguma conexão com essa pessoa. Dez pessoas podem estar bem à sua frente, e por nove delas você nada sente. Mas o rosto de uma pessoa ou sua mera presença lhe trazem alegria. Nesse caso, é porque essa pessoa tem alguma conexão interior com você.

Se há uma conexão interior com um Mestre genuíno, é provável que ela tenha existido por muitas encarnações. Então, no momento que você vê esse Mestre, sente alegria ilimitada e transbordante. Todo o seu ser fica carregado de luz e alegria interiores. Você sente que a sua vida finalmente encontrou sua origem no Mestre. Você sente que é uma folha e o Mestre, a árvore. O Mestre espiritual que lhe traz alegria imediata, espontânea e ilimitada é o seu Mestre. Às vezes, se tiver sorte, poderá encontrar o seu Mestre na primeira vez que vir um Mestre espiritual. De outro modo, poderá ter de ir a vários Mestres espirituais.

Quando encontrar um Mestre cuja simples presença lhe traga imediatamente inspiração, alegria, paz e deleite, então deve fazer a si mesmo a última e absolutamente mais importante pergunta: “Se este Mestre não me der realização, libertação ou qualquer coisa que eu queira, ainda assim estou disposto a dar-lhe meu amor, minha devoção, minha entrega, minha vida?” Se a resposta for: “Sim, eu nada quero dele, exceto a permissão para servi-lo e dar-lhe o que tenho e o que sou”, saberá com certeza que é ele o seu Mestre; certamente ele é o seu Mestre.

Há um ditado, “Quando o aluno está pronto, o professor aparece.” Porém, ocorrem muitas vezes, centenas de vezes, em que o Mestre aparece, o discípulo também está pronto, mas há um véu de ignorância diante do discípulo. Ele não vê a luz, embora a luz esteja bem diante dele. Se o seu próprio professor parar diante de você e abençoá-lo vinte vezes, mesmo assim poderá não o reconhecer. O professor reconhece você, mas ele não pode dizer: “Você é meu aluno”, porque poderá ser mal interpretado. Você poderá pensar, por exemplo: “Eu tenho milhões de dólares. Por isso ele está dizendo que sou seu discípulo. Ele está pedindo-me para ser seu discípulo apenas para pegar meu dinheiro ou isto ou aquilo de mim.”

Neste mundo, apenas quando descobrimos algo por conta própria sentimos que aquilo é verdadeiro. Quando outro alguém descobre algo e nos diz, nós desacreditamos, duvidamos. Se a descoberta de que eu seja o seu Mestre vem de dentro de você mesmo, então você sente que é sua própria descoberta; mas se eu o disser, você pensará ter todo direito de duvidar de mim. Vi muitos buscadores sinceros que estavam destinados a serem meus discípulos e, cedo ou tarde, de fato tornaram-se meus discípulos; mas algo os impedia de me aceitarem naquela época. Dizer-lhes não teria acelerado seu reconhecimento de quem eu sou. Ao contrário, apenas os teria atrasado mais. Assim, fico em silêncio, para que no tempo certo eles possam ter a satisfação da própria descoberta.

Na vida espiritual, há professores que podem instruí-lo por alguns anos e há outros que podem ensiná-lo desde o jardim de infância até os mais avançados cursos universitários. Eles têm a capacidade para alçá-lo aos mais altos níveis. Mesmo que um professor seja sincero, se não tem capacidade para conduzi-lo ao topo, naturalmente você o deixará quando chegar tão longe quanto ele puder levá-lo. Contudo, existem os assim chamados Mestres que não têm capacidade alguma para ensinar, mas que tentarão conservar você próximo o máximo que puderem, apenas para que possam explorá-lo. Todavia, é você quem tem de saber se o professor é capaz de ajudá-lo. O seu ser interior lhe dirá se você está progredindo satisfatoriamente ou não. No momento que sentir que, apesar da sua sinceridade, não está mais progredindo, não perca mais o seu tempo. Você tem todo o direito de deixar o professor à hora que quiser.

Entretanto, o que ocorre algumas vezes é que o professor tem conhecimento verdadeiro, genuíno, mas o aluno não quer apreender a verdade do jeito que o professor quer ensinar – ou melhor, do jeito que o Divino quer que o professor ensine. Com frequência, infelizmente, quando o professor espiritual diz ou desvela a verdade, é mal interpretado pela mente duvidosa do aspirante. O aspirante faz uma pergunta, mas a dúvida na sua mente não lhe permite aceitar a resposta. Então, não importa quão verdadeira, relevante e sublime a resposta possa ser, ela será inútil para o buscador.

Alguns aspirantes mudam de professor quase todo mês. Hoje, este professor, amanhã, aquele, no dia seguinte, algum outro. Eles são extremamente inquietos e nunca alcançarão a iluminação.

Um professor é como um barco. Quando está num barco, fica a salvo. Mas, se tiver uma perna num barco e outra perna em outro barco, então cairá no mar da ignorância. Quando você está sentado com segurança em meu barco ou no barco de algum outro, então o barqueiro é capaz de conduzi-lo à outra margem. Uma vez alcançado o destino, verá que todos os barcos chegaram por diferentes rotas. A meta é uma só, mas os caminhos são muitos. Você não pode mudar constantemente de caminho e esperar ter a mesma velocidade. O buscador deve ser sábio, cuidadoso e discriminador.

Roma é um lugar, porém há muitas estradas para se chegar lá, e cada viajante toma uma estrada diferente. Cada Mestre está certo a seu próprio modo. Mas, uma vez que escolheu um Mestre, você tem de aderir ao caminho dele com total dedicação e entrega. Porque você pode viajar somente por uma estrada de cada vez.

Um Mestre ensina tal coisa, outro Mestre ensina outra e um terceiro Mestre ensina algo completamente diferente. Você pode encarar como diferentes matérias numa escola: história, geografia, filosofia, e assim por diante. Mas eu gostaria de dizer que na vida espiritual há somente uma matéria: Deus-realização. Para este assunto, o mais importante, o mais profundo assunto, você deve seguir um caminho. Se for o caminho da devoção, ótimo. Se for o caminho do conhecimento, ótimo. Se for o caminho do serviço desinteressado, ótimo. Também, poderá abordar todos num só. Quando realizar Deus, todos os caminhos se tornarão um; os três mais importantes caminhos, devoção, conhecimento e serviço desinteressado inevitavelmente se fundem num só.

Não podemos dizer que nosso caminho seja, de longe, o melhor para todos. Não sejamos tolos. Podemos, apenas, dizer que nosso caminho é o caminho do amor, devoção e entrega. Se outros querem aceitá-lo, ótimo. Nosso caminho é o melhor para nós e permanecemos nele porque é o caminho que o Supremo deseja que sigamos. Os outros também têm de encontrar o melhor caminho para si.

O caminho espiritual, a jornada da vida interior, é um processo para toda a vida. Somente se estiver disposto a seguir através desta longa disciplina você encontrará o seu verdadeiro Mestre. Quando estuda, precisa ter seriedade para passar nos exames. Do mesmo modo, deve ter extrema seriedade e sinceridade na vida espiritual. Primeiro busque em seu interior profundo e sinta se quer um Mestre espiritual para guiá-lo pelo resto da vida, e se poderá ouvi-lo totalmente, com todo o coração e incondicionalmente. Se sente que pode seguir um Mestre com fé e devoção e dar a sua vida ao caminho, então o Mestre está fadado a aparecer para você. Se sente que não existe nem pode existir sem a vida espiritual, então tenha certeza de que você está pronto para a vida espiritual. Se sente que não pode continuar na Terra sem paz interior, sem alegria interior, sem a orientação viva de Deus através de um Mestre espiritual – se chegou a este estágio – então está fadado a conseguir um Mestre espiritual em breve.

Não há um único buscador na Terra que fique sem um professor, se estiver desesperadamente necessitado de um. Se sua aspiração é intensa, se seu clamor interior está ascendendo constantemente, como pode Deus permanecer indiferente? Foi Deus quem acendeu a chama da aspiração nesse buscador, e será Deus quem trará um Mestre para ele ou o colocará aos pés de um Mestre espiritual.

 

 

*

 

A mente batalhadora de um buscador precisa do caminho certo.

O coração inquiridor de um buscador precisa do professor certo.

A alma aspirante de um buscador precisa do Deus certo.

 

*

 

Não se mate preocupando-se

Com falsos professores.

O seu abrigo-sinceridade o protegerá

E definitivamente também o ajudará

A encontrar um verdadeiro professor.

 

*

 

Somente um falso professor espiritual

Pensa e sente

Que apenas ele é perfeito,

E que os demais

Professores espirituais

São todos falsos.

 

*

 

O seu Mestre não se esconde de você.

São os seus olhos sem visão

E a sua mente preguiçosa

Que não o permitem reconhecê-lo

Mesmo quando ele está em pé,

Bem à sua frente,

Com o Olho-Compaixão de sua Eternidade.

🎼Música para meditação – 13 minutos de esraj indiano de Sri Chinmoy

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“O silêncio transforma tudo em beleza.” -Sri Chinmoy

Como superar a raiva

Abaixo segue um resumo de uma pesquisa com os ensinamentos de Sri Chinmoy sobre como superar a raiva:

Se permitirmos que a raiva entre, ela roubará o nosso amor. Devemos ansiar interiormente para que a nossa aspiração profunda venha à tona e afaste a raiva. Temos de prestar atenção em quais qualidades constroem a nossa natureza.

Correr é uma ótima fora de se livrar da raiva e frustração. Você ficará cansado ou então a satisfação que obteve da corrida substitui a raiva.

Se a raiva é o problema, a solução é o amor. O mundo precisa de seus sorrisos, não da sua raiva.

A raiva pode ser substituída apenas pelo sentimento de unicidade inseparável.

Não adianta ter raiva das outras pessoas, pois elas são incapazes como nós. É como uma luta entre cegos.

Quando estiver cansado, você pode ficar frustrado por não conseguir fazer as coisas que precisa. Então a raiva aparece. Primeiro se reabasteça. As pessoas esperam inspiração, compaixão e outras qualidades divinas, principalmente se você for um líder.

Uma maneira de superar a raiva é dizer que a outra pessoa talvez esteja certa, depois que ela está certa. Que você talvez fizesse a mesma coisa, que certamente teria feito a mesma coisa. Repita três vezes.

A raiva vem da frustração. Se alguém diz que você está errado, mas na verdade a pessoa é que está errada, não tente se justificar. Em breve a compaixão das pessoas virá a tona. Se você sentir que está certo, sua raiva virá a tona e enfraquecerá seus nervos.

Quando a raiva vier, diga a ela que você só se alimenta de paz, e não poderá aceitá-la. O mesmo vale para o ódio – sinta que é algo que você não pode oferecer para ninguém, pois não interessa a ninguém.

A raiva vem da fraqueza. Quer dizer que a ignorância tomou conta do seu vital, mental ou físico. Às vezes começa com insegurança, apego. Então se torna frustração, e depois raiva.

Acalente a raiva e morra, ou liberte-se completamente dos outros. A raiva não permite que uma pessoa aja corretamente.

Lentamente e constantemente nos livramos da raiva. Não é verdade que sempre estará presente.

Quando falta unicidade é que a raiva aparece. É quando tentamos aperfeiçoar os outros antes de nos aperfeiçoarmos.

Quando sentir raiva, imediatamente pense nas coisas boas, na oração e meditação que você fez pela manhã.

A seguir está o texto fonte para o resumo que fiz. Ele foi traduzido automaticamente, então leia com parcimônia. Você sempre pode consultar o original se estiver em dúvida.

 

 

Pergunta: Poderia falar sobre a raiva?

Sri Chinmoy: A raiva é um grande obstáculo. O efeito posterior da raiva é a frustração e a depressão. Devemos considerar a raiva como um ladrão. A sua própria natureza é roubar. Temos amor dentro de nós e ele é o nosso tesouro. Se permitirmos que a raiva, o ladrão, entre em nós, ela roubará imediatamente o nosso tesouro interior. Quando isso acontece, temos de chamar imediatamente a polícia. Ou seja, quando a raiva nos assalta, temos de chorar interiormente para que a aspiração profunda venha ao de cima e afaste a nossa raiva. Se amamos alguém, não nos podemos zangar; mas, de momento, perdemos o nosso amor. Para recuperar o nosso amor, temos de chamar a nossa polícia da aspiração para salvar o nosso tesouro de amor mais precioso.

Mais uma vez, quando a raiva vem até nós, temos de sentir que é algo que nos está a quebrar. Viemos ao mundo para construir. Se construirmos algo, só então o mundo nos apreciará e admirará. Por isso, temos de ver quais as qualidades que constroem a nossa natureza. O amor e a paz constroem a nossa vida real; a raiva só destrói.

Pergunta: Como é que se deve lidar com a raiva?

Sri Chinmoy: Temos de vencer a raiva. Não estou a criticar ninguém, mas mesmo alguns grandes Mestres espirituais costumavam ter uma raiva inacreditável. Eram pessoas realizadas, mas por vezes a sua raiva era terrível, mesmo até ao último momento. Houve muitos, muitos, muitos grandes Mestres espirituais que expressaram uma raiva terrível.

Pergunta: Alguma hora nos livramos disso?

Sri Chinmoy: Alguns dos Mestres não conseguiram livrar-se dela. Na sua alma, coração e mente tinham compreendido Deus, mas a transformação da sua natureza era uma questão diferente. Muitos Mestres espirituais não conseguiram vencer a raiva e algumas outras fraquezas. Mas eles definitivamente tinham realizado Deus.

Sri Chinmoy, Ego e auto-complacência, Agni Press, 1977

Pergunta: A corrida pode ajudar a livrar-se da frustração e da raiva?

Sri Chinmoy: Correr é uma excelente maneira de se livrar da frustração e da raiva. Se está realmente zangado com alguém, vá e corra. Depois de um quilómetro ou mais, verá que a sua raiva desapareceu, ou porque está totalmente exausto ou porque a satisfação que ganha com o esforço físico substituiu a sua raiva.

Sri Chinmoy, The outer running and the inner running, Agni Press, 1984

6.

Ontem eu estava zangado com Deus.

Hoje estou zangado com a minha raiva.

O meu Senhor diz-me

Que se a raiva é o problema

Na minha vida,

Então a solução imediata

É o amor.

Sri Chinmoy, Vladimir Petrovsky: construtor de um novo firmamento do coração, Agni Press, 1998

Akrodha

Ausência de raiva

A vossa ausência de raiva prova que enxerga a Realidade de Deus à sua volta.

Esta é uma conquista que não pode ser explicada.

Nem sequer pode ser sentida corretamente.

Só pode ser amada espontaneamente.

Sri Chinmoy, O núcleo da Luz da Índia, parte 1, Agni Press, 1992

47562

O mundo precisa

Dos vossos sorrisos

E não da vossa raiva.

Sri Chinmoy, Setenta e sete mil árvores de serviço, parte 48, Agni Press, 2007

33583

A raiva pode ser substituída

Apenas com um sentimento genuíno

De inseparável unidade.

Sri Chinmoy, Setenta e sete mil árvores de serviço, parte 34, Agni Press, 2003

Pergunta: Guru, se uma pessoa espiritual fica zangada, essa raiva tem mais poder do que a raiva de uma pessoa comum?

Sri Chinmoy: Você é uma pessoa espiritual; tem estado a rezar e a meditar durante vários anos. Por isso, se te zangares com a tua mãe, naturalmente a tua raiva não será tão intensa. Mas a sua mãe não medita. Se ela ficar zangada contigo, a sua raiva será maior do que a tua. Mais uma vez, se uma pessoa espiritual tem estado a rezar por poder dinâmico e se o seu vital inferior não está completamente purificado, então, quando fica zangado, a sua raiva possuirá uma tremenda força destrutiva. Portanto, tudo depende da situação particular.

Sri Chinmoy, Ego e auto-complacência, Agni Press, 1977

Querida Ethel:

A sua carta era toda sobre a sua raiva. Tem a certeza de que a sua raiva é das mais rápidas. Eu desafio-a com um poderoso “Não!” Estudei a sua natureza. Quero dizer que o seu medo, especialmente o medo de Deus, é o mais rápido. Dizeis que, finalmente, descobristes que o vosso pior inimigo é a ira. A raiva não é o vosso pior inimigo. A dúvida, sem dúvida a dúvida, a dúvida de si próprio, é de longe o vosso inimigo superlativo. No entanto, não estou a dizer que a dúvida e o medo tenham causado a vossa raiva. Só digo que tens de prestar mais atenção à dúvida e ao medo.

Querias saber se as pessoas espirituais podem sentir raiva. Digo-vos que não só as pessoas espirituais, mas até os grandes Mestres espirituais podem ter raiva. Alguns compreenderam Deus, mas ainda têm de conquistar a sua natureza inferior. Até terem conquistado a sua natureza inferior, a cólera pode torturá-los, e tortura-os, na sua vida exterior.

Mais uma vez, devo dizer-vos que é extremamente difícil para os outros saberem se a raiva do Mestre espiritual é genuína ou se é apenas um fingimento inteligente. Por vezes, um Mestre sente que, ao expressar uma raiva tempestuosa aos seus discípulos, que ele considera serem os seus, pode destruir a sua ignorância-noite mais cedo do que se tivesse empregado qualquer outro meio. É verdade que, às vezes, ele pode expressar uma raiva animalesca. É igualmente verdade que a sua cólera é imediatamente seguida pela Compaixão-Fluxo. Esta sua Compaixão é puro Néctar. Bebam-no, bebam-no até ficarem satisfeitos. E eis que a vossa vida muda. Totalmente e para sempre.

Querida Ethel, a tua última pergunta é: como vencer a tua raiva? Há várias maneiras de vencer a sua raiva com sucesso e glória. Suponhamos que neste momento está zangada com o seu marido. A propósito, tenho a certeza de que se diverte quando chamo ao seu marido Sócrates e a si Xantipa do século XX. Sim, às vezes zangas-te, terrivelmente zangada, com o meu Sócrates. Quando isso acontece, a primeira coisa que tens de fazer é repetir em voz alta três vezes: “Talvez ele tenha razão, talvez ele tenha razão, talvez ele tenha razão”. Depois, em silêncio, repete três vezes: “Ele tem razão, ele tem razão, ele tem razão”. Depois diz em voz alta: “Neste caso, eu poderia ter feito o mesmo. Neste caso, eu poderia ter feito o mesmo. Neste caso, eu poderia ter feito o mesmo”. Depois, em silêncio, dizes: “Neste caso, eu também teria feito o mesmo. Neste caso, eu também teria feito o mesmo. Neste caso, eu também teria feito o mesmo”.

Nessa altura, a cólera perderá toda a sua fome de si e não terá qualquer interesse em devorá-la. Deixá-la-á, irá embora, irá embora. Deixá-la-á, irá bater à porta de outro.

Lançaste-te no caminho da espiritualidade, querida Xantipa; tens estado a meditar. Está a fazer bons progressos. Durante algum tempo, concentra-te apenas na Paz divina e deixa de lado todas as outras qualidades divinas. Durante a tua meditação, tenta fazer descer a Paz, sublime e sólida, do Alto. O teu inimigo é a cólera. O inimigo da raiva é a Paz. A raiva odeia abertamente a Paz. Se invocares a Paz com alma, então a raiva odiar-te-á impiedosamente e nunca entrará em ti, na tua vida, consciente ou inconscientemente. Mais uma coisa: antes de invocares a Paz, entrega o teu sopro de vida dez vezes à Vontade do Supremo. Não há outra forma de te tornares uno com a Vontade do Supremo senão fazeres uma rendição consciente à Vontade do Supremo. A vossa rendição é a vossa salvaguarda. Mesmo em frente à vossa rendição está Deus com a Sua Omnipresença. Com a vossa entrega está a Omnisciência de Deus. E na vossa entrega está a Omnipotência de Deus.

Raiva: em inglês, basta pôr um “d” antes de “anger” e ela torna-se “danger”, um perigo. Não quero que brinques com o perigo, mas quero que brinques constantemente com a entrega da tua alma, a entrega do teu coração, a entrega da tua mente e a entrega do teu corpo.

Seu amigo que afugenta a raiva,

Chinmoy

20 de dezembro de 1968

Sri Chinmoy, Sri Chinmoy responde, parte 36, Agni Press, 2004

Sri Chinmoy, A viagem interior, Agni Press, 1977

Pergunta: Quando cheguei ao aeroporto, perdi completamente a cabeça com um funcionário. Porque é que esta raiva surge em mim?

Sri Chinmoy: A raiva vem da frustração. Por vezes sentimos que essas pessoas são injustas. As autoridades do aeroporto podem talvez ser muito pouco divinas. Mas temos de saber que se eles dizem que estamos a fazer algo de errado, então não devemos tentar justificar o que estamos a fazer. Temos de ser muito, muito humildes. Deixem que vos repreendam e insultem. Se ficarem calados, depois a compaixão vai ser grande para eles. Mas se sentirem que eles estão errados e que vocês têm razão, então mostrarem a vossa raiva vulcânica não vai dar em nada. Apenas enfraquecerão os vossos nervos, especialmente os nervos interiores que atraem a paz, a luz e a bem-aventurança do Alto. Se alguém faz algo errado e vocês ficam furiosos, então estão a exercer a vossa estupidez.

Não sejas estúpido; sê sábio! Um dia, a outra pessoa irá encontrar-se com a retribuição. O seu castigo virá sob a forma de justiça-luz. Mas no teu caso, estás a receber o teu castigo aqui e agora. Por isso, tens de ter cuidado. Se sofrem de raiva, raiva incontrolável, têm de rezar ao Supremo para trazer imediatamente a paz, que é infinitamente mais forte do que a vossa raiva.

Sri Chinmoy, Sri Chinmoy responde, parte 15, Agni Press, 1999

Como vencer a raiva? Sinta a necessidade de se aperfeiçoar. Quando a raiva quiser entrar em si, diga: “Peço desculpa, eu como apenas um alimento. O nome do meu alimento é Paz. Não serei capaz de o digerir. Se te comer, serei destruído em todos os aspectos. Eu não quero ser destruído. Tenho de fazer muito pela divindade em mim e pela humanidade à minha volta. Ó raiva, estás a bater à porta errada”.

Sri Chinmoy, Beyond Within – A collection of writings 1964-1974, Agni Press, 1975

SCA 920-925. Sri Chinmoy respondeu a estas perguntas em Brasília, Brasil, em 29 de janeiro de 2000.

Pergunta: Como podemos lidar melhor com a raiva que vem com o dinamismo?

Sri Chinmoy: A raiva pode ser facilmente separada do dinamismo, mas somente se você estiver numa boa consciência. Se estivermos numa má consciência, uma consciência animal, então a raiva pode aparecer não só no dinamismo mas até no movimento mais lento.

Quando estás a correr à tua velocidade máxima, isso não é dinamismo? Nessa altura, está zangado? Não, está a correr à velocidade máxima para ganhar a corrida. Há muito dinamismo envolvido. Só se fores uma pessoa muito má é que vais amaldiçoar alguém que vai à tua frente. Caso contrário, não terá tempo para pensar nos outros.

Muitas coisas fazem-se depressa, muito depressa, com um dinamismo tremendo. Nessa altura, não há raiva envolvida. Só se o orgulho entrar enquanto se está a correr muito depressa é que a raiva entra em cena. O orgulho pode tomar a forma de raiva. Mais uma vez, este orgulho pode ser facilmente humilhado. Se alguém vai à vossa frente, o vosso orgulho pode ser esmagado.

Sri Chinmoy, Sri Chinmoy responde, parte 27, Agni Press, 2000

Pergunta: Por vezes fico zangado sem razão aparente. Qual é a razão interior?

Sri Chinmoy: A verdadeira razão é a fraqueza. Tens de saber de onde vem a raiva, se do vital ou da mente ou do físico grosseiro. Se for uma raiva verdadeira, uma raiva incontrolável, então tens de saber que nessa altura a ignorância te atacou com mais força. Agora, como é que a ignorância o pode atacar desta forma? Ela só pode atacar-nos com mais força quando não alimentamos a nossa alma de manhã e durante o dia. Não fizeste a primeira coisa primeiro. Se tivesses meditado bem, então a raiva poderia ter-te assaltado, mas o seu ataque não teria sido tão poderoso. Por isso, tenta ter paz de espírito com a força da tua oração e meditação. Se rezarem e meditarem, a raiva pode ser vencida.

Usamos o tempo para um propósito negativo ou para um propósito positivo, seja para expressar a nossa raiva ou para revelar o nosso amor pelos outros. O tempo em si é sempre o mesmo. Se não rezarmos ou meditarmos, estamos condenados a usá-lo para um fim negativo. Agora podem dizer: “Há muitas pessoas que não rezam, que não meditam, mas não se zangam como as chamadas pessoas espirituais”. Mas eu quero dizer que a nossa maneira de observar os outros no plano exterior é muito superficial. Se uma pessoa espiritual fica zangada, então a sua meditação não é uma meditação verdadeira. Ele pode sentar-se com os olhos fechados ou olhar para um quadro, mas Deus sabe como a sua mente está a vaguear, em que floresta selvagem ou deserto estéril. Isto não é meditação. Mas se eles trabalham devotada e desinteressadamente todos os dias, esta é uma forma de meditação real. A partir de seu trabalho desinteressado e serviço altruísta, eles estão adquirindo o poder da meditação. E se obtiverem o poder da meditação, então naturalmente não serão vítimas da raiva selvagem.

Sri Chinmoy, A iluminação das nuvens da vida, parte 2, Agni Press, 1974

Superar a raiva e o ódio

Se é vítima da raiva e do ódio, tente sentir sinceramente que essas forças são suas inimigas. Isto não é imaginação; é a realidade. Eles são seus inimigos. Pense na raiva como um ladrão. Quando estiveres zangado com alguém, sente que a tua raiva é um ser humano que veio roubar a tua riqueza interior, a tua paz e equilíbrio. Se fores sábio, nunca permitirás que um ladrão entre em ti. Pensa também no ódio como um ser humano que veio roubar-te o teu amor, que é também a tua riqueza interior.

Quando sabemos que alguém é um ladrão, imediatamente tomamos precauções contra ele. Por isso, temos de sentir que a nossa raiva é um verdadeiro ladrão, que o nosso ódio é um verdadeiro ladrão. Se encarares a tua raiva e o teu ódio desta forma, então, naturalmente, estarás sempre à porta da tua existência e manterás a tua porta devidamente guardada. Se vires um ladrão, não o deixarás entrar.

Tens de sentir e perceber que não há paz, nem alegria, nem satisfação na raiva ou no ódio que estás a oferecer e a tornar-te. Quando oferecem raiva, têm de sentir que se tornaram raiva. Quando oferecem ódio, sintam que vocês próprios se tornaram ódio. No momento em que quiseres dar algo a alguém, sente que tu próprio és essa coisa, e é por isso que estás em posição de a dar. Quando oferece algo a alguém, espera obter alguma satisfação interior. Mas se dermos raiva a alguém, ele não a aprecia e nós também não ficamos satisfeitos com isso. Agora, quando damos algo a alguém e ele não o aprecia, sentimo-nos infelizes. Se o teu presente não vai ser bem apreciado, então não o dás. Tentamos dar outra coisa, que agrade à pessoa.

Faça o mesmo com o ódio. Sinta que está a oferecer a alguém algo que não lhe agrada. Como ele não gosta disso, terá de lhe oferecer outra riqueza. O que lhe interessa é o seu amor e a sua paz de espírito. Se oferecer estas qualidades ou outras qualidades divinas, naturalmente que serão apreciadas. Pensemos num cliente e num comerciante. Se o cliente não quiser comprar o que lhe estamos a oferecer, então oferecemos-lhe outra coisa que lhe agrade.

Sri Chinmoy, Sri Chinmoy fala, parte 7, Agni Press, 1976

  1. Faça a sua escolha

Façam a vossa escolha:

Ou acalenta a raiva contra os outros

E perecer,

Ou liberta-te totalmente

Dos outros.

Se fizeres a escolha certa,

Serás feliz.

Sri Chinmoy, Dez Mil Chamas de Flores, parte 27, Agni Press, 1982

Pergunta: Porque é que ainda experimentamos raiva e irritação?

Sri Chinmoy: Estamos no processo de evolução e estamos continuamente a fazer progressos. Mas a perfeição não surge de um dia para o outro. Há muito tempo, sabemos quantos desejos tínhamos. Se formos sinceros connosco próprios, então saberemos que anteriormente a nossa raiva era a mais rápida. Costumávamos ficar furiosos quando acontecia algo contrário à nossa vontade. Agora já não sentimos esse tipo de raiva animal. Podemos ficar zangados quando vemos coisas não divinas em nós ou nos outros, mas estamos a progredir. Pode não ser um progresso contínuo, mas é um progresso contínuo. Lentamente e de forma constante, estamos a libertar-nos da raiva, da dúvida e de outras qualidades não divinas que obstruem o nosso caminho. Só porque temos essas deficiências hoje, não podemos dizer que essas forças não divinas nunca nos deixarão. Só temos de ver se essas forças não divinas estão a aumentar ou a diminuir. Temos de olhar para o passado e ver quantas horas por dia vivemos na ignorância e na vida de desejo, e quantas horas por dia vivemos agora na vida de aspiração. Se o fizermos, então veremos definitivamente que estamos a progredir.

Sri Chinmoy, Selfless service-light, Agni Press, 1977

Pergunta: Como é que se pode ultrapassar a raiva destrutiva?

Sri Chinmoy: A raiva surge precisamente porque nos falta a unidade. Se tivermos o sentimento de unidade com o mundo, então a raiva não surge. A dificuldade é que tentamos aperfeiçoar os outros antes de nos aperfeiçoarmos a nós próprios. Vemos que algo foi feito que não é a perfeição em si e queremos a perfeição do mundo primeiro. Mas esta perfeição nunca a poderemos ter, a não ser que nos aperfeiçoemos a nós próprios. Se eu sou perfeito, então o mundo é abençoado com um homem perfeito. Quando somos ambos perfeitos, o mundo é abençoado com dois homens perfeitos.

Assim, na nossa vida espiritual, tentamos ver a perfeição desta forma. Sentimos que, se nos tornarmos perfeitos, já teremos facilitado o controlo da consciência do mundo ou a conquista da sua raiva. Como é que nos podemos aperfeiçoar? É a aspiração que nos leva à nossa perfeição. Se aspiramos, então incluímos a humanidade em geral na nossa aspiração. Quando realmente aspiramos, ninguém é excluído da nossa consciência aspirante. Mas quando desejamos, tentamos separar-nos do mundo. A raiva é um dos filhos da ignorância. Se conseguirmos vencer a ignorância, então não pode haver raiva.

Quando estiveres zangado com alguém ou prestes a ficar zangado, por favor, sente a necessidade da tua unidade com ele. Sinta que a raiva não é possível. Digam a vós próprios: “Se estou zangado, como posso tornar-me uno com ele?” Depois, tente repetir o mais rápido possível, sete vezes, a palavra “amor”. Depois de ter acabado de repetir “amor”, diga o nome da pessoa com quem está zangado. Depois de ter repetido “amor”, atire esse amor para a pessoa com quem está zangado. Tragam a sua compreensão para dentro da vossa própria criação que é o amor. Então verá que esse amor se tornará uma realidade.

Se o problema da raiva o tortura, por favor siga o caminho positivo, o caminho da aspiração, todos os dias. Se aspirarem diariamente, então obterão amor interior, riqueza interior. O produto desse amor interior é a paz. Quando têm dinheiro, vão ao banco e depositam-no. Essa é a vossa riqueza exterior. Quando aspiram, obtêm riqueza interior. Essa riqueza interior deposita-se aqui dentro do seu coração. Quando estiveres zangado, pensa imediatamente no que fizeste de manhã cedo. De manhã cedo, às seis horas, rezaram ou meditaram durante meia hora e, nessa altura, ganharam a vossa riqueza interior. Quando te lembras do que fizeste às seis horas, quando pensas na tua meditação, recebes novamente essa riqueza interior e agora podes usar a tua riqueza interior. Basta tocar nessa riqueza interior e verá que ela resolverá o problema. Invoca a tua riqueza interior e dá aos outros não dinheiro ou ouro, mas paz e amor. A vossa riqueza exterior pode prender-vos, mas a vossa riqueza interior pode vencer a ignorância. Nessa altura, a ignorância não o afectará, porque Deus está dentro de si com toda a Sua proteção.

Sri Chinmoy, A iluminação das nuvens de vida, parte 2, Agni Press, 1974

Pergunta: Os discípulos sofrem quando recebem forças não divinas de outros discípulos?

Sri Chinmoy: Sim, se receberes forças não divinas de alguém, sofrerás. Se mantiverem a vossa porta aberta e alguém entrar e danificar o vosso quarto, sofrerão. Mais uma vez, também podes causar danos a outros.

Os discípulos lutam como tudo. Por vezes, quando estou a meditar, vejo como os discípulos estão a lutar no mundo vital. Muitas vezes vejo rapazes a lutar com rapazes, raparigas a lutar com raparigas e rapazes e raparigas a lutar como cães e gatos. Por vezes, para meu grande espanto, os rapazes são derrotados pelas raparigas. Isto não são invenções; é absolutamente verdade.

Começamos com raiva e guardamo-la durante algumas horas. Depois, acontece que, durante o sono, inconscientemente, atacamos alguém. Nessa altura, sou como um avô muito velho. Não sei que lado tomar. Eu digo-vos: “Ataquem-me e a vossa raiva acabará”. Eu sou a pessoa certa para levar as vossas forças não divinas. Sou o caixote do lixo universal onde devem deitar a vossa raiva. Mas alguns de vós não me ouvem. Anteontem, vi esse tipo de luta. Às vezes começa com ciúmes, às vezes começa com insegurança, às vezes começa com apego, apego vital. Depois transforma-se em frustração. Portanto, estas são as principais razões pelas quais, no mundo interior, se dão lutas terríveis entre os discípulos.

Sri Chinmoy, Ego and self-complacency, Agni Press, 1977

O que a raiva pode fazer

Era uma vez um chefe muito rígido. As pessoas que trabalhavam com ele tinham sempre medo dele. Ele costumava dizer: “Eu não quero nenhum ocioso no meu escritório. Vão ser despedidos!” Se alguém fosse lento, ele ficava furioso. Se alguém estava inativo, ele insultava-o muito.

Um dia, este chefe viu um dos seus trabalhadores a vaguear no corredor. Além disso, o trabalhador estava a mascar chiclete. O patrão ficou furioso. Dirigiu-se ao homem e disse-lhe: “Não posso tolerar esse tipo de comportamento. Quero que os meus trabalhadores sejam muito, muito ativos e dinâmicos. O que é que pensa que está a fazer? És um tipo muito mau. Não quero que continues no meu gabinete. Já agora, quanto dinheiro recebes? Tenho alguma simpatia por si e pela sua família. Diz-me, quanto dinheiro recebes?

O trabalhador respondeu: “Recebo cem rupias por mês.”

“Está bem”, disse o patrão. “Estou a dar-te cem rupias. Agora vai procurar outro sítio para trabalhar. Já te dei o salário de um mês. Tenho pena de ti, mas não te posso manter aqui porque és um mau exemplo para os meus outros trabalhadores. Agora, por favor, sai do meu escritório e nunca, nunca mais voltes”.

O homem foi-se embora e o patrão ficou muito, muito contente por não ter ninguém no seu gabinete a perder tempo. Depois, o patrão saiu para almoçar. Comeu uma refeição muito agradável e, passadas duas horas, regressou ao escritório.

Assim que entrou no seu gabinete para trabalhar, pareceu-lhe ver o mesmo homem no corredor a comer qualquer coisa. Ficou consumido pela raiva. Mandou chamar o seu assistente e disse: “Este homem é tão ingrato! Dei-lhe dinheiro para um mês inteiro. Disse-lhe: ‘Vai procurar outro emprego. Estou a dar-te cem rupias para que tu e a tua família não sofram”. Agora, o que é que esse mau trabalhador está a fazer aqui? Ele está a estragar o ambiente no meu escritório. Outros vão seguir o seu exemplo e também se vão tornar preguiçosos. Ele devia ser castigado! Tragam-no para aqui”.

Assim, o assistente levou o homem ao patrão. O chefe estava tão zangado que nem conseguia olhar para o homem. E explodiu: “Tu és impossível! Quando te despedi, dei-te tanto dinheiro! Porque é que ainda está aqui? O que é que estás a fazer?

O homem tira calmamente uma carta do bolso e entrega-a ao patrão. A carta era de um amigo do patrão, que o convidava para jantar nessa noite. Depois de ler a carta, o patrão olhou com mais atenção para o trabalhador e apercebeu-se de que não era o trabalhador que tinha despedido. Era alguém que trabalhava no escritório do seu amigo.

Eis o que a raiva pode fazer. No início, o patrão foi muito rigoroso. Não queria que ninguém ficasse inativo ou perdesse tempo. Depois, quando despediu o trabalhador preguiçoso, foi até certo ponto generoso. Mostrou a sua compaixão. Por fim, quando pensou que o trabalhador preguiçoso ainda estava a demorar, ficou tão furioso que nem sequer olhou bem para o trabalhador. Pensou que era a mesma pessoa. A sua raiva era tão grande que não conseguia ver com clareza. A raiva não nos permite ver a pessoa certa ou fazer a coisa certa.

Sri Chinmoy, Life’s bleeding tears and flying smiles, parte 8, Agni Press, 2001

 

Pergunta: Como posso agradar-lhe melhor, Guru?

Sri Chinmoy: A melhor maneira de me agradar é não fazer as coisas que impedem que me agrade. Se estiveres zangado com a tua irmã, sente que naturalmente essa raiva entrará no coração do teu Guru. Pensa que esta raiva terá imediatamente um efeito doloroso no meu coração. Então, imediatamente vencerás a tua raiva. Façam sempre aquilo que não me vai magoar ou prejudicar. Agradar-me-á mais se não fizer a coisa errada.

Pergunta: Ficar zangado com outros discípulos é o mesmo que ficar zangado consigo?

Sri Chinmoy: Se tens de ficar zangado, então fica zangado comigo, porque eu tenho a capacidade de lançar a tua raiva na Consciência Universal. Mas se ficarem zangados com outro discípulo, então é como um cego a atacar um pobre. Esta será uma história muito triste. Um homem cego e um homem pobre não serão capazes de obter qualquer iluminação da vida. Por isso, é melhor atirarem sempre a vossa raiva para mim.

Quando se mantém a raiva contra outra pessoa, isso torna-se um problema sério. Certa vez, um discípulo de um mestre espiritual foi consumido por uma raiva animal. Escreveu ao seu Mestre e disse: “Se dizes que vais conceder a libertação a este homem, então não preciso da tua libertação”. Então o discípulo deixou o Mestre. Assim se pode ver a capacidade da raiva.

Sri Chinmoy, Ego e auto-complacência, Agni Press, 1977

Pergunta: Quando estou a meditar e estou cansado, sinto-me fraco e zangado. Esta experiência é bastante nova para mim.O que estou a fazer de errado?

Sri Chinmoy: Quando está cansado, por favor tente invocar a paz do alto ou mergulhar profundamente dentro de si para restaurar a paz na sua vida exterior. A paz é a luz nutritiva que existe em nós. Quando se sentirem cansados, não se misturem com os discípulos, mesmo que haja coisas importantes para fazer. Espera e tenta reabastecer o teu sistema. Entra no teu quarto e medita. Primeiro enche o teu recipiente interior e depois começa a misturar-te com os outros. Se estiveres cansado e exausto e te misturares com os discípulos, então não poderás acrescentar nada às suas aspirações nem ajudá-los de forma alguma. Tens de te tornar mais enérgico e iluminado para que possas iluminar os outros discípulos. Esse é o teu trabalho, já que és o líder do teu Centro.

Quando se está cansado e exausto, no momento em que se fala com alguém, sente-se que não se tem nada para dar. Então, nessa altura, a sua sinceridade fica desagradada e, exteriormente, cria raiva ou frustração. Uma parte de si fica desgostosa ou desanimada.

Vocês são os líderes do vosso Centro. Cada dirigente é o meu representante. Dos líderes, os membros esperam sempre inspiração, compaixão e todas as outras qualidades divinas. Se o líder não consegue fornecer estas qualidades, então a sua própria sinceridade fica frustrada. É por isso que estão a ficar exasperados.

Sri Chinmoy, Ego e auto-complacência, Agni Press, 1977

Benefícios da meditação para a saúde

Benefícios da meditação para a saúde

pt.1

“Nada pode ser tão rico

E poderoso

Como o silêncio do coração.”

-SriChinmoy, Setenta e Sete Mil Árvores de Serviço, Parte 15

5:50 da manhã. Os olhos piscam. Os raios atravessam as cortinas. E quando me viro e pego no despertador, sinto o trovão na minha cabeça. Uma sensação instantaneamente desmoralizante de expansão, uma pressão brilhante encapsulada atrás da minha testa. “Que começo!” Segue-se o movimento rotineiro em direção à embalagem de analgésicos e a mais uma hora de sono esperançoso.

O meu historial pessoal de dores de cabeça remonta aos tempos da infância. Apareciam várias vezes por semana. Por vezes, um passeio pela natureza que elevasse o espírito, seguido de um sono recreativo, resolvia o problema, mas noutras ocasiões durava uma semana muito cansativa.

Não é apenas físico

A certa altura, li algo num jornal que foi a primeira parte de um grande avanço na minha compreensão dos problemas de saúde. Havia um artigo que dizia que 90% de todos os problemas com que os doentes vão ao médico têm, de facto, uma componente mental. 90! Infelizmente, não se dizia até que ponto a mentalidade dos doentes influenciava as suas doenças, mas despertei para o facto de que aquilo que carregamos na nossa mente também forma a nossa condição física. Então, o que é o sofrimento físico? Se grande parte do sofrimento é mental, será que a saúde também é uma escolha? Mesmo a saúde interior?

“São só pensamentos”

Um dia, um amigo convidou-me para ir a casa dele para me distrair de outra dor de cabeça. Hesitei, mas fui. A mãe dele também lá estava e, ao ver-me, perguntou-me pelo meu bem-estar. Disse-lhe que a minha cabeça me estava a torturar mas que, fora isso, estava bem. Ela olhou para mim com muita atenção e intensidade, depois disse com ênfase: “São só pensamentos”.

Fiquei perplexo. Na minha mente, tentei e esforcei-me por explicar a minha história com este fardo, mas, francamente, o poder das suas palavras era mais forte do que a minha dor. Ela terminou o silêncio com um aceno de cabeça e a minha amiga começou a falar de outra coisa. Mas eu fui apanhado por um sentimento de que o que ela disse era simplesmente verdade. Durante o resto do dia, senti-me um pouco abalada e desmascarada, mas também incrivelmente aliviada e intrigada e, o mais importante: a dor de cabeça tinha desaparecido! Mais tarde, soube que durante décadas ela foi uma das discípulas mais próximas de um mestre de meditação chinês. Ir para além das projecções, dos pensamentos e dos seus condicionamentos, em direção ao fundo do seu coração, constituía o princípio sempre orientador da sua espiritualidade.

“O que é que tu queres?

Eu quero boa saúde.

Medita numa horta.

Medita numa criança que dança.”

-SriChinmoy, do livro Meditate On

Dor, e agora?

A partir daí, sempre que tinha dores de cabeça ou qualquer tipo de desconforto, chamava-lhe distração, tentava concentrar-me e expandir a harmonia interior e mais profunda e deixava que a distração passasse ao estado de ruído de fundo. Ou, como diria o mestre de meditação Sri Chinmoy, tentei identificar-me com o meu eu superior. Por vezes, funciona suficientemente bem para navegar durante o meu dia, mas normalmente esqueço-me do meu fardo.

“Certo! Eu estava a sofrer!” Admito que ajuda sempre, mas nem sempre a 100% com o toque de um botão, mas mesmo assim é simples. E, sinceramente, não me importo que o efeito meditativo para o físico varie um pouco, porque de cada vez que aplico o método descrito estou a entrar em contacto com algo muito bonito e gratificante. E esta é a parte mais importante. Parece sempre que, pelo menos por um momento, estou a crescer numa versão mais feliz e mais leve de mim mesmo. E, na natureza deste estado, permito automaticamente que a energia vital subtil flua livremente e harmonize todas as minhas pequenas e não tão pequenas tensões, passo a passo. Quanto mais profundamente eu conseguir deixar este processo acontecer, mais as coisas são promissoras para o meu estado exterior. Este é o caminho de todos os benefícios da meditação, incluindo os benefícios para a saúde.

Um exercício prático

Se isto lhe diz respeito, aqui está uma técnica simples:

ouvir música esraj meditativa de Sri Chinmoy:

http://www.radiosrichinmoy.org/13411/sri-chinmoy-plays-the-esraj-4/

Enquanto deixa que a música o envolva, siga os seguintes passos.

*Primeiro respire calmamente e concentre-se por um breve momento no corpo e deixe toda a tensão sair. Relaxe as mãos e os membros. Relaxe o pescoço, a parte superior do corpo, a cabeça. Respire.

*De seguida, acalmar a mente. Deixar que os pensamentos se tornem pássaros distantes que atravessam o céu sem deixar rasto. Retirar qualquer importância aos pensamentos. Entre os tempos agitados e os espaços tensos, deixe-se levar por um lugarzinho. Toda a tensão está a ser libertada. Aqui e agora.

*Agora, traz toda a atenção para o centro do teu peito.

*Sinta a paz.

*Reconheça-a.

*Abraça e desfruta da sua harmonia.

*Ela espalha-se. Deixe-a encher lentamente todo o seu corpo.

*Sinta todo o seu ser a iluminar-se.

*Experimenta uma expansão de paz.

*Permanece aí o máximo de tempo possível.

“O silêncio é nada menos que

Energia dinâmica.”

-SriChinmoy, Setenta e Sete Mil Árvores-Serviço, Parte 37

http://www.srichinmoylibrary.com/st-36258

A mente chama Deus de “energia” com razão <

Os benefícios da meditação para a saúde têm, de facto, uma base muito simples. A ciência está a dizer que os átomos consistem em nada menos que 99,999% de vazio! Portanto, todas essas leis e descobertas baseiam-se, de facto, em “nada”! No entanto, o lendário pioneiro da física, Albert Einstein, viu os praticamente 100% como algo muito mais valioso do que o nada. Considerou-o como energia (ver imagem acima). E esta pode ser considerada a grande ponte entre o mundo científico e o mundo espiritual.

Tudo é uma energia superior

Perguntei a dezenas de pessoas o que é Deus para elas e provavelmente obtive a mesma quantidade de respostas diferentes. “Amor”, ‘Luz’, ‘Harmonia transpessoal’ e muitas, muitas mais. Mas todos concordam que o sinónimo mais fácil de entender é energia. E a energia nunca é estática, é dinâmica. Um termo espiritual frequentemente utilizado para descrever o estado da energia é “vibração”. Omnipresente e, se olharmos à nossa volta, é também omnipotente. Também a podemos ver como um rio infinitamente positivo e progressivo. Poderoso e suave ao mesmo tempo. A questão não é se ela existe, porque nós não somos constituídos por mais nada para além desta mesma energia. A questão é se estamos prontos para abraçar conscientemente esta verdade e incluir esta realidade nas nossas vidas.

Na parte 2, ficará a conhecer as verdades espantosas por detrás do vegetarianismo (vivem mais 10 anos!), da positividade, do karma e de como a intuição nos salva de tudo isto!

Benefícios da meditação para a saúde

pt.2

Os cientistas descobrem

Ao longo dos anos, os cientistas, sempre curiosos, observaram muitos fenómenos relacionados com a meditação. Normalmente, os investigadores ficam mais perplexos do que iluminados. As proezas de Shaolin, as alterações no cérebro, a melhoria da memória e da força mental, bem como o reforço do sistema imunitário, são realizações ou benefícios da meditação bastante menores em comparação com o aumento da felicidade geral. E a felicidade e a saúde são as flores supremamente interligadas da vida interior e da vida exterior. Mas, sobretudo, os benefícios da meditação para a saúde estão bem documentados. Num estudo de investigação, foi administrado um vírus da gripe a pessoas que meditavam e a pessoas que não meditavam. As pessoas que meditavam regularmente “(…) eram capazes de produzir um maior número de anticorpos e tinham uma função imunitária melhorada”, segundo Mitchell Moffit e Greg Brown no seu popular programa científico online asapscience.

A positividade conduz a uma boa saúde

“De todos os medicamentos

Na vida interior,

Um sorriso é de longe

O melhor remédio.”

-SriChinmoy, Setenta e sete mil árvores de serviço, Parte 9

A meditação faz-nos ver o bem. O bem nas pessoas, em nós, no mundo, na vida em geral. Nós

desenvolvemos uma consciência melhor para isso. E um resultado lógico desta mudança para uma atitude mais positiva é que nos tornamos mais optimistas. O copo está meio cheio! A Harvard School of Public Health, hsph, descobriu que o otimismo está ligado a hábitos alimentares saudáveis, à prática de desporto e a uma melhor função biológica, como uma pressão arterial mais baixa, perfis lipídicos (gordura no sangue) mais saudáveis e um peso corporal normal.

Uma vida inteira de recursos interiores

Um caso muito bem documentado, a que um médico chamou “uma bomba absoluta”, é o do iogue indiano Mataji Prahlad Jani, que afirma não ter comido nada nos últimos 65 anos ou mais. O documentário “In the beginning there was light” (No princípio havia luz) mostra como Mataji, saudável, foi minuciosamente examinado para detetar qualquer tipo de indício de digestão recente. Além disso, ele foi vigiado de perto por guardas e câmaras durante quase duas semanas. Os resultados chocaram, confundiram e intrigaram os cépticos. Mataji estava de perfeita saúde, mesmo muito melhor do que a maioria das pessoas da sua idade, mas definitivamente não estava a consumir nem comida nem líquidos há muito tempo. Francamente, a medicina tradicional 1+1 é limitada e subdesenvolvida em alguns aspectos. Mas está a aproximar-se das verdades interiores. Muitos hospitais começam a incluir técnicas de meditação nos seus tratamentos. Não falo de Mataji como de um ídolo. Menciono-o para apontar para recursos que vão para além das crenças habituais do dia a dia. E, de certa forma, todos nós conhecemos este fenómeno: o efeito placebo é uma forma inconsciente de dar ao nosso corpo aquilo de que ele precisa. Ser torturado por algo, depois tomar um cubo de açúcar pensando que é o comprimido milagroso e tornar-se super-homem (mais ou menos). Se pudéssemos ter sempre este poder, certo? Do nada ao tudo. Espera! Nós temos a meditação… É um processo de libertação.

Vegetariano. Ponto final.

Um estudo que basicamente diz tudo é o da universidade americana Loma Linda, que descobriu que os vegetarianos vivem até 10 anos mais do que os não vegetarianos! Em geral, uma dieta vegetariana ajuda a prevenir o excesso de peso, o cancro, a diabetes e os acidentes vasculares cerebrais e reduz o risco de contrair uma doença cardíaca em 50%! Outros estudos (Universidade de Southampton) descobriram que os vegetarianos têm um QI mais elevado do que os não vegetarianos. Para não falar do efeito global!

E alguma vez conheceste alguém que tenha dito que o vegetarianismo é desvantajoso a nível atlético? Então, lembrem-se que o nove vezes medalhista de ouro Carl Lewis é vegetariano. Paul McCartney e alguns culturistas também o são. Albert Einstein, Platão e da Vinci também sabiam o que estava a acontecer. Inúmeras pessoas experimentam e descobrem que este passo atrás é, na verdade, um grande passo em frente. Se uma dieta vegetariana for acompanhada de influências espirituais na vida de alguém e se virmos essa pessoa, temos de admitir que ela parece mais refinada, com um aspeto mais saudável, mais leve e, de facto, mais feliz. Este é o aspeto espiritualmente significativo: o vegetarianismo e a sua leveza pura apoiam o nosso progresso interior, enquanto que o consumo de carne e as suas qualidades mais pesadas, para além das dificuldades de digestão, nos prendem a uma consciência mais física.

A água falou, o Dr. Emoto ouviu. E nós?

Simplifiquemos as coisas dizendo que o médico japonês M. Emoto enviou mentalmente para a água (da torneira, dos rios, dos lagos) positividade e negatividade sob a forma de pensamentos, palavras e música. Depois, fez fotografias microscópicas de cada um deles e comparou-os entre si. Eis alguns exemplos:

Como podem ver, as águas que foram rotuladas com uma palavra positiva formaram obras de arte cristalinas perfeitas de beleza, enquanto as águas que foram rotuladas com uma palavra negativa perderam toda a estrutura harmoniosa e tornaram-se distorcidas e deformadas.

As duas fotografias inferiores foram tiradas da água da mesma barragem japonesa. Primeiro a da esquerda (antes da oração). Depois, foi pedido a um sacerdote budista que fizesse uma oração diretamente na barragem. Depois de o padre ter rezado durante uma hora, foram recolhidas e fotografadas novas amostras. O resultado sensacional é que a água poluída, com os seus padrões manchados e distorcidos, foi transformada em estruturas das mais belas e fantásticas obras de arte cristalinas da natureza. A mesma água! Apenas uma oração de uma hora. A experiência foi repetida vezes sem conta e o resultado permaneceu o mesmo. E agora pensemos no facto de nós próprios sermos constituídos por 60% de água…!!!

Mas, francamente, acho que a meditação em si não se preocupa muito com o quanto podemos entender e provar. Ela funciona. E isso é tudo o que realmente importa, especialmente para as pessoas que sentem o impulso interior de incluir a meditação como uma parte importante do seu dia.

“A alegria é a própria flor da saúde.”

-provérbio japonês

“Não penses demasiado!

Não vês que

Estás a matar a tua intuição à fome?”

-SriChinmoy, Setenta e Sete Mil Árvores de Serviço, Parte 27

O melhor caminho a seguir? Intuição.

A maneira intelectual de ver as coisas é analisar minuciosamente o presente com todos os seus factores e aspectos. Mas a nossa própria intuição é a nossa comunicação mais direta com a energia fundamental de que falámos anteriormente e que aspira sempre a manifestar a mais elevada harmonia. Se esta energia é aquilo de que somos, então, naturalmente, nada nos pode conhecer melhor ou saber melhor o que nos falta e como o ultrapassar.

Meditar e dirigir a nossa consciência para o interior é entrar na matéria e não “dançar à volta dela”. E a nossa intuição é a voz prática do mais alto. Por isso, a prática de aprofundar e confiar na nossa intuição é o caminho mais eficaz, construtivo e harmonioso e também a melhor prevenção. Ou seja, a menos que estejamos destinados a passar por uma experiência para um processo de aprendizagem mais elevado, a nossa intuição é uma espécie de radar para o caminho interior e exterior mais saudável através da vida.

A parte final deste artigo irá surpreendê-lo com as últimas origens do sofrimento, os segredos dourados das lutas, os Mestres espirituais, a ayurveda, a homeopatia e o amor-próprio que tudo salva!

Benefícios da meditação para a saúde

pt.3

“De todos os remédios

Na vida interior,

Um sorriso é de longe

O melhor remédio.”

-SriChinmoy, Setenta e sete mil árvores de serviço, Parte 18

Prevenção!

Meditar regularmente significa também apurar os sentidos, especialmente o ouvido intuitivo. Torna-se mais consciente do estado e das necessidades do seu corpo. Apercebe-se muito mais rapidamente quando uma condição externa é prejudicial para si. Um exemplo muito simples: digamos que está no exterior a dar um passeio pela natureza outonal, a falar de algo interessante com um amigo. Em vez de estar demasiado envolvido na conversa, apercebe-se de que o seu corpo está a arrefecer ao ponto de ser mais provável apanhar uma constipação. O mesmo se aplica aos nossos hábitos alimentares, ambiente social e estilo de vida em geral. A meditação ensina-nos a distinguir facilmente entre o que é bom e o que é mau para o nosso sistema. Assim, estamos a melhorar a nossa capacidade de fazer as escolhas mais saudáveis para o nosso corpo, mente e coração.

Mas e se for mais grave?

Claro que, se for grave, tem de consultar um médico. Uma perna partida é uma perna partida. Mas, mesmo assim, podemos tornar o processo de cura do nosso corpo mais fácil e muito mais rápido. Muitas vezes, quando sofremos de algum tipo de doença ou lesão, não aceitamos verdadeiramente essa realidade. Não queremos essa realidade, embora ela já exista; resistimos e a resistência é uma forma preciosa de tensão. A resistência pode ter formas muito secretas e escondidas contra qualquer tipo de situação da vida e também contra problemas físicos.

Há um ditado alemão que diz o seguinte: a aceitação é o primeiro passo para o progresso. Se aceitarmos e abraçarmos de todo o coração a vida com todas as suas curvas e tentarmos identificar-nos com o nosso Eu superior, a energia superior pode basicamente fazer o seu trabalho sem a nossa interferência. Como palavra-chave, podemos ter em mente a harmonização. Por isso, trabalhar as nossas tensões interiores é um grande benefício da meditação para a saúde.

Que ideias estão por detrás da Ayurveda?

A palavra “ayurveda” significa a ciência/conhecimento da vida e baseia-se nas escrituras sagradas indianas, os vedas, que foram escritas por rishis, sábios. Algumas fontes afirmam que os seus ensinamentos têm mais de 6.000 anos. A filosofia ayurvédica considera cada ser como uma composição de três doshas diferentes, nomeadamente Vata, Pitta e Kapha. Cada um destes tipos tem as suas próprias caraterísticas e, só de ler o que representam, podemos ter uma boa ideia de como nos devemos classificar neste mais antigo de todos os sistemas de saúde. De acordo com esta classificação, obtemos diretrizes para o nosso modo de vida que nos tornarão saudáveis e fortes para, em última análise, estarmos interior e exteriormente prontos para manifestar a realidade superior. Assim, a medicina ayurvédica é, de facto, um modo de vida que tem sempre em mente o equilíbrio perfeito entre corpo, mente e alma.

“A medicina homeopática é mais subtil do que a medicina comum. Quanto mais subtil é a realidade, mais forte é a sua capacidade. A espiritualidade pura é mais subtil do que o mais subtil, e o seu poder não tem medida.”

-SriChinmoy

O destino?

Mira Alfassa, mais conhecida como A Mãe, disse que todas as desarmonias físicas são consequências de desequilíbrios interiores e devem, na verdade, ser vistas como mensageiros úteis. Portanto, não temos apenas um problema. Há uma história por detrás dele. E talvez estejamos destinados a passar por uma experiência difícil que, em última análise, é para o nosso bem, mesmo que não sejamos capazes de ver isso ao longe.

Para além disso, revelou a dura verdade de que o nosso ego, amante da atenção, por vezes acarinha e dramatiza as doenças. Por essa mesma razão, chega mesmo a acolher secretamente o mal ou, pelo menos, as condições que a ele podem conduzir.

A espiritualidade por detrás do sofrimento físico conduz-nos inevitavelmente ao tema do karma. Mesmo que façamos todos os tipos de meditação, exercícios de respiração, hatha yoga, dietas cruas e outras coisas, por vezes apanhamos uma doença sem razão aparente. Uma vez perguntaram a Sri Chinmoy se a Lei do Karma se aplicaria a toda a gente. A sua resposta: “A Lei do Karma aplica-se a toda a gente e, ao mesmo tempo, é possível transcendê-la através da meditação. A Lei do Karma existe e, no entanto, pode ser transcendida pela realização, pela unidade com Deus e pelo poder da espiritualidade.”

http://www.srichinmoylibrary.com/aum-136

“A noite é mais densa mesmo antes do amanhecer.”

-ditado espiritual antigo

O segredo dourado das lutas interiores

Além disso, Sri Chinmoy diz que mesmo as tristezas podem aprofundar o coração. Cada experiência, consciente ou inconscientemente, ensina-nos algo e, portanto, pode ser chamada de uma pedra de amolar única para nos moldar em algo mais do que somos agora. Facilmente compreensível mentalmente, mas na dinâmica agitada da cidade de hoje pode ser difícil manter este espírito de observação e de acolhimento.

Certo, mas de cada vez que observamos conscientemente um incidente e nos interiorizamos, nem que seja por um bocadinho, podemos aperceber-nos de que existe uma forma de tensão. Talvez seja apenas um indício, mas quanto mais formos capazes de ir mais fundo no nosso interior, mais seremos capazes de ver e sentir as coisas claramente e de as deixar ir. O mais ínfimo, quase invisível, torna-se descritível. Nuances desconhecidas tornam-se distinguíveis. Acho que se pode chamar a isto fazer zoom dentro de nós próprios. E é aí que podemos libertar as nossas resistências e penetrar numa liberdade interior mais elevada.

“Sem resistência

Significa a ajuda de Deus

Na minha vida espiritual.”

-SriChinmoy, Setenta e Sete Mil Árvores de Serviço, Parte 18

Um Obstáculo é uma Porta de Entrada

Cada ato insensato, perturbador ou mesmo pensamento revela uma imperfeição que, na verdade, anseia pela sua transcendência. A sua própria existência é um grito por uma experiência que nos faz trabalhar através dela e crescer para além dela. O facto de sermos confrontados com as nossas fraquezas pode significar que chegou um determinado momento, ou seja, que a nossa divindade quer manifestar-se, mas que temos de enfrentar o nosso obstáculo mais difícil e ultrapassá-lo para desempenharmos o nosso papel, por vezes doloroso, na história maior da evolução pessoal. A divindade está sempre pronta a manifestar-se, mas precisamos de criar as condições corretas que estão ao nosso alcance. Por isso, preparemo-nos para mudar a nossa visão dos problemas em geral. Os obstáculos podem ser portas. Não os convidemos, mas vejamo-los como uma oportunidade.

“Meditação

Abre o caminho

Para a transformação.”

-SriChinmoy, Setenta e sete mil árvores de serviço, Parte 40

Aprofundar o amor por si mesmo é de suma importância, porque aquilo que amamos, cuidamos e protegemos. A falta de amor-próprio pode ser o problema mais subestimado do mundo atual. Quantas vezes já vimos amigos queridos a prejudicarem-se a si próprios, não só com escolhas pouco saudáveis, mas também com escolhas auto-destrutivas. Uma dieta saudável, um estilo de vida equilibrado e um coração espiritual alimentado com amor é a melhor fórmula para uma vida harmoniosa, equilibrada e feliz. E o esforço que daí advém, até descobrirmos que é natural, é uma escolha muito nossa. Sim, a saúde interior e exterior é também uma decisão a ser tomada mesmo subconscientemente.

O que é que causa o sofrimento?

Sri Chinmoy: “Devido às nossas acções erradas, as forças negativas, não inspiradoras e não divinas passaram a existir. Quando essas forças entram em nós, sofremos. (…) O mundo está a progredir em direção à Luz, embora esse progresso seja muito lento. O sofrimento humano chegará ao fim, porque Deus é todo Deleite. Nós viemos do Deleite. Na Terra, estamos a crescer em Deleite. No fim da viagem da nossa alma, regressaremos ao Deleite.” Sri Chinmoy, Aspiração-Fluxo e Dedicação-Fluxo, Parte 1

Tudo de bom,

Lucas Széles

Música de meditação

Música de meditação

por Patanga Cordeiro

(traduzido usando Deepl)

 

No mundo espiritual, ao lado da meditação está a música, a vida da música. Meditação é silêncio, energizante e realizador. O silêncio é a expressão eloquente do inexprimível.

Sri Chinmoy, Philosopher-thinkers: the power-towers of the mind and poet-seers: the fragrance-hours of the heart in the West, Agni Press, 1998

http://www.srichinmoylibrary.com/ptpt-89

Música de meditação

Quando me sentei para escrever esta página sobre meditação musical, veio-me à mente a meditação desta manhã. Estava sentado no meu altar, tentando concentrar-me e meditar. De alguma forma, foi mais difícil do que nos outros dias.

Ainda assim, notei algo… talvez no ambiente? Mas não era, estava dentro de mim. Eu estava feliz. Sou mesmo feliz. Com o passar dos anos, estes minutos matinais tornaram-se os momentos mais felizes da minha vida. Se ao menos pudesse partilhar com os outros como encontrar essa felicidade, mesmo que só um bocadinho.

Foi por isso que me inspirei para escrever hoje para si.

Como meditar com música – dois exercícios

Como meditar com música? É mais fácil do que se possa pensar! Posso sugerir o exercício de Sri Chinmoy sobre meditação com música. Pode começar por pôr a tocar uma música adequada à meditação (ver abaixo) e, com a mente silenciosa e desocupada, tentar o seguinte:

Não tentemos compreender a música com a nossa mente. Nem sequer tentemos senti-la com o nosso coração. Deixemos simplesmente e espontaneamente que o pássaro-música voe no céu do nosso coração.

Sri Chinmoy, Deus, o músico supremo, Agni Press, 1976

http://www.srichinmoylibrary.com/gsm-4

Se achar difícil, veja abaixo a nossa secção sobre técnicas de meditação com música.

O exercício seguinte é uma gravação de vídeo, da série “Meditação-Silêncio – Música & Meditação”, tem apenas 3 minutos de duração, pelo que é ótimo para principiantes. Notará os movimentos dos olhos de Sri Chinmoy – é um sinal de que ele está a mergulhar em níveis mais profundos de consciência.

http://www.srichinmoy.tv/479/meditation-silence-14-music-meditation/

Música de meditação gratuita – online e downloads

Aqui gostaria de partilhar música gratuita recomendada para meditação. Pessoalmente, penso que este é o principal “tesouro” desta página para os nossos leitores – não são as minhas palavras, mas a própria experiência de meditar com música. Pode ouvir a música online, e pode também descarregar os ficheiros mp3/m4a gratuitamente para que possa desfrutar desta música também durante as suas actividades diárias.

Sri Chinmoy ofereceu mais de 800 concertos de música de meditação, sempre gratuitos. Estas gravações são maioritariamente das suas actuações musicais ao vivo e, como cada uma das ofertas de Sri Chinmoy ao mundo em geral, são também gratuitas para download e uso pessoal.

LIGAÇÕES DO SÍTIO DE SÃO PAULO

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Técnicas de meditação musical

Se você teve dificuldades ao tentar fazer os exercícios mencionados no início, não se preocupe. Em primeiro lugar, concentração e meditação, como qualquer outra habilidade, são desenvolvidas com tempo e esforço. Mas há algumas coisas que pode fazer e que serão muito úteis:

Tente imaginar que está dentro do seu coração, e não na sua cabeça ou mente.

Respire lenta e tranquilamente.

Não tente “seguir” a música – tente observá-la de uma forma distanciada – como se fosse uma terceira pessoa simplesmente a observar.

Concentre-se com os olhos entreabertos num pequeno ponto focal – uma flor, um ponto na parede, uma imagem de um Mestre espiritual, etc. Ou imagine que está a observar o vasto céu ou o oceano sem fim com a mente vazia.

Mantenha a sua coluna erecta e tente realmente não se mexer muito durante o exercício.

Para um principiante, um bom período de prática recomendado pode variar entre 7 e 15 minutos.

Utilizar música para meditação em locais ruidosos

Se à hora habitual da sua meditação houver ruídos exteriores, seja da rua ou dentro da sua própria casa, pode tentar utilizar a música de meditação como uma espécie de neutralizador do ruído de fundo.

Pode usar a mesma música, mas, em vez de escolher a música como ponto focal da sua concentração, faça simplesmente o seu exercício de meditação normal, com a música de fundo. Isso anulará parte do ruído perturbador e permitir-lhe-á meditar melhor em circunstâncias menos que ideais.

Se todos os dias sentir ruído durante a meditação, talvez seja sensato mudar a hora da meditação – comece um pouco mais cedo. Geralmente, as 6 da manhã são uma boa altura para começar a meditar se for uma pessoa (como eu) que trabalha ou estuda regularmente.

Que tipo de música é boa para meditar?

Normalmente, a música que é útil para a meditação é a música que nutre e desperta a nossa consciência aspirante. Esta música não suscita sentimentos emocionais, desejo de grandeza ou reconhecimento, etc. Apenas acenderá a nossa fome interior por uma confiança mais satisfatória, espontânea e infantil na nossa divindade interior. Nestes vídeos, Sri Chinmoy comenta brevemente sobre como reconhecer a música espiritual.

http://www.srichinmoy.tv/256/sri-chinmoy-talks-on-spiritual-music/

https://vimeo.com/99409632

Pode ler uma explicação mais longa aqui:

http://www.srichinmoylibrary.com/gsm-2

A música que mais posso recomendar para uma boa meditação é a música tocada por um Mestre espiritual realizado. A música de meditação é o resultado conjunto da composição, do próprio músico e do público.

Como tocar música com mais alma

… se conseguir meditar durante cinco ou dez minutos antes de cantar, então obterá o aspeto anímico da canção a partir da sua meditação. Mesmo que não tenha meditado, por vezes é possível, ao trazer a imagem de cada palavra à sua mente, obter também o aspeto anímico.

Se trouxerem o aspeto da alma para a frente e também simbolicamente trouxerem o aspeto do corpo para a frente, a canção torna-se realmente comovente. Nessa altura, aqueles que estão a ouvir são obrigados a sentir a alma dentro da música. Podem nem sequer ouvir as vossas palavras, a vossa linguagem; apenas verão a alma no seu interior. Eles verão no seu rosto a realidade divina. Por vezes, a vossa alma penetrou no vosso rosto exterior e o vosso rosto está a brilhar. Nessa altura, eles não vêem mais nada para além da alma.

Sri Chinmoy, Deus, o músico supremo

http://www.srichinmoylibrary.com/gsm-16

http://www.srichinmoylibrary.com/gsm-27

CD de música de meditação

Para além da nossa seleção de downloads gratuitos, se se sentir inspirado a comprar um CD de música para si ou como presente, existem muitos CDs de música de meditação excelentes que eu nunca poderia recomendar o suficiente.

Pode encontrar cerca de 10 excelentes CDs (incluindo o meu favorito “Flute Music for Meditation” http://www.amazon.com/Flute-Music-Meditation-Sri-Chinmoy/dp/B00004Y9JE/ref=aag_m_pw_dp?ie=UTF8&m=A2ZPSYETH190GH não tem imagem, mas não se preocupe – o CD é realmente bom) em

Distribuidores Heart-Light

http://www.heart-light.com/category/backcatalog/music/

Amazon

Também pode estar interessado no audiolivro As Jóias da Felicidade. Contém 15 capítulos, cada um sobre uma qualidade diferente (como a humildade, a alegria, etc.) lidos por 17 pessoas notáveis, incluindo o Arcebispo Desmond Tutu, Carl Lewis e Roberta Flack.

http://www.heart-light.com/jewels-of-happiness-audio-cd/

Vídeos de meditação musical – download e online

Também pode ser uma experiência muito estimulante assistir a uma atuação ao vivo ou em vídeo de música de meditação. Pode continuar a aplicar os métodos e as técnicas básicas que já partilhámos, mas com a nova dimensão da inspiração visual.

Selecionei apenas um dos meus vídeos favoritos de meditação musical e incorporei-o nesta página. Começa com uma breve meditação seguida de um concerto de Esraj (um instrumento musical indiano muito propício à meditação). Pode ver os minutos que quiser, ou mesmo meditar olhando para Sri Chinmoy a tocar a música enquanto está numa consciência meditativa elevada e cheia de paz. Se quiser ver diferentes instrumentos tocados, pode navegar livremente, por exemplo, na Sri Chinmoy TV. Todo o conteúdo está disponível gratuitamente e pode ser descarregado para ser visto mais tarde.

(Já agora, se conseguir, recomendo que veja os vídeos de meditação na sua televisão em vez de no ecrã do computador. Poderá ter uma melhor experiência, uma vez que a televisão é muito mais simples e tem um objetivo único. A minha experiência diz-me que meditar no computador é muito mais difícil).

http://www.srichinmoy.tv/6340/sri-chinmoys-zurich-concert-2/

A 31 de março de 1985, Sri Chinmoy visitou a Suíça e ofereceu um Concerto pela Paz a 6.000 pessoas no Estádio Desportivo “Hallenstadion” em Zurique.

Música de relaxamento

Meditação e relaxamento – são semelhantes? Depende do ponto de vista. Do ponto de vista físico, podem ser bastante semelhantes. Tanto para a meditação como para o relaxamento, deve ter uma respiração estável e tranquila e tentar eliminar toda a tensão desnecessária do seu corpo. Mas as semelhanças acabam aqui.

No relaxamento, tentamos deixar para trás os nossos problemas, não lhes dando atenção.

Na meditação, exercitamos corajosamente a nossa força de vontade para mergulhar no nosso interior, de modo a ultrapassar as nossas limitações e encontrar o nosso verdadeiro eu.

O que é melhor, a meditação ou o relaxamento? Tudo depende do praticante. Se chegar a casa depois de um longo dia, talvez queira apenas relaxar um pouco. Mas se estiver numa busca para encontrar o seu verdadeiro eu no meio de todas as suas actividades diárias, então a meditação – o uso da força de vontade para silenciar a mente e calar a agitação exterior – será o verdadeiro caminho para a auto-descoberta.

NOTA: Patanga, parece-me que nestes dois últimos parágrafos está a usar a força de vontade como a definição da nossa abordagem à meditação. Sinto que o Guru usa isso para a concentração, mas depois, com a meditação, podemos simplesmente identificar-nos com algo muito vasto. Seria útil acrescentar um passo para a concentração e um passo para a meditação? Pode ser um pouco assustador para as pessoas. Agraha

Para relaxar, pode usar o mesmo tipo de música que usa para a meditação. Sugiro que se deite, feche os olhos, respire tranquilamente e deixe que quaisquer vibrações exteriores inquietas ou pouco pacíficas que possa ter neste momento sejam lavadas pela música.

Barra lateral: “Deus, o Músico Supremo”

Deus, o Músico, sabe que a música é espiritualidade, música é Imortalidade. O homem, o músico, pensa que a música é sensualidade, música é mortalidade.

Deus, o Músico, sabe que a Sua Música é a Sua Autocomunhão transcendental. O homem músico pensa que a sua música é a companheira de toda a vida do seu mundo.

Deus Músico é divina e eternamente misterioso. O homem músico é humana e temporariamente maravilhoso.

A Música de Deus diz-nos que a música é a realização da Alma universal. A música do homem diz-nos que a música é a aspiração da alma individual.

A música de Deus vai da altura à profundidade. A música do homem vai da largura ao comprimento. No seu auge, a Música de Deus é a Sua Visão. Na sua profundidade, a Música de Deus é o Seu Reino. Na sua amplitude, a música do homem é a sua alma que chora. No seu comprimento, a música do homem é o objetivo da sua vitória.

A Música de Deus é a expansão constante do Deleite da Sua Alma. A música do homem é a preparação da fome da sua vida para a alegria perpétua.

Nota: Patanga, acho melhor terminar aqui, pois o parágrafo final é talvez para buscadores mais avançados.

Música de meditação indiana e música de meditação ocidental

Uma vez que grande parte da espiritualidade atual vem do Oriente, nomeadamente da Índia, é natural que tenhamos tendência para nos voltarmos para o Oriente em busca de inspiração espiritual. No entanto, não seria correto dizer que só a Índia é capaz de produzir música para meditação. A música para meditação é a música que brota das profundezas dos nossos corações aspirantes e se manifesta como uma fonte de beleza e deleite. Mesmo os mestres espirituais, como Sri Chinmoy, tocavam regularmente instrumentos ocidentais, como a flauta, o violino, o violoncelo, o piano, etc., e valorizavam profundamente as realizações de muitos músicos formados no Ocidente (como Pablo Casals, Leonard Bernstein e outros)

O pássaro que canta a eternidade

Leonard Bernstein, Leonard!

O pássaro que canta a eternidade!

Beleza-verdade, verdade-beleza,

Néctar-unicidade a tua divindade.

Perfeição-choro, perfeição-alma,

Perfeição-sorriso, perfeição-objetivo.

Compositor-príncipe, maestro-rei,

Servidor do mundo-imperador no anel do cosmos.

Sri Chinmoy, Quatro Melodias da Altura do Cume,

http://www.srichinmoylibrary.com/fshm-26

Dizem: “A música clássica é a música sem palavras; a música moderna é a música sem música”. Eu digo: “A música clássica é a música que perdura depois de tudo ter sido cantado; a música moderna é a música que começa muito antes de ter realmente começado.” Na música clássica, tentamos ver Deus, o eterno Além. Na música moderna, vemos Deus, o eterno Agora.

Sri Chinmoy, Deus, o músico supremo

http://www.srichinmoylibrary.com/gsm-1

Livro de música e meditação

Se estiver interessado em aprofundar o conhecimento sobre meditação musical e assuntos relacionados, temos uma leitura recomendada, o livro chamado “A Fonte da Música”.

Muitos dos excertos aqui nesta página foram retirados desse livro. O livro também explica sobre mantras, que é um tópico que não mencionámos nesta página até agora.

Os seus capítulos abordam muitos tópicos, tais como o que são mantras, música para meditação, execução e composição, “AUM” e outros mantras, cantar música espiritual, música e espiritualidade, histórias sobre músicos, etc. Termina com entrevistas a Sri Chinmoy, Pablo Casals e Leonard Bernstein. Gosto tanto deste livro que fiz uma tradução do livro completo para a língua portuguesa (pois sou brasileiro).

http://www.amazon.com/Source-Music-Mantra-Self-Realisation/dp/0884975754/ref=sr_1_10?ie=UTF8&qid=1435507538&sr=8-10&keywords=the+source+of+music

Quando a música é meditação – uma anedota pessoal

A música é meditação

A música é meditação

Se for cantada com alma por bons cantores

Ou mesmo cantada mal por cantores

Com corações cheios de alma.

Sri Chinmoy, Dez Mil Chamas de Flores, Parte 91, Agni Press, 1983

http://www.srichinmoylibrary.com/ff-9051

Aqui posso relatar uma experiência pessoal quotidiana com a meditação musical. Desde que comecei a meditar, também comecei a aprender a cantar mantras e canções devocionais. Especialmente no início, cantar era ainda mais inspirador para mim do que meditar. De alguma forma, acho que a minha natureza beneficia muito com o canto com alma.

Por isso, mesmo quando estou a andar na rua ou a fazer tarefas domésticas, canto frequentemente com uma voz suave e obtenho uma paz sem limites e uma firmeza de pensamentos. (atenção, eu nem sequer sou uma boa cantora 😀 ) Depois de uma longa sessão de canto, ocasionalmente sinto-me como se tivesse entrado numa espécie de paraíso. Para onde quer que olhasse, parecia-me um paraíso – fossem os pássaros a voar, os espaços abertos, as pessoas à minha volta, tudo. Esta sensação tem sido uma recordação constante do poder que a música tem para inspirar e despertar os nossos sentidos interiores. Desta forma, sinto que a música é uma grande ajuda para o principiante na aprendizagem da meditação.

Se estiver interessado, aqui estão algumas das minhas experiências de aprendizagem de música: http://patanga.srichinmoycentre.org/learning-love-songs-ever-more

Música meditativa inspiradora

Para se inspirar e para as suas actividades diárias, pode também ouvir diferentes tipos de música espiritual. Algumas composições são extremamente bonitas, especialmente se forem interpretadas por músicos que também praticam meditação diariamente.

Se estivermos a andar de autocarro, a conduzir, a correr ou a caminhar, porque não aproveitar a oportunidade para embelezar os nossos dias e noites com música subtilmente espiritual?

Também aqui fiz uma pequena lista de algumas das minhas gravações favoritas de música de meditação inspiradora.

Utilizar ligações de sp ??

Incluir fotografia dos discípulos a atuar. (Usar as Galerias do Centro Sri Chinmoy)

E aqui está um vídeo!

Vídeo do concerto songs of the soul:

http://www.srichinmoy.tv/7196/dubrovnik-songs-of-the-soul-concert-2015/

Concertos “Songs of the Soul

Se gostaria de participar num concerto gratuito de música com alma (como no vídeo acima), vá a LINK e verifique a digressão de concertos mais próxima. Todos os anos há eventos a nível mundial.

Mantras e música meditativa

Os mantras são também muito conducentes à meditação. No entanto, temos uma página separada sobre mantras para meditação, de modo a cobrir o tópico mais detalhadamente.

ligação para a página Mantra para mais informações sobre mantras

Música de meditação no youtube

Tenho a certeza de que muitas pessoas se perguntarão porque é que não tenho aqui muitos links para vídeos no Youtube sobre música para meditação. É que, por vezes, ter demasiada informação pode ser pior do que ter pouca. Fizemos aqui uma página sobre música para meditação e tentámos o nosso melhor para a tornar amigável e dedicada a satisfazer o vosso desejo de aprender e praticar meditação com música.

Mas, por vezes, se fores ao Youtube, vais encontrar centenas de tópicos diferentes, opiniões mistas ou superficiais e uma boa quantidade de anúncios indesejados ou mesmo pouco inspiradores (alguns sites são melhores nesse aspeto, como o Vimeo). De um modo geral, *suspiro* esta é frequentemente a natureza da Internet hoje em dia.

Embora a Internet nos possa dar uma grande quantidade de conteúdos, continuo a sugerir que um candidato se deve inspirar em livros impressos com autoridade, em conselhos pessoais, em contacto direto com praticantes de meditação e, acima de tudo, em ter amigos e colegas com quem possa praticar a sua meditação de grupo algumas vezes por semana. A informação é apenas o primeiro passo. A prática e a experiência são necessárias. É uma viagem que vale a pena! Eu digo-vos!

Mais sobre meditação musical na

Rádio Sri Chinmoy

Sri Chinmoy TV

(conteúdo adicional para uso em barras laterais):

Música, a linguagem universal

http://www.srichinmoy.tv/6704/sri-chinmoy-on-music-the-universal-language/

https://vimeo.com/100866932

Música e mantra

http://www.srichinmoy.tv/7043/sri-chinmoy-speaks-about-music-and-mantra/

https://vimeo.com/112537250

Música e meditação

http://www.srichinmoy.tv/544/sri-chinmoy-speaks-on-spirituality-part-2/

O que fazer na hora da morte?

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CORTES DOS CURSOS DE MEDITAÇÃO E AUTOCONHECIMENTO

por Patanga Cordeiro

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“O silêncio transforma tudo em beleza.” -Sri Chinmoy

Perguntas sobre autoconhecimento

Perguntas sobre autoconhecimento

por Patanga Cordeiro

Na vida comum, cada pessoa possui milhões e milhões de perguntas a fazer, perguntas sobre autoconhecimento, sobretudo. Na sua vida espiritual, chega o dia em que ela sente que há apenas uma questão que vale a pena perguntar: “Quem sou eu?” A resposta das respostas é: “Não sou o corpo; sou o Piloto Interior.”

Como é possível para um homem não se conhecer, visto que é algo que deveria ser a mais fácil dentre as suas tarefas? Ele não se conhece justamente porque se identifica com o ego, e não com o seu Eu verdadeiro. O que o obriga a se identificar com esse pseudo-eu? É a ignorância. O que diz a ele que o verdadeiro Eu não é e nunca será o ego? É seu Auto-questionamento. O que enxerga nos mais profundos recônditos do seu coração é o seu verdadeiro Eu, seu Deus. E, por fim, esse enxergar deve se transformar em se tornar.

Sri Chinmoy, Yoga and the spiritual life. The journey of India’s Soul., Tower Publications, Inc., New York, 1971

A pergunta das perguntas: “Quem sou eu?”

A pergunta sobre autoconhecimento “quem sou eu?” é uma experiência diária para todos nós. Mesmo que você não esteja conscientemente se perguntando isso, você o faz com suas ações. Tudo que você faz é uma forma de buscar se descobrir, buscar descobrir o Eu verdadeiro por trás de todas as coisas. Ao amor da mãe pelo filho, do filho pela mãe, tudo isso são pistas para descobrirmos quem somos e como o Criador está manifestado na criação. Até mesmo o anseio do alcoólatra pela bebida é, na verdade, o anseio do buscador pelo Divino, apenas que direcionado de forma não-produtiva. Cedo ou tarde isso frutificará com experiências, e o buscador será direcionado melhor para a sua próxima empreitada no caminho do autoconhecimento.

Você tem muitas perguntas?
Mas quem pode responder
É o seu coração amante do silêncio.
-Sri Chinmoy

Mas, ainda assim, é melhor buscar de forma consciente. Consciente quer dizer com todo o ser, não apenas com a mente. A mente, sozinha será muito árida, cirúrgica, para lhe fazer compreender algo tão vasto quanto a realidade que está dentro de si e ao seu redor. É necessário usar todas as partes do ser, e focar nas mais elevadas, mais vastas e capazes, como o nosso ser interior.

Para iniciar sozinho no caminho do autoconhecimento, é necessário ter um Mestre espiritual que lhe oriente da forma exata, de acordo com o seu estágio interior preciso e necessidades reais. Se não tiver um Mestre, você pode começar a praticar meditação e leitura de livros escritos por Mestres espirituais realizados. Para começar a meditar, separe cinco minutos de manhã cedo, antes de começar o seu dia. Tente sentir o seu coração. Gradualmente, vá incorporando uma técnica mais específica.

E lembre-se que existem outros caminhos além do autoconhecimento. O autoconhecimento é apenas uma forma de se descobrir. Também há o caminho da devoção e da entrega espirituais, por exemplo, onde você enxerga o Divino não apenas dentro de si, mas também em todas as coisas. Ou o caminho do serviço dedicado, onde sentimos nossa unicidade com o divino em tudo se o servimos com todo nosso ser.

 

“Meu Senhor, existe algo que,

Uma vez conquistado, nunca pode ser perdido?

“Sim, Minha criança, isso existe.

Tal coisa existe, e você já a tem.”

“Eu a tenho, mas não sei o que é.

Meu Senhor, pelo Amor de Deus, não torture

A minha curiosidade.

Conte-me o que é isso

Que eu tenho e nunca será perdido.”

“Minha criança supremamente tola, você nunca,

Nunca perderáo seu auto-conhecimento, auto-realização.”

Sri Chinmoy, My Lord’s Secrets revealed, Herder and Herder, 1971

Meditação é para autoconhecimento

por Thamara Paiva

Muito tem se falado ultimamente sobre meditação como algo terapêutico, para ajudar a aliviar o stress ou a ansiedade. Contudo, ela é uma poderosa ferramenta para o autoconhecimento e autotranscendência, de acordo com os ensinamentos do professor de meditação Sri Chinmoy que continuam sendo difundidos por seus alunos por meio de cursos de meditação gratuitos no mundo todo, e também em São Paulo.

Patanga Cordeiro é um dos alunos de Sri Chinmoy, é ultramaratonista de provas de 10 dias de duração e pratica meditação há mais de 20 anos, e diz que meditação é um instrumento que pode transformar e iluminar a condição atual de quem a pratica. Não se trata de terapia ou relaxamento – é uma forma de ser aquilo que você nasceu para se tornar.

“Com sua boa vontade e determinação você pode usar esse instrumento para descobrir o que existe de real dentro de você e fazer da sua vida algo mais pleno, indo além do vazio, frustração, dúvida ou qualquer imperfeição que considere um obstáculo. Todavia, para isso é preciso praticar com disciplina e sinceridade, como um atleta divino. Uma vez que isso faça parte da sua vida, naturalmente vem um sentimento de satisfação, de a vida valer a pena, de tudo fazer sentido e ter um propósito, de se sentir verdadeiramente feliz mesmo sem ter acontecido nada de bom”, define.

Ele explica que, de acordo com o que Sri Chinmoy deixou de ensinamento, a meditação não significa apenas sentar quietamente em silêncio por cinco ou dez minutos. “A meditação requer esforço consciente. A mente tem que ser posta calma e quieta. E, ao mesmo tempo, tem que ser vigilante, para não permitir que qualquer pensamento ou distração ou desejo perturbador, entre”, explica Sri Chinmoy.

É a partir desse ponto, quando a mente se torna calma e quieta, é que é possível sentir que uma nova criação está se despertando dentro de si. “Quando a mente está vazia e tranqüila, e nossa existência inteira torna-se um recipiente vazio, Deus a preencherá com paz, luz e bem-aventurança.”

Segundo o Patanga, que é um dos que ministram os cursos de meditação gratuito em São Paulo, muitas pessoas procuram a meditação porque sentem que precisam de algo a mais na vida, uma felicidade maior, mas ainda não sabem o que é. Ele explica que por meio da meditação no coração, como a ensinada nos cursos, é possível encontrar as respostas. Foi assim que começou a correr também, pois a corrida e a meditação foram de auxílio mútuo.

“Sri Chinmoy ensinou para nós que a meditação faz com que nos tornemos inseparavelmente um com o mundo inteiro. Quando queremos alcançar paz, luz e felicidade ilimitadas, a meditação é a resposta. O mundo precisa de uma coisa – paz – e a meditação é a resposta”, diz Patanga.

 

Exercício de meditação no coração para fazer em casa

O Centro de Meditação Sri Chinmoy em São Paulo costuma oferecer cursos mensalmente, porém, Patanga Cordeiro compartilhou conosco um dos exercícios ensinados por Sri Chinmoy que é possível fazer em casa:

A vastidão do céu

“Mantenha os olhos semi-abertos e imagine o vasto céu. No começo, tente sentir que o céu está diante de você. Mais tarde, tente sentir que você é tão vasto quanto o céu, ou que é a própria vastidão celeste.

Depois de alguns minutos, feche os olhos e tente ver e sentir o céu dentro do seu coração. Por favor, sinta que você é o coração universal, e que dentro de si mesmo está o céu em que meditou e com o qual se identificou. Seu coração espiritual é infinitamente mais amplo do que o céu. Portanto, você pode facilmente abrigar o firmamento dentro de si mesmo.”
-Sri Chinmoy, do livro Meditação: Homem-Perfeição na Deus-Satisfação

Resumindo, você irá primeiro imaginar o céu. Depois vai sentir o céu todo dentro de si. A chave é afastar outros pensamentos. No silêncio dos seus pensamentos, você ouvirá uma nova música, de paz e dinamismo.

 

Quem foi seu professor: Sri Chinmoy

Sri Chinmoy Kumar Ghose (27 de agosto de 1931 – 11 de outubro de 2007) foi um Mestre espiritual indiano e professor que emigrou para os Estados Unidos em 1964.

Um escritor prolífico, compositor, artista e atleta, durante toda sua vida, Sri Chinmoy foi reconhecido internacionalmente por suas numerosas iniciativas em prol da paz interior e harmonia mundial. Sri Chinmoy é mais conhecido por promover eventos públicos sobre o tema como concertos, meditações e corridas.

Conduziu por muitos anos meditações na sede da ONU nos EUA, recebeu prêmios de líderes governamentais e educacionais, bem como comunidades locais. Alguns deles são o Prêmio Madre Teresa, recebido do presidente da Macedônia, o Medalhão Nehru da UNESCO e o Prêmio Gandhi da Paz, da Índia. No Brasil, recebeu doutorado honoris causa em Estudos da Paz pela PUC-Campinas.

Seus ensinamentos enfatizam o amor a Deus, meditar diariamente no coração, servir ao mundo e a tolerância fundada na visão moderna de que toda fé é essencialmente divina. Sri Chinmoy costumava referir a si mesmo como “um aluno da paz”.

 

Parte da série sobre autoconhecimento

O que é música para meditação – CORTES DOS CURSOS DE MEDITAÇÃO

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por Patanga Cordeiro

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“O silêncio transforma tudo em beleza.” -Sri Chinmoy

As emoções: uma faca de dois gumes – CORTES DOS CURSOS DE MEDITAÇÃO

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🏛️ A mente aspirante – CORTES DOS CURSOS DE MEDITAÇÃO

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Porque meditar de olhos abertos

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“O silêncio transforma tudo em beleza.” -Sri Chinmoy

Como começo a meditar?

sri chinmoy meditação samadhi

Como começo a meditar?

Sri Chinmoy: Primeiro de tudo você deve ler alguns livros espirituais para obter inspiração. Eles não devem ter sido escritos por Mestres espirituais verdadeiros, e não por professores espirituais falsos ou aspirantes que ainda estão no caminho e não alcançaram iluminação. Livros e escrituras espirituais dirão a você como disciplinar sua vida mental e fisicamente até certo ponto. Você pode obter ajuda desses livros por alguns dias ou meses.

Então você perceberá que o seu conhecimento acadêmico da meditação não lhe basta. Você desejará a experiência sólida de meditação. Cada pessoa precisa da sua meditação própria. Se você quiser ir até o fim da estrada e alcançar a sua Meta interior, necessitará da meditação verdadeira da sua alma. Essa meditação o auxiliará a chegar na Meta destinada. Você precisará de um professor espiritual, um Mestre que poderá lhe dar uma meditação de acordo com as qualidades da sua alma. O mestre consegue interiormente dizer ao buscador sobre a sua meditação, ao contatar a sua alma para que venha à tona e dizendo através dela como meditar. Se um Mestre espiritual concede uma meditação, essa meditação é certamente a melhor meditação que o aspirante poderia ter.

Se você não tiver um Mestre, deverá mergulhar fundo dentro de si e obter sua meditação dos recônditos mais profundos do seu coração. A meditação que lhe proporcionar a maior alegria ou uma alegria contínua será a melhor meditação para você. Nem todos terão a mesma meditação. Sua meditação não será boa para mim, e a minha meditação não será boa para você. Você gosta de um certo tipo de comida, e eu, não. Você está certo da sua maneira, e eu estou certo da minha. Todavia, uma vez que saiba qual é a sua melhor meditação, comprometa-se com ela. Na sua mente ou no seu ser aspirante, tente formular algumas meditações. Hoje você pode tentar uma forma, e outra forma amanhã. Se você tem sete tipos de meditação, poderá tentar uma a cada dia. Ao final de uma semana, aquela que lhe trouxe mais satisfação ou alegria duradoura é a sua melhor meditação.

Mesmo se não quiser estudar livros espirituais e não quiser um Mestre espiritual, primeiro de tudo mantenha sua mente calma e silenciosa e permita que a alma conte à mente as coisas que precisa. Se a mente estiver tranquila, poderemos receber a luz da alma na mente. A luz entra na mente também através do coração. Quando meditamos em grupo, fazemos esse tipo de meditação.

7 erros comuns que podem fazer você desistir da meditação

por Patanga Cordeiro

1 Você não está meditando, mas sim relaxando

Meditação, yoga e relaxamento são coisas muito diferentes. Quando você relaxa, tira a tensão do seu corpo, da sua mente. Yoga são exercícios físicos, que auxiliam indiretamente, pois se o seu físico for saudável, tudo vai ser melhor, inclusive a sua meditação. Já, quando medita, usa a sua força de vontade e poder de concentração para atravessar o véu de inquietação e buscar mergulhar fundo na sua essência, ou permitir que algo mais elevado entre em você. As duas coisas são boas, mas têm propósitos completamente diferentes. Para meditar, você precisa se esforçar, e muito. Prepare-se, dedique-se por semanas, meses, anos. É como um esporte ou uma língua – você precisa se dedicar por bastante tempo para desenvolver proficiência. Mas tem uma dica: mesmo no começo, se praticar com sinceridade, terá um sentimento de satisfação genuína.

 

2 Meditar de olhos fechados ou deitado

Quando fechamos os olhos, o corpo pensa que é hora de dormir. Isso pode fazer que não medite de fato, mas sim fique num devaneio, descanso ou divagação. O mais seguro é deixar os olhos um pouco abertos, fixos num ponto. Além de não deixá-lo dormir, isso ajudará a se focar durante o exercício. É conhecido como “a meditação do leão”. Mesmo que ache difícil no começo, você precisa praticar isso por umas semanas até se acostumar. Então verá a diferença.

Meditar deitado é o mesmo caso de meditar de olhos fechados. A postura deitada é ótima para relaxar, para descansar, para a circulação, mas não para fazer algo que exige intensidade e concentração.

 

3 Viver a vida como antes

A meditação é uma forma de tornar a sua vida mais luminosa a partir de dentro, mas se você deixar a sua vida externa sufocar essa transformação, ficará frustrado e não terá um sentimento de progresso. Na vida exterior, é bom buscar simplicidade, purificação e alegria inocente, deixando para trás na medida do possível hoje as coisas impuras, complexas e prazeres vazios.

 

4 Não praticar todos os dias

Se você não faz algo diariamente, aquilo acaba ficando relegado a uma categoria de baixa importância na sua vida, e você passa a não se esforçar o suficiente para a meditação acontecer. Sri Chinmoy faz a analogia de que, mesmo quando a comida não está tão boa, você ainda come todos os dias. Não é porque a comida de hoje não é a sua predileta que você não comerá. A meditação pode variar todos os dias, mas ainda assim você alimenta a sua alma com ela todos os dias.

 

5 Não ter um horário fixo para meditação matinal

Ter um horário fixo para a meditação matinal é algo que resolve a questão de não conseguir meditar todos os dias. Se você marca um horário cedo, antes de começar o seu dia, sempre conseguirá fazer a sua meditação, independentemente do que estiver acontecendo no mundo. Se na sua casa as coisas começam a acontecer às 7h da manhã, acorde às 6h para meditar. Quando for sete horas e as outras pessoas tiverem acordado, você já terá feito a sua meditação e leitura, e estará pronto para lidar com as coisas de fora, sair para correr, ir para o trabalho, etc.

Se você um dia acordar atrasado, medite na hora que acordar, do mesmo jeito. Chegue atrasado no trabalho ou improvise um café da manhã, mas não deixe de alimentar a sua alma. De noite, antes de dormir, pratique novamente. Mesmo que não tenha um horário fixo para a sua meditação extra da noite, o fato de estar praticando mais uma vez será um auxílio.

 

6 Achar que precisa esvaziar a mente para meditar

A meditação acontece a partir do seu coração espiritual, e não na sua mente. O silêncio mental auxilia bastante na meditação, mas um estado de silêncio completo é uma coisa muito, muito avançada, pertencente a reinos que provavelmente não estão a nosso alcance agora. Você deve diminuir a quantidade de pensamentos, não ficar preso a eles, afugentá-los, ignorá-los. O importante é se concentrar no exercício proposto o máximo possível. Se perder o fio da concentração, apenas retorne ao exercício. Haverá momentos de silêncio, que podem ser muito proveitosos, mas a meditação pode acontecer mesmo se houverem pensamentos incomodando você aqui e ali.

 

7 Ouvir muitos conselhos por aí ou achar que sabe tudo

A internet e as pessoas estão cheias de informação, mas não necessariamente de sabedoria. Suas ideias podem confundir você na sua busca, e talvez você se desvie na sua prática sincera de meditação. O inverso também pode acontecer: você acha que sabe tudo e que sabe o significado de tudo. O que você leu aqui também está incluso.

O melhor é largar os seus próprios conceitos e também os dos outros e aprender diretamente com um Mestre genuíno, alguém que alcançou a iluminação de forma permanente e recebeu uma comissão divina para ensinar. Você saberá quem é o seu Mestre quando estiver pronto, estiver diante dele, e exercitar a sua sinceridade.

🌸 Frases inspiradoras – fé e a impossibilidade | Sri Chinmoy

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🌸 Uma série de poemas, frases e mensagens de Sri Chinmoy sobre espiritualidade, meditação, autoconhecimento e a busca interior.

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Possam minhas singelas orações

Ajudar a humanidade

De alguma pequena forma.

 

  • Sri Chinmoy

 

 

Impossibilidade é um muro

Que pode ser estilhaçado

Em pedaços.

 

  • Sri Chinmoy

 

Deus não se importa

Quando eu faço perguntas a Ele,

Mas Ele se importa

Quando eu não uso as Suas Respostas.

 

  • Sri Chinmoy

 

 

Todas as manhãs

Deus quer que nós limpemos

O caminho do coração.

 

  • Sri Chinmoy

 

 

Não acredita na

Impossibilidade.

 

  • Sri Chinmoy

 

Frases inspiradoras para meditar

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Novidades 16/janeiro/2024

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2023/Novembro – Newsletter: material para meditação

newsletter meditacao 2023 nov=NEWSLETTER Novembro/2023=
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EVENTOS

 

 

CURSO DE MEDITAÇÃO PRESENCIAL GRATUITO

SP – 7/NOVEMBRO – terças e quintas, 19h30 às 21h30

Se ainda não participou, compareça! Se já participou e gostou, compartilhe!

Inscrição: meditacaosp.com/contato

 

CURSO DE MEDITAÇÃO A DISTÂNCIA

para quem mora fora de SP. Inscreva-se:

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SRI CHINMOY EVENING

evento aberto – meditação e outros temas variados

alguns domingos do mês na Casa Madal das 18h às 19h. Inscrições e datas pelo (11)97405-1739

https://www.instagram.com/casamadal/

CONTEÚDOS DO MÊS

 

VÍDEO: Dicas para começar a meditar em casa

 

ARTIGO: O que é meditação leia aqui

O que é meditação

 

 

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“A própria busca pela verdade

Não é somente desafiadora e gratificante,

Mas também iluminadora e preenchedora.”

– Sri Chinmoy

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

NOVIDADES

 

 

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ARTIGO DO MÊS

 

O QUE É MEDITAÇÃO?

“Meditação não significa apenas ficar sentado silenciosamente por cinco ou dez minutos. Ela requer esforço consciente. A mente tem de ser posta calma e quieta. Ao mesmo tempo, deve permanecer vigilante para que nenhuma distração penetre, na forma de pensamentos ou desejos. Quando conseguimos tornar a mente calma e silenciosa, sentimos que uma nova criação desperta em nosso interior. Quando a mente está tranqüila e vaga, e quando nossa existência se torna um recipiente vazio, nosso ser interior pode clamar por paz, luz e deleite infinitos, que então virão e preencherão nosso recipiente. Isso é meditação.”

Quando começar a meditar?

Quando a vida não está a lhe dar alegria mas, sente que quer alegria, isto significa que está faminto. Na vida espiritual, quando está faminto, ingere alimento espiritual. Quando não estiver faminto, não comerá. Por quinze ou vinte anos, digamos, não cuidou sincera e intensamente da vida espiritual. Por não haver meditado intensamente por tantos anos, se saltar de uma vez só no mar da espiritualidade, não será capaz de nadar. Não pode mudar a sua natureza da noite para o dia. Isto tem de ser feito vagarosamente, firmemente, gradualmente. Primeiro mova-se na água; gradualmente, aprenderá como nadar. Então, virá um tempo em que será capaz de nadar bem. Porém, se tem fome interior, isso significa que está pronto para começar a nadar.

A meditação ensina-nos como nos tornarmos inseparavelmente um com o mundo inteiro. Quando choramos pela Vastidão, pela Verdade última, a meditação é a resposta imediata. Quando queremos alcançar paz ilimitada, luz ilimitada, felicidade ilimitada, a meditação é a única resposta. O mundo precisa de uma coisa – paz – e a meditação é a única resposta.

A meditação é a expansão da consciência. A meditação que faz alguém sentir que, juntamente consigo alguém mais beneficiará dela, é a meditação absolutamente perfeita.

Qual é a melhor maneira de meditar?

Quando nós pensamos que somos nós que estamos tentando meditar, então a meditação parece complicada. Mas a verdadeira meditação não é feita por nós. É feita pelo nosso Piloto Interior, o Supremo, que está constantemente meditando em e através de nós. Nós somos apenas o vaso recipiente, e estamos permitindo que Ele nos preencha com toda a Sua completa Consciência. Nós começamos com nosso próprio esforço pessoal, mas, uma vez que vamos e mergulhamos fundo no interior, nós vemos que não é nosso esforço próprio que nos está permitindo entrar em meditação. É o Supremo quem está meditando em e através de nós com nossa prontidão, nossa ciência, consentimento e permissão consciente.

(continua em https://www.meditacaosp.com/o-que-e-meditacao/)

DICA DO MÊS

 

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